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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (18), em um dia de movimento volátil, no qual o índice zerou perdas várias vezes. A baixa, contudo, só se firmou no fim do dia quando as bolsas americanas também passaram a registrar perdas. O petróleo subiu o dia inteiro para depois perder forças com a notícia de que a Arábia Saudita não está preparada para cortar produção. No cenário doméstico, os investidores seguem repercutindo o rebaixamento do rating do Brasil pela S&P para BB além do corte de projeção da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para a economia brasileira.
O benchmark da Bolsa brasileira recuou 0,37%, a 41.477 pontos. Já o dólar comercial fechou em alta de 1,38% a R$ 4,0460 na compra e a R$ 4,0490 na venda, enquanto o dólar futuro para março registrou alta de 1,38% a R$ 4,053. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 teve alta de 6 pontos-base a 14,32%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 subiu 3 pontos-base a 15,87%.
Para Pablo Spyer, diretor da mesa de trade da Mirae Asset, o que segurava a Bolsa hoje e impedia uma queda maior do Ibovespa era o cenário externo. Passado o otimismo internacional, ficou pavimentado o caminho para a queda.
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Corte de gastos
Segundo o jornal O Globo, a presidente Dilma Rousseff discute hoje com junta orçamentária o contingenciamento de despesas e meta flexível. Segundo informação da Bloomberg, o contingenciamento sai amanhã e deve ser de R$ 24 bilhões.
Ações
Entre as quedas, as ações da Usiminas (USIM5, R$ 0,87, -13,00%) lideraram as perdas do Ibovespa nesta quinta-feira, após reportar prejuízo líquido atribuível aos controladores de R$ 1,39 bilhão no 4° trimestre, nove vezes maior do que o registrado um ano antes. Segundo o BTG Pactual, o resultado veio muito ruim, com a alavancagem, medida pelo dívida líquida/Ebitda, indo para cima de 20 vezes.
Sobre a reunião do conselho da véspera, nada foi decidido quanto aumento de capital e troca de gestão. O impasse continua e a decisão foi adiada para março. A companhia com Ebitda negativo, incertezas de ‘turnaround’, queda de volumes, alavancagem preocupante e seguidos desentendimentos entre os sócios segue com uma situação muito desafiadora, destacou o BTG, em relatório desta manhã.
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As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
BRKM5 | BRASKEM PNA | 25,85 | +7,26 | -6,41 | 82,60M |
NATU3 | NATURA ON | 26,70 | +4,50 | +13,67 | 39,07M |
CESP6 | CESP PNB | 14,17 | +3,36 | +5,75 | 15,29M |
CMIG4 | CEMIG PN | 6,33 | +3,26 | +6,01 | 50,09M |
HGTX3 | CIA HERING ON | 13,80 | +3,14 | -9,27 | 2,82M |
As ações da Vale (VALE3, R$ 11,51, -3,36%; VALE5, R$ 8,35, -2,79%) fecharam em queda mesmo depois do seu relatório operacional, que mostrou uma oferta recorde de minério de ferro no quarto trimestre de 2015: foram 88,4 milhões de toneladas, o maior volume da história da mineradora. As expectativas eram de que a oferta ficasse em 88,3 milhões de toneladas.
Também entre as quedas ficaram os bancos Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 24,64, -2,03%), Bradesco (BBDC3, R$ 21,52, -0,32%; BBDC4, R$ 19,80, -2,03%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 12,87, -3,67%). Para Spyer, além de todos os grandes bancos brasileiros terem sofrido rebaixamentos, eles também sofrem pelas perspectivas piores com a economia brasileira agora que foi dado o segundo downgrade. “A principal má notícia é que vamos ficar mais tempo sofrendo antes de retomar o investment grade”, explica o diretor.
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
USIM5 | USIMINAS PNA | 0,87 | -13,00 | -43,87 | 30,27M |
GOAU4 | GERDAU MET PN | 1,37 | -4,86 | -17,47 | 17,16M |
RUMO3 | RUMO LOG ON | 2,17 | -4,82 | -65,22 | 5,36M |
BBAS3 | BRASIL ON | 12,87 | -3,67 | -12,69 | 116,77M |
ESTC3 | ESTACIO PARTON | 12,47 | -3,63 | -10,61 | 18,24M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN | 24,64 | -2,03 | 456,37M | 382,54M | 31.671 |
PETR4 | PETROBRAS PN | 4,59 | -1,92 | 291,78M | 331,35M | 32.481 |
VALE5 | VALE PNA | 8,35 | -2,79 | 268,68M | 242,03M | 28.969 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 19,80 | -2,03 | 251,79M | 306,84M | 29.642 |
CIEL3 | CIELO ON | 30,60 | +2,51 | 145,30M | 242,26M | 13.502 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 18,40 | +0,77 | 138,40M | 243,68M | 17.267 |
BBAS3 | BRASIL ON | 12,87 | -3,67 | 116,77M | 104,01M | 16.114 |
UGPA3 | ULTRAPAR ON | 61,90 | +3,00 | 111,38M | 83,50M | 11.063 |
VALE3 | VALE ON | 11,51 | -3,36 | 110,18M | 83,30M | 17.430 |
BBSE3 | BBSEGURIDADEON | 24,05 | -3,06 | 104,73M | 147,08M | 14.133 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
Virando para queda durante a tarde ficaram os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 6,60, -2,65%; PETR4, R$ 4,59, -1,92%). No radar da estatal, relatório divulgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que a Petrobras contratou R$ 167 bilhões em serviços e bens sem a realização de processo licitatório, entre os anos de 2011 e 2014.
Esse volume de recursos equivale a 45% de tudo o que foi contratado pela estatal nesses quatro anos. Ao todo, foram analisadas 695 mil contratações realizadas no período, quando R$ 369 bilhões foram gastos pela empresa com seus fornecedores. Os demais 55%, que somam R$ 202 bilhões, se basearam em contratos precedidos de licitação.
Já entre as altas destaque para a petroquímica Braskem (BRKM5, R$ 25,85, +7,26%), que teve lucro líquido de R$ 158 milhões no quarto trimestre, revertendo resultado negativo de R$ 24 milhões sofrido um ano antes. A companhia teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 2,234 bilhões em termos ajustados, alta de 65% sobre o obtido um ano antes.
OCDE
A OCDE prevê que a recessão brasileira será ainda mais profunda que o previsto no fim do ano passado. A atualização das perspectivas econômicas divulgada nesta manhã pela entidade culpa as incertezas políticas e a inflação elevada pela piora do cenário. A OCDE alerta ainda que a desvalorização do real pode ser preocupante devido ao aumento da dívida externa no País.
A OCDE rebaixou a estimativa de contração do PIB do Brasil em 2016 de -1,2% para -4%. A estimativa anterior havia sido divulgada em novembro. Naquela ocasião, a organização previa que a economia brasileira começaria a recuperação em 2017, com crescimento de 1,8%. Agora, a entidade prevê apenas o fim da recessão, com crescimento zero no próximo ano na comparação com 2016.
IBC-Br
Considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), o IBC-Br (Índice de Atividade do Banco Central), apresentou uma queda de 0,52% em dezembro, menor do que os 0,60% de recuo esperado pela mediana das expectativas dos economistas. Em novembro, a queda foi de 0,52%. No acumulado de 2015, a retração foi de 4,08%, a maior da série histórica iniciada em 2003.
Novo líder do PMDB na Câmara
Ontem, em votação, o deputado apoiado pelo governo Leonardo Picciani (PMDB-RJ) derrotou o oposicionista Hugo Motta (PMDB-PB) por 37 votos a 30. O episódio representa uma derrota dolorosa para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que fez exaustiva campanha pelo paraibano. Na disputa, de um lado estava uma melhor relação e controle do Planalto sobre o principal partido da base aliada — fator que poderia ser decisivo na briga contra o impeachment, hoje enfraquecido mas que poderia ganhar forças. Do outro, o peemedebista, que se segura como pode no comando da casa e tenta preservar o mandato parlamentar (com foro privilegiado), agora passa a ter sua missão dificultada.
Reações à S&P
O mercado segue repercutindo o rebaixamento de rating do Brasil pela Standard & Poor`s. Uma das queixas do Planalto foi que o rebaixamento veio apenas cinco meses após a mesma agência ter tirado o grau de investimento do Brasil, decisão que acabou sendo seguida por outras agências. Além disso, assessores palacianos lembram que, de lá pra cá, o governo não teve tempo hábil de colocar em prática as medidas econômicas desejadas, principalmente porque o Congresso esteve em recesso por 40 dias e não houve votações de medidas importantes da área econômica. Na sequência do rebaixamento de rating soberano, a S&P cortou o rating da Petrobras, de grandes bancos, da Ambev, entre outros.
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