Dow Jones cai 2% e Nasdaq recua 3% com novo sell off de techs; Tesla afunda 10% com anúncio e processo contra o governo

Apple e Amazon puxam desempenho negativo das empresas de tecnologia com quedas de mais de 4%

Rodrigo Tolotti

(Getty Images)

Publicidade

SÃO PAULO – Após esboçarem nova alta na abertura, os índices americanos de ações viraram para forte queda durante esta quarta-feira (23), voltando a serem pressionados pelos papéis de companhias de tecnologia.

O Dow Jones fechou com perdas de 1,92%, aos 26.763 pontos, enquanto o S&P 500 caiu 2,37%, para 3.236 pontos. O pior desempenho ficou para o Nasdaq, com queda de 3,02%, a 10.632 pontos.

O grupo das grandes techs voltaram a cair forte hoje, como a Apple e Amazon, com perdas de mais de 4% cada uma. O Facebook recuou 2,25%, enquanto a Alphabet (dona do Google) teve queda de 3,45%.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A Tesla, por sua vez, desabou 10,34% após o CEO da empresa, Elon Musk, fez uma apresentação em que trouxe uma série de novidades para as baterias dos carros elétricos da empresa. Apesar de serem vistas como boas melhorias, os investidores desanimaram com a expectativa de que a produção em larga escala destas baterias só deva ocorrer após 2022.

Além disso, as ações da empresa de veículos elétricos terminaram o pregão bastante pressionadas com a notícia de que a Tesla está processando o governo dos EUA para derrubar as tarifas impostas pelo país contra a China.

Com o recente sell-off do mercado, analistas têm debatido a mudança dos investimentos, até então em empresas chamadas de crescimento, como as de tecnologia, para as conhecidas como cíclicas.

Continua depois da publicidade

“Essa rotação de ações de tecnologia para ações cíclicas aumentou em setembro”, disse Art Hogan, estrategista-chefe de mercado da National Securities, ao site CNBC. Segundo ele, “setembro é um mês historicamente difícil e este tem sido um atoleiro de ventos contrários. Hoje é um reflexo disso”.

Em relatório, Adam Crisafulli, da Vital Knowledge, também levantou essa questão do crescimento versus cíclico e apontou que o sentimento está “azedando” nos dois lados neste momento, indicando o cenário de fortes vendas dos investidores.

Além disso, o noticiário também segue mais negativo. Além das grandes incertezas sobre novos estímulos fiscais, o número de casos crescente de coronavírus na Europa, como no Reino Unido, estão pesando com o risco de uma nova onda levando a realização de lockdown em alguns países.

Enquanto isso, alertas de dirigentes do Federal Reserve sobre a necessidade de estímulos para sustentar a recuperação da economia em meio ao impasse sobre novas medidas no Congresso dos EUA voltaram a pesar sobre os ativos globais.

Entre os indicadores, o IHS Markit composto dos EUA caiu de 54,6 pontos em agosto para 54,4 pontos em setembro. Apesar do número ainda estar acima de 50 pontos, o que indica expansão da atividade econômica, o recuo é sintoma de uma desaceleração nessa retomada.

Destrinchando o dado, o IHS de serviços recuou de 55 pontos para 54,6 pontos, abaixo da mediana das projeções dos economistas compilada pela Reuters, que apontava para uma desaceleração menor, aos 54,7 pontos. Já o IHS de manufatura subiu de 53,1 pontos em agosto para 53,5 pontos em setembro, acima da mediana das expectativas, que era de estabilidade no indicador.

Do Zero ao Gain: intensivo gratuito de 4 dias com André Moraes ensina como extrair seu primeiro lucro na Bolsa. Clique aqui para se inscrever

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.