Dólar volta a subir em meio à instabilidade nos mercados e fecha a R$ 1,701

Possível corte de rating espanhol derrubou os ânimos dos mercados; por aqui, indicadores e aprovação de Tombini ficaram em foco

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SÃO PAULO – Ganhando forças com a piora no humor dos mercados, o dólar comercial voltou a fechar em alta após duas sessões consecutivas de queda, terminando esta quarta-feira (15) cotado na venda a R$ 1,701 – variação positiva de 0,35%. Por aqui, nova intervenção do Banco Central, agenda econômica movimentada e aprovação do novo presidente do BaCen ficaram em evidência.

Foi aprovada pelo Senado brasileiro, por 37 votos contra 7, a indicação de Alexandre Tombini para o cargo de presidente do Banco Central. O escolhido para suceder Henrique Meirelles, que esteve à frente do BC durante os oito anos de mandato do governo Lula, deve assumir o cargo no dia 1º de janeiro, após a posse da presidente eleita Dilma Rousseff.

Panorama doméstico
O BaCen voltou a comprar dólares no mercado cambial à vista via leilão. A operação desta quarta-feira ocorreu entre 15h42 e 15h47 (horário de Brasília) e teve uma taxa de corte aceita em R$ 1,7014. A autoridade monetária informou ainda que já adquiriu US$ 879 milhões por meio dessas intervenções nas primeiras duas semanas de dezembro.

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O Banco Central divulgou também o fluxo cambial, mostrando que até o dia 15 a entrada de dólares no Brasil superou a saída em US$ 32 milhões; e o IBC-Br, o índice mensal de atividade do BC, que teve baixa de 0,03% na passagem de setembro para outubro, mas apontou alta de 4,23% na comparação entre setembro de 2009 e de 2010.

Referências internacionais
No front internacional, destaque para o possível rebaixamento do rating da Espanha, após a Moody’s, uma das principais agências de classificação de risco do mundo, colocar a nota em revisão com viés negativo. A notícia revive os temores relativos à crise das dívidas soberanas no continente, contudo desta vez envolve uma economia de maior expressão.

Nos EUA, destaque para os dados positivos da indústria. O NY Empire State Index, que mede a atividade industrial de Nova York, subiu de 11,14 pontos negativos para 10,57 pontos positivos entre novembro e dezembro, superando a expectativa dos analistas, de 3,0 pontos positivos. A produção industrial norte-americana, bem como a capacidade instalada, também tiveram resultados melhores que o esperado em novembro.

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Dólar: instabilidade permanecerá em 2011
Assim como foi visto no ano de 2010, o cenário para o dólar em 2011 deverá permanecer bastante conturbado. Embora a expectativa de que a Selic volte a subir em 2011 – trazendo consigo um maior fluxo de divisas estrangeiras para o País -, fatores internos deverão limitar novas quedas da moeda norte-americana frente ao real, acreditam os analistas.

Dólar a R$ 1,701
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,6990 na compra e R$ 1,7010 na venda, alta de 0,35% em relação ao fechamento anterior. Apesar desta alta, o dólar acumula desvalorização de 0,76% em dezembro, frente à alta de 0,65% registrada no mês passado. No ano a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 2,31%.

Dólar futuro na BM&F e dólar pronto
Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em janeiro segue o dia cotado a R$ 1.709, alta em relação ao fechamento de R$ 1.702 da última segunda-feira. O contrato com vencimento em fevereiro, por sua vez, opera em alta, atingindo R$ 1.720 frente à R$ 1.717 do fechamento de segunda-feira.

O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,7000000.

FRA de cupom cambial
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 1,74 para fevereiro de 2011, 0,07 ponto percentual acima do que foi registrado na sessão anterior.