Eleição nos EUA pode impactar política fiscal e Fed terá que se adaptar, diz analista

Economista prevê corte de juros nas duas próximas reuniões do ano do Federal Reserve, mas 2025 continua bastante incerto

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Em meio à divulgação de dados sobre a economia nos Estados Unidos, questiona-se o que poderá acontecer a partir do dia 5 de novembro com resultado das eleições presidenciais.

Para Francisco Nobre, economista da XP, que participou nesta quinta-feira (24) do Morning call da XP, tudo indica cortes dos juros em 0,25 ponto percentual (pp) em cada uma das duas reuniões do Federal Reserve (Fed) agendadas ainda para esse ano.

“No curto prazo tem espaço para reduzir a taxa de juros, mas para 2025 há incertezas. A gente imagina mais 1,00 pp de corte, mas o cenário é incerto e vai continuar reagindo às novas informações que recebermos”, disse.

Dependente de novas notícias

As novas informações se dividem entre dados econômicos e a eleição a presidente, que acontece no início de novembro.

“A depender de quem sair vitorioso, pode acabar influenciando a política fiscal adiante e isso deve implicar a uma adaptação do Fed (ao novo cenário).”

Sobre o Livro Bege do Fed divulgado nesta quarta-feira (24), Francisco Nobre aponta que se viu os riscos bastante equilibrados. “Quando a gente olha para a atividade econômica, ela está relativamente de lado. A gente vê uma desaceleração acontecendo de forma moderada”, disse.

“O crescimento econômico dos Estados Unidos está girando em torno de 3%. É ainda um crescimento bastante forte para os Estados Unidos”, ressaltou. “Vê-se um arrefecimento nos preços, uma pressão inflacionária um pouco menor, destacando aí uma dificuldade das empresas repassarem os custos para os consumidores”, complementou.

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Inflação mais baixa

“Por um lado, isso acaba resultando numa inflação mais baixa, mas também tem a contrapartida de que isso pode contrair os lucros das empresas, trazendo uma perspectiva pior para o crescimento empresarial”, afirmou.

Com relação ao mercado de trabalho, o economista da XP aponta que ele continua saudável e se reequilibrando. “As pressões salariais estão reduzindo aos poucos”, ressaltou.

“Isso é positivo porque o Fed pode cortar os juros de forma gradual e por bons motivos, que é pela desinflação e não pela deterioração da atividade econômica”, acrescentou.