Elevação do EFSF pode impressionar agora, mas não será o suficiente

Quantidade demandada por países como a Grécia vai acabar aumentando, assim como sua relação dívida versus PIB

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A elevação do EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) pode impressionar o mercado agora, mas não será o suficiente no longo prazo, afirma o Standard Bank. De acordo com Steve Barrow, analista do banco sul-africano, a quantidade demandada por países como a Grécia vai acabar aumentando, e uma solução só é possível através de um fundo com quantias ilimitadas.

Uma vez que países na união monetária europeias não podem imprimir dinheiro, eles também não podem criar dinheiro para pagar as dívidas em casos de desastre. Esse poder fica por conta do BCE (Banco Central Europeu), que recusa a fazer esse tipo de ação. E por conta do fato de que os recursos são limitados faz com que o EFSF perde poder de criar confiança como uma monetarização.

Isso garante que o fundo, por maior que seja, não é uma solução final. “Por exemplo, se houver uma necessidade de aumentar o EFSF, por conta de um rebaixamento das nações AAA que constituem o fundo ou outra razão, alguns parlamentos podem não passar a nova legislação”, afirma Barrow. Alguns dos parlamentos, destaca o analista, já estão perto de seus pontos de tolerância, como o alemão. 

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Bola de neve?
A situação também pode aumentar de gravidade rapidamente. “Se a taxa que um país paga para financiar sua dívida foir superior a sua taxa de crescimento, não importa o quanto de esforço para cortar gastos o país pode fazer: a dívida frente ao PIB (Produto Interno Bruto) vai subir”, diz Barrow. Com o crescimento grego caminhando para o campo negativo, uma recessão e os yields dos títulos de dívida avançando, essa situação parece se caminhar para uma piora.

E Barrow destaca que o BCE não deverá se comprometer a emitir mais moeda, se necessário. “O mecanismo tem medo de criar inflação ou outros problemas morais, como os países endividados desistirem de realizar seus cortes fiscais necessários”, afirma o analista. Embora ele destaque que são infundadas essas opiniões, já que a injeção de liquidez norte-americana não gerou inflação e as autoridades da Zona do Euro deverão pressionar os países a manter seus cortes, muito dificilmente a instituição deverá realizar algum movimento do tipo.