El Salvador vai recomprar títulos de dívida soberana para aliviar preocupações de inadimplência

O presidente Nayib Bukele anunciou que o país da América Central quer recomprar títulos com vencimento em 2023 e 2025 a preços de mercado

CoinDesk

(Getty Images)

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O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, enviou dois projetos de lei na terça-feira (26) ao congresso local em um esforço para garantir os fundos necessários para recomprar todos os títulos da dívida soberana com vencimento em 2023 e 2025.

O objetivo é combater especulações sobre um possível default de El Salvador, em meio a relações tensas entre o país da América Central e o mercado de crédito tradicional, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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As críticas do FMI ao experimento de El Salvador começaram ainda no ano passado, mas se intensificaram em janeiro de 2022, quando o conselho executivo da instituição exigiu que o país latino abandonasse o status de moeda legal do Bitcoin (BTC), citando riscos financeiros e a novos passivos para a economia local.

Desde que adotou a cripto, os investimentos em Bitcoin do país caíram cerca de 55%, representando uma perda potencial de US$ 57,3 milhões, de acordo com dados do CoinDesk baseados nos anúncios de Bukele. Até agora, El Salvador já gastou US$ 103,9 milhões na moeda digital, a um preço médio de US$ 45.171 por moeda.

Para tentar contornar a situação, o governo planeja iniciar a operação de compra dos títulos soberanos em seis semanas, depois de finalizar a documentação necessária, disse Bukele no Twitter, acrescentando que o governo pagará o preço de mercado por cada papel no momento das transações.

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Segundo Bukele, El Salvador tem liquidez suficiente para pagar seus compromissos atuais em tempo hábil e comprar antecipadamente toda a sua dívida até 2025. Os títulos com vencimento em 2023 somam US$ 800 milhões, um valor semelhante apresentado pelos com prazo em 2025.

O congresso de El Salvador é controlado pelo partido de Bukele, Nuevas Ideas, que detém 64 dos 84 votos.

País pode abandonar Bitcoin

Em novembro, Bukele anunciou planos de emitir um “título Bitcoin” de US$ 1 bilhão que usaria o Liquid, um serviço baseado em Bitcoin criado pela Blockstream. No entanto, essa iniciativa foi adiada, segundo o ministro das Finanças de El Salvador, devido às condições desfavoráveis do mercado.

“Acreditávamos há muito tempo que a emissão bem-sucedida de títulos de bitcoin era improvável”, afirmam os analistas da Economist Intelligence Unit (EIU). Para a consultoria, mesmo que se materialize, o título provavelmente atrairia entusiastas de criptoativos, falhando portanto em gerar demanda sustentada por investidores institucionais.

Com o fracasso dos títulos de Bitcoin e sem acesso a crédito internacional, o governo começou a oferecer juros cada vez maiores para rolar a dívida, e até a abrir mão de receitas tributárias futuras para seguir atraindo investidores domésticos cada vez mais relutantes em continuar financiando o governo.

Na avaliação da consultoria EIU, o estado das finanças de El Salvador é preocupante e, por não conseguir fechar as contas, o presidente poderá se ver obrigado a recorrer ao FMI para garantir um acordo de US$ 1,3 bilhão para tirar a nação do buraco – e, com isso, abandonar a ideia de fazer do Bitcoin uma moeda nacional.

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