“É preciso uma catástrofe para a LLX não funcionar”, diz presidente da Wärtsilä

Executivo destaca: a sua empresa tem confiança total na parceria que acabou de firmar para os próximos 30 anos, que contará com a instalação de uma planta na região, com um investimento de 20 milhões de euros

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O mercado anda preocupado com as empresas de Eike Batista e trata-as com medo, algo que as vezes nem sempre é racional – dada a qualidade de algum dos projetos e a necessidade dos mesmos. “É preciso uma catástrofe para a LLX Logística (LLXL3) não funcionar”, diz Robson Campos, presidente da Wärtsilä Brasil, que firmou um acordo com a empresa de logística do Grupo EBX nesta sexta-feira (15). 

O executivo destaca: a sua empresa tem confiança total na parceria que acabou de firmar para os próximos 30 anos, que contará com a instalação de uma planta na região, com um investimento de € 20 milhões. “O projeto da LLX não é contaminado pelos outros, a confiança é total no Superporto do Açu, é um projeto estruturante e muito sólido em uma área extremamente carente para o Brasil, acompanhamos as obras por um ano e meio antes de firmar a parceria, conversamos com toda a gestão da empresa e isto nos deu um conforto enorme”, afirma.

Além disso, mais um contrato firmado melhora as condições da LLX e viabiliza ainda mais o projeto, principalmente com uma empresa como a Wärtsilä, multinacional finlandesa das áreas de construção naval e energia, presente em mais de 70 países. “A Wärtsilä é uma empresa muito estável, mas a LLX tem projetos até muito maiores que os nossos”, salienta o executivo brasileiro.  

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Grupo está lá para ficar
Para ele, não há problemas pelo fato de que o projeto é tocado por uma empresa Eike Batista, cuja credibilidade está em baixa no mercado – já que não há uma contaminação das empresas “problemáticas” na LLX. “Eu acompanho pela mídia toda a questão da OGX Petróleo (OGXP3) e eu entendo a LLX como uma empresa a parte, não tenho como julgar a gestão das empresas do Eike. Mesmo pelo fato de que, vamos supor, se o grupo EBX quebrar, vai haver um investidor disposto a assumir aquele projeto”, destaca.

Os problemas de execução nas outras empresas, com atrasos, não tiram o sono de Campos, que não tem receio em relação aos atrasos e tem um plano B – que não envolve abandonar o Superporto de Açu. “Se houver algum atraso, vamos gerenciar isso, é um plano de plano de longuíssimo prazo que começa no curto. O prazo é muito importante para nós, mas não temos planos para abandonar o Superporto de Açu, estamos lá para ficar”, afirma.

Projetos como esses são importantes
Campos salienta a importância desse projeto para a economia nacional, já que fortalece a logística integrada, uma área de infraestrutura que o Brasil ainda é muito deficitário. O executivo vê o Superporto do Açu como uma oportunidade única para uma multinacional se instalar no Brasil, já que além de ser um excelente projeto, está bem localizado – no Rio de Janeiro, região sudeste do Brasil. Mesmo por conta disso, o plano B não envolve sair de Açu, cujas condições são as mais favoráveis.

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A qualidade do projeto impressiona o presidente da Wärtsilä no Brasil, algo que o fez escolher esse projeto para instalar a nova fábrica da empresa. “A logística intregrada é muito importante, não adiante só fazer o porto, tem que fazer ferrovias e rodovias para escoar a produção. O Superporto de Açu tem isso, tem porto, tem a área industrial, tem canais navegáveis, tem uma retroárea fantástica”, afirma.

Parceria pode se fortalecer no longo prazo
Conta favoravelmente o fato de que a Wärtsila e o EBX são grupos com interesses muito próximos – já que os mercados em que a empresa finlandesa atua, como energia e construção naval. “Temos interesse em estar por perto em todos os segmentos que o grupo EBX trabalha”, afirma. 

Os dois já possuem parceria nesses segmentos, com a Wärtsilä construindo uma usina térmica para a MPX Energia (MPXE3) no Maranhão e vários contratos com a OSX Brasil (OSXB3) a respeito de construções navais, enquanto a relação se inverte com logística, onde a Wärtsilä é o cliente. “Essa parceria só tende a crescer no futuro, com certeza”, salienta Campos. 

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No momento, porém, a opção é por permanecer apenas com essa relação de cliente e prestador de serviço – e a Wärtsilä não deve ser a sonhada empresa estrangeira a realizar um aporte nas empresas de Eike Batista, algo que tem sido comentado no mercado. “Virar sócio do grupo EBX é algo que ainda não foi pensado, mas acredito que não, já que a empresa não teria interesse nesse tipo de diversificação”, finaliza o executivo.