Dólar tem leve baixa, a R$ 4,90, com investidores à espera de relatório de emprego dos EUA

Tanto o relatório da ADP quanto os dados de auxílio desemprego sustentaram o movimento de alta dos rendimentos dos Treasuries nesta quinta-feira

Reuters

Dólar e Real (Foto: Getty Images)

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SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista oscilou próximo da estabilidade durante praticamente toda a sessão, para depois encerrar a quinta-feira em leve baixa ante o real, com investidores mantendo posições antes da divulgação, na sexta-feira, dos dados do relatório de empregos “payroll” nos Estados Unidos.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9073 na venda, em baixa de 0,19%. Nos três primeiros dias úteis de janeiro, porém, a moeda norte-americana acumula alta de 1,15%.

Na B3, às 17:14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,26%, a R$ 4,9255.

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Com as articulações políticas praticamente congeladas em Brasília em função do recesso parlamentar, a agenda norte-americana ganhou ainda mais importância nos últimos dias, com investidores atentos às indicações sobre quando o Federal Reserve iniciará seu processo de corte de juros — o que, em tese, pode pesar sobre o dólar na comparação com outras moedas.

Na manhã desta quinta-feira, o Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou que foram abertas 164.000 vagas de emprego no setor privado dos EUA no mês passado, a maior leitura mensal desde agosto. Economistas consultados pela Reuters esperavam criação de 115.000 vagas em dezembro.

Já os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA caíram 18.000 na semana encerrada em 30 de dezembro, para 202.000 em dado com ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters previam 216.000 pedidos para a última semana do ano.

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Tanto o relatório da ADP quanto os dados de auxílio desemprego sustentaram o movimento de alta dos rendimentos dos Treasuries nesta quinta-feira, com investidores moderando as expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve em março.

Neste cenário, o dólar oscilou entre uma mínima de R$ 4,9043 (-0,25%) às 9h28 e uma máxima de R$ 4,9372 (+0,42%) às 11h30. No entanto, a divisa se reaproximou da estabilidade no início da tarde.

Por trás do movimento estava a cautela antes da divulgação do payroll — relatório de empregos mais importante dos EUA – na sexta-feira.

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“O mercado está de olho no que vai sair no payroll. Na ata (divulgada na quarta-feira), o Fed, por mais que tenha dito que a inflação aparentemente está sob controle, não deu indícios de quando será o corte da taxa de juros nos EUA”, avaliou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

“Acredito que muitos investidores já tenham se posicionado no fim de ano, fazendo proteções, então eles aguardam pela divulgação do payroll”, acrescentou Avallone, ao justificar a oscilação do dólar em margens estreitas ante o real nesta quinta-feira.

Durante a tarde, o Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 13,057 bilhões em dezembro, mas acumulou no ano passado a maior entrada líquida de dólares em 11 anos, de US$ 11,431 bilhões, refletindo o bom resultado da balança comercial.

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Em uma sessão em que a liquidez também foi reduzida, com muitos participantes do mercado ainda em férias, o BC vendeu 13.600 contratos da oferta total de 16.000 contratos de swap cambial tradicional para rolagem dos vencimentos de março.

Na B3, às 17:14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,26%, a R$ 4,9255.

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