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Dólar cai 1,5%, a R$ 5,78, com falas de Haddad e desmonte parcial de “Trump trade”

Investidores acompanharam de perto os desdobramentos da reunião em Brasília entre o ministro e o presidente

Equipe InfoMoney

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Após se aproximar dos 5,90 reais na sessão anterior, o dólar recuou mais de 1% ante o real nesta segunda-feira, para abaixo de 5,80 reais, após o governo Lula indicar que as medidas de contenção de gastos devem ser anunciadas nesta semana, enquanto no exterior a moeda norte-americana também cedia na véspera da eleição presidencial dos EUA.

Mais cedo, a moeda operava em forte baixa em relação ao real, revertendo os fortes ganhos da sessão anterior, quando a divisa americana fechou na maior cotação em quase 4 anos e meio, depois que ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que as medidas de contenção de gastos públicos estão “muito avançadas” do ponto de vista técnico e afirmou acreditar ser possível apresentar as iniciativas nesta semana.

Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista fechou o dia com baixa de 1,48%, cotado a 5,7833 reais, depois de ter atingido na sexta-feira o maior valor de fechamento desde 13 de maio de 2020. No ano, porém, a divisa acumula alta de 19,20%.

Às 17h03, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,69%, a 5,7930 reais na venda.

Leia também: Dólar pode seguir se valorizando com juros altos por mais tempo nos EUA?

Dólar comercial

Dólar turismo

O que aconteceu com dólar hoje?

A moeda norte-americana já abriu o dia em queda ante o real, com o mercado repercutindo positivamente o cancelamento da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa, para que ele se dedicasse a “temas domésticos”, conforme nota divulgada pelo ministério no domingo.

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Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que a permanência de Haddad em Brasília foi um sinal positivo emitido pelo governo, o que fazia o dólar e as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) despencarem.

O otimismo dos investidores foi reforçado no fim da manhã após Haddad afirmar que as medidas fiscais discutidas pelo governo estão “adiantadas” e que teria uma reunião sobre o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda nesta segunda-feira. Haddad deixou a Fazenda e foi para o Planalto no meio da tarde.

O cenário eleitoral dos EUA era outro fator que reforçava o viés de baixa do dólar ante o real. No fim de semana, uma pesquisa mostrou a democrata Kamala Harris com 47% das intenções de voto em Iowa, um reduto tradicional dos republicanos, contra 44% de seu adversário, Donald Trump.

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O resultado do levantamento está dentro da margem de erro, de 3,4 pontos percentuais, mas abriu espaço para que operadores desmontassem parte das operações que precificavam vitória de Trump. Assim, o dólar cedia ante praticamente todas as demais divisas e os rendimentos dos Treasuries tinham baixas firmes.

Às 17h09, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,06%, a 103,880.

O avanço firme do minério de ferro e do petróleo no exterior — dois produtos importantes da pauta exportadora brasileira — eram um terceiro fator para o fortalecimento do real frente ao dólar.

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Neste cenário, após registrar a cotação máxima de 5,8387 reais (-0,22%) às 9h12, pouco depois da abertura, o dólar à vista marcou a mínima de 5,7562 reais (-1,94%) às 13h14 — antes mesmo de Haddad ter ido ao encontro de Lula no Planalto para tratar das medidas fiscais.

Pela manhã o relatório Focus do Banco Central mostrou que a mediana das projeções do mercado para o dólar no fim de 2024 passou de 5,45 para 5,50 reais. A projeção de inflação neste ano foi de 4,55% para 4,59% e para o próximo ano passou de 4,00% para 4,03% — em ambos os casos acima do centro da meta de inflação, de 3%.

No fim da manhã o BC vendeu 14.000 contratos de swap cambial tradicional em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.

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(Com Reuters)