Efeito coronavírus no emprego dos EUA, PMIs e últimos resultados: o que acompanhar na próxima semana

Tudo que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar da recuperação do Ibovespa na última semana, os investidores seguem tensos com os rumos da economia global e isso deve manter as bolsas no mundo todo em clima de cautela nos próximos dias.

Entre os indicadores, alguns dados importantes serão publicados e devem mostrar com mais clareza como está sendo o impacto da crise do novo coronavírus nas diversas economias.

O principal dado neste sentido será o relatório de emprego dos Estados Unidos, conhecido como payroll, a ser divulgado na sexta-feira (3). A estimativa, segundo mediana compilada pela Bloomberg, é fechamento de 100 mil vagas, contra um resultado de 273 mil vagas criadas em fevereiro.

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Ainda sobre os impactos da pandemia, na China saem os números dos PMIs da indústria de março, que podem já trazer alguma indicação sobre uma possível retomada da segunda maior economia do mundo, que na última semana voltou a reabrir alguns locais conforme o vírus perde força no país.

No Brasil, o relatório Focus do Banco Central pode trazer novos cortes no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Além disso, também saem os números de PMIs e dados da indústria automobilística de março.

No mercado financeiro, a próxima semana também marca o fim da temporada de resultados corporativos de 2019. Entre os destaques, empresas como Even, Cemig, CVC e Centauro divulgam seus balanços.

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Luta contra o coronavírus

Por aqui, aumenta também o risco político, conforme o discurso do presidente Jair Bolsonaro se descola de governadores de estados, criando um atrito sobre como combater o surto do novo coronavírus.

O discurso de Bolsonaro contra o isolamento social ganhou força entre apoiadores e um dos grupos, o Avança Brasil, lançou uma campanha para que os trabalhadores retomem a vida normal na segunda-feira (30). Do outro lado, autoridades como o governador de São Paulo, João Doria, mantêm uma postura rígida de isolamento.

Enquanto isso, o Banco Central já disse ter um “arsenal” para usar no câmbio, mas por ora só tem atuado pontualmente, em momentos de disfuncionalidade.

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Nos juros, o Tesouro disse que continuará realizando seu programa de compra e venda de títulos públicos, com prazo indeterminado, sempre que observar disfuncionalidades nos negócios.

Por fim, governo e Congresso devem continuar agindo em sentido mais amplo para conter os efeitos econômicos da pandemia. Após a Câmara aprovar uma ajuda de R$ 600 aos mais necessitados, na sexta o BC anunciou novas medidas, entre elas a recompra de créditos das empresas – vista no mercado como uma iniciativa positiva uma vez que apenas a queda dos juros seria insuficiente para aliviar o setor produtivo.

Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores e resultados.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.