Dona da Ambev vende 5 marcas por US$ 7,8 bi; acordo de leniência da Gol e mais 8 notícias no radar

Confira os principais destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (13)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo está carregado nesta terça-feira (13) com destaque para a venda de marcas de cerveja pela AB InBev, controladora da Ambev e o acordo de leniência da Gol por envolvimento em pagamentos ilícitos ao ex-deputado Eduardo Cunha. Novidades também sobre a situação da PDG Realty e o IPO da construtora Tenda, controlada pela Gafisa, além de alterações em quatro recomendações de compra de papéis.

Leia abaixo os destaques corporativos desta terça-feira:

Ambev (ABEV3)
A AB InBev (controladora da Ambev) anunciou um acordo para vender cinco de suas marcas de cerveja da Europa Oriental para a japonesa Asahi por US$ 7,8 bilhões. A venda ajudará a AB InBev a obter a aprovação dos reguladores europeus para a aquisição da SABMiller, além de dar à marca de cerveja japonesa um peso internacional. 

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A Asahi, uma das principais cervejeiras do seu mercado doméstico, vai adquirir marcas na República Checa, Polônia, Hungria, Eslováquia e Romênia. O negócio surpreendeu especialistas e investidores. A Asahi disse anteriormente que tinha programado gastar entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões para aquisições no exterior, mas foi forçado a gastar o dobro dessa quantia para derrotar os concorrentes, incluindo a empresa de private equity Bain Capital.

O acordo é o segundo maior já registrado na indústria de alimentos e bebidas feito por uma empresa japonesa, perdendo apenas para o acordo de US$ 16 bilhões da Suntory Holdings com a fabricante de licores Beam em 2014. A Asahi já comprou algumas marcas de cerveja européias, incluindo a Peroni e a Grolsch, por 2,55 bilhões de euros da SABMiller.

Gol (GOLL4)
A companhia aérea Gol informou na noite de segunda que firmou um acordo de leniência com o Ministério Público Federal no qual se compromete a pagar multas de R$ 12 milhões. A empresa foi citada na ocasião do pedido de prisão do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em outubro, encaminhado ao juiz Sérgio Moro pelo MPF.

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Em comunicado, a Gol afirma que contratou uma auditoria externa para apurar o assunto, que ainda não foi finalizada. Pelo acordo, a Procuradoria se compromete a não propor ações penais ou cíveis pelos fatos revelados contra a companhia aérea ou seus proprietários e empregados.

Procuradores do MPF mencionaram que buscas realizadas na Operação Lava Jato, sob condução da PGR (Procuradoria-Geral da República), mostraram depósitos decorrentes de empresas de Nenê Constantino, dono da Gol Linhas Aéreas e de outras empresas de transporte urbano, para Cunha por meio das empresas C3, Jesus.com e GDAV.

“Em suma, praticamente todos os depósitos identificáveis na Jesus.com e na GDAV indicam uma só origem: o grupo econômico Constantino que comanda a empresa Gol Linhas Aéreas e diversas empresas de ônibus. Não há indício de que as empresas Jesus.com e GDAV tenham prestado algum serviço efetivo de publicidade compatível com os valores depositados”, diz o pedido de prisão de Cunha.

Gafisa (GFSA3)
Os potenciais investidores na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da construtora Tenda sinalizaram interesse na operação se o preço ficar no piso da faixa estimada, disseram duas pessoas familiarizadas com a operação à Reuters.

Segundo as fontes, vários grandes investidores que se reuniram com a Gafisa, dona da Tenda, e os bancos envolvidos no negócio nos últimos dias disseram que a operação ficaria bastante razoável a R$ 12,50 por ação ou menos. O teto da faixa foi fixado em R$ 16,50 por ação.

Se a demanda dos investidores não se traduzir em ordens firmes, os bancos coordenadores podem dar preferência aos acionistas da Gafisa na alocação das ações da Tenda, disse uma das fontes, acrescentando que a Gafisa não está disposta a baixar o preço previsto para o IPO.   

A Gafisa, que colocou 40 milhões de ações da Tenda à venda na oferta, se recusou a comentar. A situação revela como a turbulência política está mantendo os investidores cautelosos com novas ofertas de ações.

Na semana passada, a Gafisa adiou por um dia a data de precificação do IPO da Tenda, dizendo que as negociações com os investidores deveriam durar mais do que o esperado. Muitos investidores, principalmente empresas locais de investimento, recusaram o valor almejado da Gafisa pela Tenda de pelo menos R$ 1,2 bilhão, acrescentaram as fontes.

Um IPO bem sucedido de Tenda seria o primeiro de uma construtora desde a estréia de Direcional em novembro de 2009. As ações da Tenda devem ser negociadas sob o símbolo “TEND3”.

A operação pode ser incrementada com a venda de lotes adicionais e suplementares de 6 milhões e 8 milhões de ações, respectivamente. A colocação dessas parcelas geralmente depende da demanda dos investidores pela operação.

Raia Drogasil (RADL3)
O Conselho de Administração da Raia Drogasil aprovou a distribuição de juros sobre capital próprio no valor de R$ 0,151820212, valor que não sofrerá nenhuma atualização monetária, segundo a companhia. O pagamento deve ser feito até o dia 30 de maio de 2017, em data oficial que ainda será anunciada. Os papéis passam a ser negociados na forma “ex” no dia 16 de dezembro.

Valid (VLID3)
Outra companhia que anunciou o pagamento de juros sobre capital próprio foi a Valid, que pagará o montante bruto de R$ 30.437.208,00, equivalente ao valor bruto de R$ 0,470588228 por ação, os quais estão sujeitos à incidência de imposto de renda retido na fonte e alíquota aplicado a cada caso. De acordo com a companhia, o pagamento será realizado em duas parcelas, sendo a primeira em 28 de dezembro, no valor de R$ 0,235294114, enquanto a segunda será em 27 de janeiro de 2017, no valor de R$ 0,235294114, ambas com base na posição acionária de 15 de dezembro. Com isso, os papéis passam a ser negociados na forma “ex” a partir de 16 de dezembro.

Lojas Renner (LREN3)
A companhia de varejo Lojas Renner aprovou hoje o pagamento a acionistas de R$ 46,6 milhões em juros sobre capital próprio, o correspondente a R$ 0,07 por ação. O pagamento será realizado até dez dias depois da assembleia geral ordinária de 2017, aos acionistas com posição em 15 de dezembro. As ações da Lojas Renner passarão a ser negociadas ex-juros em 16 de dezembro.

Além disso, a companhia informou que encerrou nesta segunda-feira o programa de recompra de ações anunciado em 17 de dezembro de 2015, onde foram adquiridas um milhão de ações ordinárias, ao preço médio de R$ 19,01.

Além disso, também foi aprovado um novo programa de recompra de ações, que poderão ser feitas no prazo de até 18 meses, com início amanhã e término em 13 de junho 2018. O plano permite a aquisição de até um milhão de ações, representativas de 0,16% das ações em circulação no mercado, que atualmente são de 636.176.370 ações.

São Martinho (SMTO3)
A São Martinho também anunciou um novo programa de recompra de ações, com objetivo de “fazer frente às obrigações decorrentes do plano de incentivo de longo prazo para seus executivos e manutenção em tesouraria”. O plano prevê a aquisição de até 3 milhões de ações. As aquisições deverão ser feitas em até 12 meses, a partir de hoje, encerrando-se em 12 de dezembro de 2017.

PDG Realty (PDGR3)
Após notícias na última semana de que a PDG estaria próxima de anunciar seu pedido de recuperação judicial, a companhia esclareceu que “seus assessores continuam explorando ativamente um conjunto de alternativas para otimizar a estrutura de capital da companhia, reforçar seu capital de giro e preservar sua capacidade de cumprir compromissos com terceiros”.

Além disso, a empresa afirmou em nota que “as alternativas consideradas são variadas e contemplam esforços da companhia para realizar a venda de ativos, obter novas linhas de financiamento e descruzar participações societárias, com a finalidade de atingir os objetivos da reestruturação de suas dívidas”. Por fim, a PDG diz que não há até o momento nenhuma decisão sobre um possível pedido de recuperação judicial.

Recomendações
Destaque também para as mudanças nas recomendações de compra de diversos papéis. O Itaú BBA alterou a recomendação da Arezzo (ARZZ3) para outperform (desempenho acima da média do mercado) e alterou o preço-alvo da Ourofino (OFSA3) para o fim de 2017 de R$ 42 para R$ 30, mantendo a recomendação de market perform (em linha com a média do mercado). O Santander elevou a Cielo (CIEL3) de underperform (desempenho abaixo da média do mercado) para manutenção, a Multiplus (MPLU3) de underperform para compra e a Valid (VLID3) de manutenção para compra. Já o Itaú Unibanco (ITUB4) foi elevado de manutenção para compra pelo Santander. Já o Banco do Brasil (BBAS3) teve seu preço no fim de 2017 elevado de R$ 26,00 para R$ 31,50, com recomendação outperform mantida pelo Itaú BBA. 

Atompar (ATOM3)
Na última quarta-feira (7), a Atom anunciou que, após mais de um ano de luta, conseguiu sair da recuperação judicial. Porém, menos de uma semana após a tão esperada notícia, o presidente da companhia, Joaquim Paifer, renunciou ao cargo na noite de ontem.

Segundo comunicado ao mercado, por conta exatamente da saída da recuperação judicial – e buscando entrar no novo mercado -, foi apresentada uma proposta de novas diretrizes para a companhia em que os cargos de Diretor Presidente e Presidente do Conselho de Administração sejam ocupados por pessoas diferentes, atualmente cargos ocupados por Joaquim Paifer.

Por isso, ele decidiu renunciar à presidência da empresa, que passará a ser ocupada por sua irmã e diretora de Relação com Investidores, Ana Carolina Paifer. Joaquim, com isso, passará a ser apenas presidente do conselho de administração da Atom.

“E agora eu fico apenas com a presidência do conselho, onde cuidarei dos assuntos estratégicos da companhia e poderei me dedicar muito mais à área de trading”, disse Joaquim em carta aos investidores. “Isso também abre um importante caminho para a companhia que pensa em melhorar seu nível de governança corporativa”, explica.

“Nos últimos meses tivemos diversas iniciativas para estudar as medidas necessárias para caminharmos para o novo mercado. Os estudos ainda são preliminares, mas a minha saída da presidência e o fato de só ter ações ‘ON’ emitidas já são grandes passos, assim como outros que estamos explorando”, conclui Joaquim.

Com Reuters

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.