Economia do Brasil deve registrar década de crescimento mais fraco em 120 anos, diz estudo

De acordo com o estudo do IBRE/FGV, de 2011 a 2020, o crescimento médio da economia deve ser de apenas 0,9% ao ano, ante 1,6% da "década perdida" de 1980

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Mesmo registrando recuperação após o biênio 2015-2016 de forte queda, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro ainda não encontrou as forças necessárias para se recuperar dos anos de recessão.

Enquanto isso, o mercado vem revisando constantemente para baixo a expectativa de alta para o PIB deste ano e do próximo: de acordo com o último relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, o PIB deve crescer apenas 2% este ano, sendo a quarta revisão para baixo do indicador. Para o ano que vem, a expectativa do é que a economia expanda em 2,78% (ante estimativa anterior de alta de 2,80%). 

E tais números devem trazer uma notícia bastante ruim para a economia brasileira no final do ano que vem, conforme apontou um estudo realizado pelo IBRE/FGV (Instituto Brasileiro de Economia/Fundação Getulio Vargas).

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De acordo com o estudo, de 2011 a 2020, o crescimento médio da economia deve ser de apenas 0,9% ao ano. Assim, se essa estimativa se confirmar, a atividade brasileira registrará um período mais fraco de crescimento do que o registrado nos anos 1980, na conhecida “década perdida”. Naquele período, o PIB avançou em média apenas 1,6% ao ano no período. Com isso, a atividade brasileira teria a menor taxa média de crescimento dos últimos 120 anos. 

O estudo da FGV relaciona essa fraqueza da economia brasileira com a piora na política macroeconômica a partir de 2014. Isso levou à recessão histórica de 2015 e 2016, com quedas respectivas do PIB de 3,5% e 3,3%. Somam-se a esses fatores a desaceleração global da atividade, a greve dos caminhoneiros e as incertezas eleitorais de 2018, que afetaram a retomada já lenta da economia brasileira. 

“Houve uma grande desarrumação da economia nesta década. Os erros de política econômica levaram a uma queda muito forte do PIB em alguns anos e agora produzem uma lenta recuperação”, destacou o pesquisador e responsável pelo estudo, Marcel Balassiano, de acordo com informações do G1.

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O levantamento usa como base a série histórica do PIB apurada pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada e as projeções para 2019 e 2020 do Focus.

Vale destacar que o governo, ainda que mais otimista, tem acompanhado as revisões para baixo do mercado nas estimativas para a economia. Na última sexta-feira, a equipe econômica revisou para baixo a projeção para o crescimento do PIB  em 2019, de 2,5% para 2,2%, de acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.