Eletrobras (ELET6) mais eficiente e com melhores receitas de geração: os destaques do balanço que reforçaram o otimismo com as ações

Elétrica divulgou seus números trimestrais na noite da última segunda-feira (7)

Felipe Moreira

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Os resultados divulgados pela Eletrobras (ELET3;ELET6) na véspera, com lucro líquido de R$ 1,619 bilhão no segundo trimestre deste ano, alta de 16% em relação ao mesmo período de 2022, foram bem recebidos pelo mercado.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, da sigla em inglês) somou R$ 6,595 bilhões no trimestre, alta de 59% ante igual período do ano anterior. Às 13h45 (horário de Brasília), os ativos ELET3 subiam 1,99% (R$ 36,98), enquanto ELET6 avançava 1,10% (R$ 41,44).

Na avaliação do Credit Suisse, os números reportados pela elétrica vieram positivos, refletindo melhor desempenho de custo administrável, parcialmente compensado por margens ligeiramente mais fracas no braço de geração de energia.

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“No ano, os resultados foram favorecidos por melhores resultados da geradoras, aumento da Receita Anual Permitida (RAP), menores despesas com pessoal, material, serviços e outros (PMSO) e reversão de provisões (empréstimo compulsório foi reduzido em R$ 2,1 bilhões, com reversão de R$ 1,5 bilhão devido a negociações), mas prejudicado pelos custos do programa de desligamento”, explica o banco suíço.

Com relação ao lucro líquido, analistas do Credit Suisse explicam que foi negativamente afetado por resultados financeiros piores do que o esperado (também piores ano a ano por causa da SAESA, encargos financeiros de obrigação de CDE e variação monetária) e alíquota efetiva, parcialmente compensados ​​por melhor resultado de equivalência patrimonial.

Apesar dos bons resultados, o Credit Suisse acredita que o foco dos investidores também deve incluir o monitoramento do ruído da interferência do governo e a decisão de continuidade de Angra 3.

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Para a XP Investimentos, o resultado da Eletrobras trouxe notícias positivas na área de empréstimos compulsórios e redução de sua posição de energia descontratada.

Além disso, pontua que os esforços na redução de despesas operacionais podem começar a se manifestar nos próximos trimestres. O Ebitda ajustado, por sua vez, ficou 18% acima das expectativas da instituição, principalmente devido aos melhores resultados de geração e transmissão. “Não surpreendentemente, a consolidação da Santo Antônio [Usina Hidrelétrica] e as obrigações com a CDE e a revitalização das bacias hidrográficas contribuíram para a redução do lucro, mas não necessariamente da geração de caixa”, completa.

Na mesma linha que Credit e XP, a Genial Investimentos avalia o resultado da Eletrobras como positivo, com números acima de suas estimativas e do consenso de mercado tanto nos números recorrentes quanto nos números não-recorrentes.

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“Uma vez mais esse trimestre trouxe notícias positivas para a empresa no que diz respeito ao seu processo de turnaround e melhora de eficiência”, destaca Genial.

O JPMorgan comenta que a surpresa veio principalmente de receitas de geração mais fortes e receitas de transmissão acima das estimativas do banco, além de despesas operacionais menores do que o esperado quando excluídos os itens não recorrentes.

Pelo segundo trimestre consecutivo, apesar de dados operacionais mais fortes, os resultados financeiros líquidos pioraram significativamente e ficaram aquém das expectativas do JPMorgan, mas o lucro por ação ainda superou as estimativas. Analistas do banco acreditam que esse conjunto de resultados deve destacar os fundamentos positivos de longo prazo do caso.

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Já o Itaú BBA avalia que a empresa reportou Ebitda ajustado em linha, com um sólido aumento na base anual. O banco também destaca que a Eletrobras apresentou sólido desempenho em termos de despesas controláveis ​​e apresentou grande redução em suas provisões de empréstimos compulsórios (o valor contabilizado caiu R$ 2,1 bilhões).

Segundo BBA, a elétrica reportou uma redução significativa nos empréstimos compulsórios contabilizados em R$ 2,1 bilhões, passando para R$ 22,2 bilhões, ocasionada principalmente pelos descontos das disputas judiciais firmadas, enquanto R$ 624 milhões são o impacto total dos pagamentos efetivos no período.

Aos atuais níveis de preço, a Genial vê a empresa negociando a uma Taxa Interna Implícita de Retorno de 13% em termos reais (versus 5,47% em termos reais nas NTN-Bs) e a apenas 0,6 vez Preço/Valor Patrimonial, valor muito depreciado ao pensar em uma empresa privada de Geração/Transmissão de Energia Elétrica (que negocia a até 3 vezes  P/VPA, como no caso da Engie). A casa de análise mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 50.

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O Credit Suisse manteve avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para ações da Eletrobras, com preço-alvo de R$ 54. O JPMorgan e BBA também tem recomendação equivalente à compra, com preço-alvo de, respectivamente, R$ 50 e R$ 61,60.