Eletrobras (ELET3) descarta novo plano de demissão voluntária (PDV) e analisa leilões

Companhia afirma que houve incremento de preços no segmento de comercialização de energia

Augusto Diniz

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Depois de dois planos de demissão voluntária (PDV) em que 2.811 colaboradores – até o momento – foram desligados, o CEO da Eletrobras (ELET3), Ivan Monteiro, informou durante a teleconferência de resultados do 4T23, realizada nesta quinta-feira (14), que a companhia não pretende mais promover novos programas desse tipo.

Assim, em janeiro, a companhia passou a contar com 7.911 funcionários – ante 9.670 contabilizados no último trimestre de 2022, quando a empresa anunciou o primeiro PDV pós-privatização.

A Eletrobras (ELET3) reverteu prejuízo do quarto trimestre de 2022 e registrou lucro líquido de R$ 893 milhões nos últimos três meses do ano passado.

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Eletrobras (ELET3): participação Cteep (TRPL4)

Monteiro afirmou também que a Eletrobras prosseguirá nesse ano com descruzamento de participações societárias não-estratégicas. “Devemos ter comportamento semelhante em 2024”, disse.

No entanto, o executivo não quis comentar sobre possível venda da participação na Isa Cteep (TRPL4) – em novembro, a empresa havia informado ao mercado a paralisação do processo de venda.

Novos leilões

Sobre participação em novos leilões, a companhia informou que segue de olho em ativos que tragam desenvolvimento ao portfólio. E isso tem acontecido por meio de participação em leilões de transmissão promovidos pela Aneel, como os que ocorreram no ano passado.

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Para os dois certames programados para 2024, a Eletrobras diz querer participar de ambos.

“Esse leilão de março (no dia 28) a gente vem estudando. É uma atividade contínua. Estamos trabalhando para o leilão no fim de março assim como temos trabalhado para o leilão de setembro”, afirmou o vice-presidente de Estratégia e de Desenvolvimento de Negócios, Élio Wolff.

“A Eletrobras tem sinergia com todos os lotes de transmissão. Estamos focando naquilo que achamos mais relevante”, acrescentou.

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Já sobre o leilão de reserva de capacidade, que está em consulta pública, a empresa afirma estar otimista para esse certame.

“Acho que tem leituras bastante positivas. A primeira delas, é que pela primeira vez se incluiu as hidrelétricas (antes, apenas termelétricas concorriam) das quais temos oportunidades. Estamos preparando esses projetos para se tornar habilitado para o leilão de capacidade”, garantiu Wolff.

O leilão de capacidade ainda não tem data para realização, mas deve ocorrer esse ano.

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Comercialização de energia

Um dos pilares do projeto de desenvolvimento da companhia pós-privatização, a comercialização de energia cresce, embora com números ainda tímidos.

“A Eletrobras expandiu com base de clientes para comercialização de energia, mas o número ainda é pequeno”, reconheceu o CEO na teleconferência de resultados. “Temos ambição de ter milhares de clientes”, acrescentou.

Segundo ele, a nova estrutura de comercialização de energia da empresa está pronta e vai atuar inclusive em São Paulo. No início desse ano, os negócios no segmento aqueceram.

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“Ambiente de comercialização está mais apertado pela questão da hidrologia, e com relação também às ondas de calor. Muita gente que estava em aberto, exposto ao preço mais baixo, tendeu a fechar suas posições”, disse o vice-presidente de Comercialização, Ítalo Tadeu.

“Isso fez com que no 1º trimestre deste ano houvesse uma procura maior por essa energia e consequentemente os preços tiveram um incremento nesse período. Então, de 2024 em adiante, a gente vê uma procura maior pela energia”, complementou.

A área de comercialização de energia, impulsionada pela recente atuação no mercado livre, passou no final de 2023 a ter 400 clientes, com avanço de 484% em relação aos 46 consumidores finais de 2022.