Eletrobras cai com revés sobre privatização; Vale recua 2% após fortes altas com minério

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (9)

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa registrou uma sessão de perdas, em um dia de leve baixa para Petrobras (PETR3;PETR4) de olho na cessão onerosa, enquanto a Vale (VALE3) caiu cerca de 2%, após registrar fortes altas nos pregões recentes seguindo os ganhos do minério de ferro. 

A Embraer (EMBR3) fechou com queda acentuada após a indicação do então presidente da Marcopolo (POMO4), Francisco Gomes Neto, como CEO, enquanto a empresa fabricante de carrocerias de ônibus caiu mais de 2,5%.

Já a Eletrobras (ELET3;ELET6) teve um novo dia de baixa. Na véspera, os papéis caíram mais de 3%, após o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmar ser improvável privatizar a estatal esse ano. A IMC (MEAL3), por sua vez, disparou com a notícia de que Carlos Wizard poderá ter participação relevante na companhia, segundo o Brazil Journal. 

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Confira no que ficar de olho nesta sessão:

IMC (MEAL3)

Segundo informações do Brazil Journal, a IMC e o empresário Carlos Wizard estão negociando um acordo que transformaria o empresário no maior acionista da companhia, dona do Frango Assado e do Viena.

Na transação que está sendo proposta, Wizard contribuiria com os negócios de fast food de seu Grupo Sforza (as masterfranquias de Pizza Hut, KFC e Taco Bell) em troca de uma participação minoritária mas relevante na IMC que, segundo a publicação, seria de 18%. 

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Embraer (EMBR3) e Marcopolo (POMO4)

A Embraer comunicou que Francisco Gomes Neto, atual presidente da Marcopolo, será indicado ao Conselho de Administração para ocupar o cargo de presidente e CEO da Embraer, sucedendo Paulo Cesar de Souza e Silva. A eleição do novo Presidente ocorrerá em reunião do Conselho após a Assembleia Geral Ordinária (AGO) marcada para o dia 22 deste mês.

“Graduado em Engenharia Elétrica com especialização em Administração de Empresas e MBA em Controladoria e Finanças, Francisco Gomes Neto desenvolveu carreira na indústria automotiva em posições de CEO nos últimos 20 anos no Brasil e nos Estados Unidos.

Nos últimos três anos, atuou como CEO do grupo Marcopolo, no qual liderou o processo de transformação da companhia, gerando forte crescimento de vendas e valor de mercado do negócio. Anteriormente, foi CEO Americas da alemã Mann+Hummel e presidente da Knorr Bremse (líder mundial de sistemas de controle de veículos comerciais), entre outros”, afirmou a companhia. 

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Embraer, Alexandre Silva, Gomes Neto “tem o perfil e competências certas para liderar a Embraer nesse momento de transformação da empresa e do setor aeronáutico global”. 

Após a AGO do dia 22 deste mês, Paulo Cesar de Souza e Silva atuará como sênior advisor do Conselho de Administração no processo de integração do novo Presidente e no acompanhamento da segregação de ativos e recursos da aviação comercial até a conclusão do negócio com a Boeing.

Já a Marcopolo informou que James Eduardo Bellini assumirá interinamente como diretor geral da companhia após a renúncia de Francisco Gomes Neto, que deve permanecer no cargo até 30 de abril.

Bellini, atual presidente do Conselho de Administração da Marcopolo, está na companhia desde o início da década de 90. Entre outras posições, o executivo atuou como representante comercial na Argentina, e até 2005, como diretor de mercado internacional, onde contribuiu para a abertura de vários mercados, como Cuba e América Central.

Magazine Luiza (MGLU3) e B2W (BTOW3)
As duas varejistas estão em discussões para adquirir a Netshoes, segundo informações do Brazil Journal. Os dois aspirantes a compradores já estariam fazendo auditorias na empresa. Atualmente, ela vale US$ 70 milhões, com uma dívida líquida de R$ 170 milhões.

A Centauro, que está em meio ao seu processo de IPO, também estaria interessada, mas seria o “azarão” da vez.

A transação interessaria o Magazine Luiza pois marcaria sua entrada no segmento de vestuário enquanto que, para a B2W, seria a primeira aquisição de outro player de ecommerce desde a criação da empresa com a fusão entre Submarino e Americanas.com, destaca a publicação.

Nesta sessão, enquanto Magazine Luiza e B2W caíram na B3, as ações da Netshoes saltaram na NYSE, com ganhos de 18,66%. Desde o último dia 2 de abril, os papéis já subiram 62%.

Gol (GOLL4)

A Gol anunciou seu guidance operacional e financeiro para o primeiro trimestre de 2019, com dados preliminares, estimando uma margem Ebitda de 29% a 30% para o período. O indicador previsto é superior à margem de 28% alcançada um ano antes.

O guidance para margem Ebit é de 16% a 17%, estável ou menor que os 17% realizados no 1tri18.

Também foi divulgada previsão de capacidade (ASK), de um aumento de 5,0% no primeiro trimestre.

Entre janeiro e março, a aérea estima ter registrado crescimento próximo de 3% na receita unitária de passageiro (PRASK) e na receita unitária (RASK) em relação ao reportado no primeiro trimestre de 2018.

Em razão da depreciação do real na comparação ano sobre ano, a companhia ainda prevê um aumento de aproximadamente 3% nos custos unitários ex-combustíveis (CASK ex-combustível).

Preço médio do combustível por litro projetado para o período é de R$ 2,70 a R$ 2,78, e a taxa média de câmbio, de R$ 3,77.

Já a alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, é de 3,2 vezes (IFRS 16) no primeiro trimestre, maior que a de 2,5x no mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre deste ano, a Gol amortizou R$ 203 milhões em dívidas e a liquidez total é estimada em R$ 3,5 bilhões.

Vale (VALE3)

Os fundos estrangeiros passaram a desmontar posições nas ações da Vale, após a tragédia de Brumadinho. O Financial Times, em reportagem do publicada pelo Valor, destaca que a Union Investment, terceira maior gestora da Alemanha, vendeu todas as suas ações e bônus da mineradora.

Outros fundos, como da Igreja Anglicana e do conselho de ética da Suécia, se desfizeram. Segundo a publicação, o fundo de petróleo da Noruega também estuda se desmonta ou não posição na mineradora brasileira.

Petrobras (PETR3;PETR4)

Os investidores devem ficar atentos hoje à reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que poderá deliberar e aprovar o acordo entre a Petrobras e a União para a revisão do contrato de cessão onerosa, que se arrasta desde 2013, e a definição dos detalhes para o megaleilão dos volumes excedentes.

O leilão do excedente da cessão onerosa está marcado para 28 de outubro e poderá atrair as principais petroleiras do mundo para a aquisição de campos no pré-sal.

O assunto gerou polêmica ontem durante evento promovido pelo jornal o Globo e Valor Econômico, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, discordaram em relação a cessão onerosa, o que poderá ampliar o prazo para a assinatura.

Segundo o jornal Valor Econômico, Guedes afirmou que não haveria de um aval do Legislativo, enquanto Maia defendeu o contrário. Para o ministro, o acordo se trata de um contrato entre uma empresa privada e o governo. Já Maia afirmou que, na visão da Câmara, o acordo precisa de uma lei.

Ainda segundo o jornal Valor Econômico, o Ministério Público da Suíça anunciou hoje que já restituiu ao Brasil no âmbito da investigação envolvendo a Petrobras e a Odebrecht um total de R$ 1,405 bilhão. Além disso, os valores patrimoniais “atualmente sequestrados” na investigação somam R$ 2,695 bilhões.

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O leilão do excedente da cessão onerosa está marcado para 28 de outubro e poderá atrair as principais petroleiras do mundo para a aquisição de campos no pré-sal.

A Petrobras ainda anunciou novo “teaser” sobre o processo de venda da Liquigás Distribuidora. O novo documento contém as principais informações sobre a oportunidade, “bem como critérios mais amplos de elegibilidade para a seleção de potenciais participantes”, explica a empresa em comunicado ao mercado. O novo prazo para a manifestação de interesse é 19 de abril.

A distribuidora de gás havia sido negociada com o grupo Ultra, que ofereceu R$ 2,8 bilhões, mas no início de 2018 o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) barrou a aquisição.

A Liquigás é subsidiária integral da Petrobras e atua no engarrafamento, distribuição e comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP), com uma rede de aproximadamente 4.800 revendedores autorizados em todo o País.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

Está prevista na pauta do plenário da Câmara dos Deputados a votação da medida provisória que cria novas regras para a privatização de distribuidoras de energia sob a gestão da Eletrobras. A aprovação da MP é fundamental para a possível venda da estatal.

Sabesp (SBSP3)

A Sabesp aprovou a emissão de debêntures no valor total de até R$ 1,5 bilhão. A captação terá como destinação o refinanciamento de compromissos que vencem este ano e à recomposição do caixa.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil reconheceu, após questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que existe um possível conflito de interesses na indicação de Luiz Fernando Figueiredo a membro do conselho. Segundo a empresa, o assunto é apurado pelo Comitê de Remuneração e Elegibilidade.

Copel (CPLE6)

O conselho de administração da Copel aprovou a abertura de capital do seu braço de geração e distribuição à categoria “B” na bolsa, que permite a emissão de valores, menos de ações.

EcoRodovias (ECOR3)

A EcoRodovias fará uma emissão de até R$ 900 milhões em debêntures. Os recursos serão destinados ao pagamento de dívidas, investimentos e reforço do caixa.

Multiplan (MULT3)

A Multiplan fará uma emissão de até R$ 350 milhões em debêntures, utilizando os recursos para investimentos em novos empreendimentos e na expansão dos já existentes, além da aquisição de participações minoritárias, pagamento de dívidas e reforço de caixa.

Wilson Sons (WSON33)

A Wilson Sons informou que em março a movimentação em seus terminais subiu 2,1% em relação mesmo mês do ano passado, enquanto no acumulado do ano houve recuo de 1,7%.

Celesc (CLSC4)

A Celesc fechou operação de crédito de R$ 355 milhões com o banco Safra. Os recursos serão usados para reforço de caixa.

Banrisul (BRSR6)

O Banrisul informou que o Estado do Rio Grande do Sul vendeu todas as suas ações preferenciais classe B. Assim, a participação do governo no banco recuou de 49,89% para 49,39% do capital social.

“A privatização completa do banco ainda é um tópico distante e que outros ativos podem começar suas privatizações a um passo mais rápido, como companhias de energia elétrica, mineração e distribuição de gás”, destaca a equipe de análise da XP Research. 

(Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.