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Em meio a um ambiente aquecido, marcado por sinais de amadurecimento regulatório, um pipeline robusto de leilões e reequilíbrios contratuais já materializados, a Genial Investimentos iniciou a cobertura do setor de infraestrutura de transportes, incluindo as companhias Motiva (MOTV3, antiga CCR) e Ecorodovias (ECOR3).
Na visão da Genial, “o contexto é único e oportunístico”, em um setor que opera com concessões longas, players com maior expertise no mercado poderão aproveitá-lo principalmente para incrementar seu portfólio, além de focar em eficiência operacional e financeira.

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Diante desse cenário, a Genial Investimentos destaca preferência pelas ações da Ecorodovias (ECOR3), por conta de sua atuação totalmente concentrada no segmento de concessões rodoviárias e pela diversificação do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) entre os ativos atualmente operacionais — com projeção de crescimento médio anual (CAGR) de 9% entre 2024 e 2027.
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A corretora também ressalta a disciplina na gestão e alocação de capital, que sustenta uma alavancagem mais elevada (superior a 4,0 vezes Dívida Líquida/Ebitda), viabilizada por um custo de funding mais competitivo, com apoio do BNDES e estratégias de liability management.
Olhando para o futuro, a Genial Investimentos avalia que a Ecorodovias entrará em um ciclo de investimentos intensivos (Capex) ao longo dos próximos seis anos, impulsionado principalmente pela nova concessão da Nova Raposo, já contratada. Segundo a corretora, a companhia deve priorizar a maturação dos ativos recém-adquiridos em detrimento de novas aquisições, o que se reflete em uma postura menos agressiva nos leilões recentes e no foco estratégico sobre o portfólio atual.
A alavancagem, que estava em 3,9 vezes a relação Dívida Líquida/Ebitda ajustado no primeiro trimestre de 2025, deve subir para uma faixa entre 4,0 vezes e 4,5 vezes. Ainda assim, a Genial considera que a Ecorodovias possui uma estrutura financeira resiliente, capaz de acomodar o aumento do custo da dívida e as amortizações futuras.
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Com isso, o Genial iniciou a cobertura de Ecorodovias com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 11.
O JPMorgan, por sua vez, atualizou suas estimativas para a Ecorodovias (ECOR3), mantendo recomendação neutra para a ação. A revisão incorpora os novos termos do contrato da Ecovias 101, anunciados na semana passada, além de premissas macroeconômicas atualizadas.
Com isso, o JPMorgan elevou suas projeções de Ebitda em média 4% para os próximos três anos, e agora trabalha com estimativas que estão, em média, 1% abaixo do consenso da Bloomberg. O preço-alvo foi ajustado de R$ 8,00 para R$ 9,00, o que implica um potencial de valorização de 17%.
Na avaliação do JPMorgan, o desempenho de tráfego da companhia segue robusto, com alta de 5% no acumulado do ano em base comparável, superando de forma consistente as expectativas. As margens também têm ficado acima tanto das projeções do próprio banco quanto do consenso, com uma média de 1,7 ponto percentual de surpresa positiva nos últimos quatro trimestres.
Apesar disso, o banco pondera que parte desse bom desempenho já está refletida no preço atual da ação, que acumula alta de 81% no ano, frente à valorização de 36% da Motiva (MOTV3) e 16% do Ibovespa no mesmo período. Para MOTV3, a recomendação do banco é overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 18,50.
O JPMorgan acredita que o mercado deve continuar atento à estratégia de alocação de capital da Ecorodovias, principalmente porque a alavancagem projetada permanece acima de 4,0x Dívida Líquida/Ebitda pelos próximos seis anos. O Capex total previsto é de R$ 53 bilhões — valor bastante expressivo quando comparado à capitalização de mercado da companhia, de R$ 5,3 bilhões. Por isso, o banco reforçou a recomendação neutra, com a ação sendo negociada a uma taxa interna de retorno (TIR) estimada em 12%.
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Em termos de números, o JPMorgan projeta para 2025 uma receita líquida (ex-construção) de R$ 7,476 bilhões, Ebitda de R$ 5,462 bilhões (1% abaixo do consenso) e lucro líquido de R$ 729 milhões (5% abaixo).
Sobre a Ecovias 101, o banco destacou que a concessão, localizada entre os estados da Bahia e do Espírito Santo e com extensão de 478 km, foi renegociada dentro de um processo competitivo. O novo contrato estende a concessão por mais 10 anos, até 2048, com investimentos totais estimados em R$ 7,1 bilhões (valores de 2023), incluindo a duplicação de 173 km da rodovia. O JPMorgan aponta que, a partir de 2026, estão previstos reajustes tarifários anuais de dois dígitos, condicionados à execução do plano de investimentos.
Motiva (MOTV3)
A Genial Investimentos também iniciou a cobertura das ações da Motiva com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 18,00, destacando quatro pilares principais para a tese de investimento: eficiência operacional, crescimento seletivo, resiliência dos ativos e simplificação estratégica do portfólio.
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Segundo os analistas, a companhia está em um ciclo consistente de ganho de eficiência, com expectativa de redução da relação entre OPEX caixa e receita líquida de cerca de 40% em 2024 para 37% em 2025 e 2026 — com meta de atingir 35% até 2035. Esse movimento é impulsionado por ações como a descontinuidade de concessões deficitárias (como Barcas), recontratação de contratos (caso da MSVia), novos contratos de energia, digitalização dos sistemas e uso estratégico de aditivos regulatórios.
No campo do crescimento, a Genial destaca a incorporação recente de concessões relevantes, como Sorocabana e PRVias, que devem contribuir com até R$ 1 bilhão em Ebitda adicional nos próximos cinco anos, representando um crescimento médio anual (CAGR) estimado de aproximadamente 12%.
A corretora também ressalta a resiliência das principais concessões operadas pela Motiva, com destaque para a Autoban, responsável por cerca de 33% do Ebitda consolidado em 2024, além do potencial de geração de valor adicional a partir de pleitos regulatórios ainda em discussão.