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Dólar fecha a R$ 5,40, menor cotação em um ano, por vinda de recursos e dados dos EUA

Operadores praticamente descartam aposta de corte já em julho após os dados mais fortes do mercado de trabalho

Felipe Moreira Agências de notícias

Notas de dólares e moedas de real: os impactos do câmbio (Imagem gerada com auxílio IA/Leonardo Albertino)
Notas de dólares e moedas de real: os impactos do câmbio (Imagem gerada com auxílio IA/Leonardo Albertino)

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O dólar fechou a quinta-feira com leve baixa ante o real, suficiente para a divisa atingir a menor cotação em pouco mais de um ano, com a moeda sendo influenciada por um lado por dados positivos de emprego nos Estados Unidos e por outro por fluxo de entrada de recursos para investimentos em portfólio no Brasil.

Vale destacar que a sessão teve liquidez reduzida, uma vez que os mercados em Nova York encerraram as negociações mais cedo hoje (às 14h no horário de Brasília) e permanecerão fechados na sexta-feira, em razão do feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos.

Leia mais: Dólar Hoje: Confira a cotação e fechamento diário do dólar comercial

A economia dos EUA criou 147 mil vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, acima da projeção dos economistas ouvidos pela Reuters de que o país tivesse criado 110 mil empregos.

Os juros futuros passam a precificar 80% de chance de corte pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, abaixo dos 98% antes do payroll. Operadores praticamente descartam aposta de corte já em julho após os dados mais fortes do mercado de trabalho.

Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista fechou em baixa de 0,27%, aos R$5,4047, na menor cotação desde 24 de junho de 2024, quando encerrou aos R$5,3904. No ano, a divisa acumula baixa de 12,53%.

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Às 17h04 na B3 o dólar para agosto — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,39%, aos R$5,4410.

Dólar comercial

Dólar turismo

O que aconteceu com dólar?

Pela manhã, o dólar chegou a se aproximar dos R$5,50, impulsionado pelo relatório de emprego payroll nos EUA, divulgado às 9h30.

O documento mostrou que a economia dos EUA abriu 147.000 postos de trabalho fora do setor agrícola em junho, após a criação de 144.000 vagas em maio, em dado revisado para cima. O resultado de junho ficou bem acima da projeção mediana dos economistas consultados pela Reuters, de criação de 110.000 vagas.

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Em reação, os rendimentos dos Treasuries avançaram e o dólar ganhou força ante diversas divisas ao redor do mundo. No Brasil, a divisa à vista marcou a cotação máxima de R$5,4485 (+0,54%) às 9h51, já após o payroll.

“Depois disso vimos um fluxo de estrangeiros, principalmente para a bolsa. Então o dólar subiu com o payroll, mas caiu com o fluxo, ficando praticamente no zero a zero”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. No fim do dia, o sinal negativo prevaleceu.

Nas sessões mais recentes, ainda que o noticiário externo tenha fornecido motivos para a alta do dólar em alguns momentos, a divisa no Brasil tem se mantido estável em função do diferencial de juros, conforme profissionais ouvidos pela Reuters nos últimos dias.

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Com a taxa básica Selic em 15% e a perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos no curto prazo — ainda que não em julho –, o diferencial de juros é um fator favorável para a atração de dólares ao Brasil.

No exterior, o dólar seguia em alta ante seus pares fortes no fim da tarde, na esteira do payroll. Às 17h12, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,45%, a 97,188.

Pela manhã, em sua operação diária de rolagem, o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional.

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(Com Reuters)