E se tivermos mesmo uma recessão global? Estas são as 5 ações para comprar, segundo o Itaú BBA

Carteira defensiva busca ganhar com o mercado bullish no Brasil ao mesmo tempo em que se protege das tensões externas

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O risco externo se consolidou como a principal preocupação do investidor no Brasil. A guerra comercial entre Estados Unidos e China exacerba uma situação de desaquecimento na economia global, que pode levar o mundo a uma recessão em breve. 

No entanto, os analistas Marcos Assumpção, Jorge Gabrich, André Dibe, Lucas Tambellini e Guilherme Reif, do Itaú BBA, escrevem em relatório que ainda estão otimistas com o Ibovespa.

Para eles, as empresas brasileiras devem ter lucros cada vez maiores por conta da taxa de juros mais baixa, que reduz as despesas financeiras ao mesmo tempo em que estimula a atividade econômica e força uma migração do capital da renda fixa para o mercado de ações em busca de rendimentos mais elevados. 

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Os analistas ressalvam que esse cenário positivo não significa que qualquer ação da Bolsa brasileira terá boa performance. O cenário externo deve sim impactar os ativos por aqui, o que reforça a necessidade de que o investidor deixe seu dinheiro aplicado em uma carteira defensiva, que poderá ter um desempenho melhor em momentos de crise. 

“O Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo, com abertura comercial (exportações mais importações) representando 24% do [Produto Interno Bruto] PIB. Pode-se argumentar que o Brasil passaria incólume por um ambiente global mais difícil. Porém, temos dados que mostram como a economia do País tem correlação com as tendências globais”, destaca o relatório do Itaú. 

Para ganhar dinheiro na Bolsa, mas ainda se protegendo dos riscos nesta situação limite, os analistas do Itaú BBA recomendam uma carteira com os papéis de Ambev (ABEV3), Bradesco (BBDC4), Carrefour (CRFB3), Hapvida (HAPV3) e RD – antiga Raia Drogasil – (RADL3).

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Em estudo, o Itaú BBA fez um estudo mostrando a correlação entre o crescimento global e os PIBs setoriais brasileiros. Dentre todos, os mais protegidos contra uma crise internacional foram alimentos & bebidas, saúde & educação e telecomunicações. 

O setor financeiro também sai bem na foto, graças à pouca correlação com o crescimento global e a elasticidade limitada da sua demanda.

Por outro lado, o investidor deve, para os analistas, correr de indústria, comércio e logística. Além da correlação alta com o desempenho da economia internacional, são setores muito expostos a importações e são mais integrados à cadeia global de valor. 

Assim, a Ambev se destaca nos segmentos de cerveja e outras bebidas como mais resistente a ciclos negativos. Além disso, os analistas lembram que a companhia incrementou seu portfolio de marcas de valor mais baixo e deve perder menos fatia de mercado caso o Brasil sofra com a crise lá fora. 

Bradesco, por sua vez, é visto como uma boa alternativa por conta da exposição do banco ao segmento de varejo, que é mais diversificado. O múltiplo preço da ação dividido por lucro por ação também está atrativo, operando em 10 vezes. 

Carrefour aparece aqui como uma alternativa para captar a expansão do varejo de alimentos no País. “Nós entendemos que a ação já opera com prêmio em relação aos pares, mas em um cenário mais difícil, deve continuar a ter uma performance acima da média do mercado”, explica a equipe do Itaú. 

Em saúde, RD se mostra atrativa por causa do “turnaround” depois de dois anos muito difíceis entre 2017 e 2018. “O segundo trimestre de 2019 começou a mostrar sinais de que o pior ficou para trás. Nós acreditamos que o setor de farmácia deve manter uma demanda estável em um cenário de estresse.”

Por fim, Hapvida ganha destaque por ser mais eficiente que seus concorrentes entre os planos de saúde. “Verticalização e controle de protocolo permitem que a companhia ofereça um menor ticket médio com margens mais altas”, resume o Itaú BBA. 

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.