Eletrobras reverte prejuízo e lucra R$ 12,7 bi no 2º tri; mais 9 balanços e recuperação “paralela” da Oi

Confira os principais destaques corporativos desta terça-feira (16)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A temporada de resultados corporativos do segundo trimestre chegou ao seu último dia nesta segunda-feira (15), com destaque para Eletrobras e Gol, além das notícias sobre a recuperação judicial da Oi. Confira os destaques desta noite:

Oi
O acionista Nelson Tanure prepara plano de recuperação judicial paralelo ao que vem sendo desenhado pela administração da Oi (OIBR4) e já estaria alinhado com pelo menos 8 fundos acionistas da cia., diz O Estado de S. Paulo. Tanure pretende tornar o plano público em setembro. 

Eletrobras
A Eletrobras (ELET6) reverteu o prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão no segundo trimestre de 2015 para lucro líquido de R$ 12,7 bilhões no segundo trimestre de 2016 – o resultado é o atribuído aos sócios da controladora, base para a distribuição de dividendos. A receita líquida somou R$ 33 bilhões, quatro vezes maior do que o registrado no segundo trimestre de 2015, de R$ 8,2 bilhões.

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Já o custo de vendas teve baixa de 32,6%, para R$ 3,3 bilhões, ante os R$ 4,9 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. A Eletrobras saiu de prejuízo operacional de R$ 927,0 milhões para lucro operacional de R$ 22,9 bilhões no mesmo período do ano passado. 

A Eletrobras ainda divulgou fato relevante em que informou que os números poderão passar por revisão. O lucro líquido de R$ 12,7 bilhões no segundo trimestre deste ano, diz o documento, foi impactado positivamente pelo “reconhecimento contábil das receitas financeiras relativas aos ativos de transmissão de energia elétrica existentes em 31 de maio de 2000, denominados instalações da Rede Básica Sistema Existente – RBSE, com impacto na receita de transmissão, na conta Atualização das Taxas de Retorno de Transmissão, de R$ 25,8 bilhões e pela provisão de IRPJ/CSLL referente à receita supracitada, no montante de R$ 8,7 bilhões”.

A empresa informou ter optado contabilizar esses valores “com base nas melhores estimativas” a partir “dos debates realizados e considerando a sua interpretação no que se refere à portaria MME 120/2016”. Porém, “o entendimento da Companhia acerca do assunto poderá ser revisado em decorrência de eventual regulamentação ou ato, em sentido diferente, que porventura venha a ser praticado pela Aneel, inclusive no âmbito do processo tarifário de 2017 – quando serão iniciados o pagamento dos referidos créditos – ou pela Receita Federal do Brasil.”

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Transmissão Paulista
A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (TRPL4) encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 107,9 milhões, uma alta de 35% ante os R$ 79,9 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. Já a receita líquida da companhia avançou apenas 2,8%, de R$ 279,0 milhões para R$ 287,0 milhões, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve alta de 51,5%, para R$ 115,2 milhões.

Junto com o balanço, a companhia divulgou um comunicado em que explica que os números foram aprovados com ressalva pela Ernst & Young Auditores Independentes, por conta da contabilização do contas a receber relativo às instalações da RBSE (rede básica do serviço existente). A CTEEP diz que ao fim de junho ainda não é possível “reconhecer com razoável grau de certeza, o montante atualizado do Valor do RBSE, pois existem aspectos relevantes para definição de tal valor que ainda serão discutidos pela Aneel no âmbito de Audiência Pública estimada para ter início em outubro de 2016 e conclusão em fevereiro de 2017″.

Entre os fatores que ainda precisam ser definidos estão: i) a metodologia e índice de atualização e remuneração aplicáveis no cálculo do Valor do RBSE; ii) esclarecimentos quanto aos prazos de pagamento para as parcelas atrasadas e remanescentes do valor do RBSE; e iii) a definição da tributação aplicável sobre os valores a receber.

CSN 
A siderúrgica CSN (CSNA3) fechou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 57,24 milhões, uma redução de 90% do prejuízo de R$ 614,27 milhões registrado no mesmo período do ano passado e de 93% contra os R$ 836,69 milhões do primeiro trimestre. Por outro lado, a receita líquida da companhia caiu 23,6%, para R$ 2,19 bilhões. 

Já a dívida líquida ajustada da companhia apresentou queda de 3% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano, totalizando R$25,87 bilhões, enquanto a alavancagem da CSN fechou o trimestre em 8,3x, contra 8,7x entre janeiro e março.

Os analistas do BTG Pactual destacam que os resultados da siderúrgica referentes ao segundo trimestre desse ano foram fracos,  explicados principalmente pelo Ebitda mais fraco do minério de ferro e uma base de custo mais alta na divisão de aço. Por outro lado, a alavancagem da companhia parou de se deteriorar, mas ela segue alta enquanto a companhia continua queimando caixa.

Gerdau
A siderúrgica Gerdau (GGBR4) informou que, no dia 10 de agosto, o Morgan Stanley atingiu posição de 58.782.621 de ações preferenciais de emissão da companhia, o que equivale a 5,1% do número total de ações preferenciais da empresa. A Gerdau ressalta que a posição atingida já engloba as 22.941.341 ações preferenciais tomadas por meio de empréstimo, assim como instrumentos financeiros derivativos com previsão de liquidação física referenciados em 507.600 ações preferenciais da companhia.

Além disso, o Morgan Stanley atingiu também posição vendida de 34.121.456 ações preferenciais, equivalente a 3,0% do número total de ações preferenciais da companhia. Por fim, a instituição atingiu exposição econômica comprada por meio de instrumentos financeiros de derivativos com previsão de liquidação financeira referenciados em 1.279.000 ações preferenciais da companhia ou 0,1% do número total de ações preferenciais da Gerdau.

Somos Educação
A Somos Educação (SEDU3) registrou um prejuízo atribuído ao acionista controlador de R$ 65,6 milhões no segundo trimestre, contra um resultado negativo de R$ 7,4 milhões um ano antes. Já a receita líquida subiu 30%, para R$ 263,7 milhões. Por outro lado, o custo teve um crescimento de 81% para R$ 132 milhões e as despesas com vendas e administrativas aumentaram 41%, a R$ 175 milhões.

Trisul
A Trisul (TRIS3) registrou prejuízo líquido de R$ 2,15 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro líquido de R$ 3,69 milhões apresentado um ano antes. Já a receita líquida caiu 33%, para R$ 59,16 milhões, enquanto as despesas administrativas caíram 17%, para R$ 9,8 milhões.

Os lançamentos da companhia aumentaram 159%, para R$ 114 milhões no segundo trimestre, enquanto as vendas contratadas subiram 15%, para R$ 89,63 milhões.

Biosev
A Biosev (BSEV3) registrou um prejuízo de R$ 353 milhões no primeiro trimestre de 2017, uma alta de 5,9% na comparação anual. O resultado financeiro, excluído o efeito da variação cambial, foi negativo em R$ 290 milhões. Já a receita da Biosev subiu 22,7%, alcançando R$ 1,672 bilhão. Já o Ebitda ajustado foi de R$ 140 milhões, queda de 23%. 

BTG
A Assembleia do BTG Pactual (BBTG11) aprovou o nome de Nelson Jobim para o Conselho de Administração da companhia. No final de julho, foi anunciado que Jobim  tornou-se sócio e membro do conselho de administração do banco. Ele será responsável pelas relações institucionais e políticas de compliance da instituição, comandada até novembro passado pelo banqueiro André Esteves. 

Ainda no radar da instituição, o Valor informou que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) solicitou informações ao banco a respeito dos contratos de aquisição e alienação da rede Leader por parte de qualquer empresa ou veículo de participação do grupo BTG. O pedido de esclarecimento foi feito depois que o banco informou à CVM, em abril, que não é diretamente o controlador da varejista e, portanto, não poderia responder sobre a transação de venda da cadeia para um grupo de investidores no início de abril. Procurados, BTG e Leader não comentaram. 

Cemig
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai propor uma indenização de R$ 892 milhões à Cemig (CMIG4) por investimentos realizados em linhas de transmissão construídas antes do ano 2000. A diretoria vai analisar o caso nesta terça-feira, 16, durante reunião pública. O valor tem como base a data de 31 de dezembro de 2012, ano em que o governo publicou a Medida Provisória 579, que prorrogou as concessões de geradoras e transmissoras em troca de uma redução de 20% nas tarifas.

No laudo técnico apresentado à Aneel, a Cemig havia calculado um valor base de remuneração maior (VBR) que totalizava R$ 1,209 bilhão. A área técnica da Aneel apurou um valor um pouco menor, de R$ 1,177 bilhão, dos quais R$ 285 milhões representam indenizações por investimentos em geração, que já foram pagos pela União. A diferença entre o valor proposto pela Aneel, de R$ 1,177 bilhão, e a indenização já paga, de R$ 285 milhões, é o valor proposto apenas para os ativos de transmissão da Cemig, de R$ 892 milhões. A indenização à qual a empresa tem direito é relativa aos ativos não amortizados e/ou não depreciados da Rede Básica do Sistema Transmissão Existente (RBSE) em 31 de maio de 2000.

Gol
A Gol (GOLL4) encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 309,5 milhões, revertendo prejuízo no mesmo intervalo do ano passado, de R$ 354,9 milhões. A companhia aérea apurou receita líquida de R$ 2,088 bilhões no período, queda de 2,0% ante o segundo trimestre de 2015. A empresa divulga também o lucro atribuído aos acionistas controladores, de R$ 252,5 milhões, em contraposição ao prejuízo de um ano antes, que foi de R$ 395,9 milhões. Já o resultado atribuído a acionistas não controladores cresceu 38,9%, para R$ 57,0 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 61,3 milhões, 60,1% abaixo da cifra do segundo trimestre do ano anterior, que era de R$ 153,7 milhões. A margem Ebitda melhorou para -2,9%, de -7,2% antes.

Por sua vez, o Ebitdar (mais despesas operacionais de arrendamento de aeronaves) teve um avanço de 148,4% na mesma comparação, para R$ 225,3 milhões de abril a junho. A margem Ebitdar cresceu 6,5 pontos porcentuais, para 10,8% no período, em relação ao segundo trimestre de 2015. O dado ajustado por itens não recorrentes com o retorno de aeronaves em arrendamento financeiro e operações de sale-leaseback chegou a R$ 247,0 milhões, alta de 206,8%. A margem Ebitdar ajustada subiu para 11,8%, de 3,8% no segundo trimestre de 2015. O resultado operacional, Ebit, segue negativo, em R$ 171,4 milhões, porém menor que a cifra registrada um ano antes, de R$ 251,1 milhões, um recuo de 31,7%.

Embraer
O Grupo S7 avalia fazer leasing das aeronaves Embraer 170 e Embraer 175 para voos locais, diz jornal russo Vedomosti, citando pessoas familiarizadas com o assunto. A decisão deve ser tomada até o final do ano. O representante da aérea confirmou interesse no leasing dos aviões Embraer, segundo Vedomosti. 

IMC
A IMC (MEAL3) registrou um resultado financeiro positivo de R$ 9,2 milhões, o qual incluiu um impacto positivo não caixa de R$ 8,3 milhões devido à baixa de juros acumulados, como consequência da renegociação de direitos sobre pontos de vendas (Aeroporto de Brasília). Excluindo esse impacto, o resultado financeiro líquido totalizaria R$ 900 mil, comparado a uma despesa financeira líquida de R$ 11,9 milhões no segundo trimestre de 2015. O lucro das operações continuadas foi de R$ 200 mil, revertendo o prejuízo de R$ 19 milhões registrados um ano antes. 

A receita líquida da Companhia atingiu R$ 387,8 milhões, diminuindo 3,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, ou 7,2% se forem excluídos os efeitos da variação cambial. As vendas foram negativamente afetadas pelo fechamento líquido de 28 lojas no Brasil, informou a empresa.

JHSF
O lucro líquido da JHSF (JHSF3) foi de R$ 47,9 milhões no segundo trimestre, uma alta de 185% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando somou R$ 16,8 milhões. Já a receita líquida caiu 48%, passando de R$ 179,2 milhões para R$ 92,9 milhões. O Ebitda somou R$ 123,4 milhões, alta de 79%, enquanto o Ebitda ajustado subiu 100%, a R$ 136 milhões. 

LPS Brasil
No segundo trimestre, o prejuízo líquido atribuível aos acionistas controladores após IFRS da LPS Brasil (LSPS3) atingiu R$ 8,3 milhões com margem líquida de -22%, apresentando crescimento de 57% diante do mesmo período do ano passado. Quando desconsiderados os efeitos não recorrentes o lucro líquido atribuível aos acionistas controladores após IFRS totalizou R$ -5,3 milhões com margem líquida de -14%. A receita operacional líquida somou R$ 37,55 milhões, queda de 36%. 

JSL
A JSL (JSLG3) propõe cisão parcial de Movida Participações e Movida GTF. A
 JSL propõem a transferência de certos ativos compostos de veículos, máquinas, equipamentos, contas a receber e obrigações financeiras da Movida GTF para a JSL, segundo comunicado enviado ao mercado. Movida GTF é uma sociedade detida diretamente pela Movida Participações e indiretamente pela JSL. A referida operação não resultará em emissão de ações da JSL ou em qualquer diluição para os seus acionistas. O objetivo da operação é otimizar suas estruturas para racionalização e simplificação operacional. A operação será implementada por meio da cisão parcial da Movida Participações, com a absorção da parcela cindida pela JSL, seguida imediatamente pela cisão parcial da Movida GTF, também com a absorção da parcela cindida pela JSL.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.