Dólar fecha estável com saídas pontuais; BC anuncia leilões

A moeda norte-americana encerrou com variação positiva de 0,05 por cento, cotada R$ 2,0848 na venda

Reuters

Publicidade

SÃO PAULO – O dólar fechou praticamente estável ante o real nesta sexta-feira, apesar de fluxos pontuais de saída da divisa norte-americana e antes do Banco Central anunciar que fará, na segunda-feira, dois novos leilões de venda de dólares à vista com compromisso de recompra.

A moeda norte-americana encerrou com variação positiva de 0,05 por cento, cotada R$ 2,0848 na venda. Na semana, a divisa acumulou perdas de 0,30 por cento frente ao real.

Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 2,0777 e R$ 2,0895. Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de 2,930 bilhões de dólares.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Após o fechamento do mercado, no entanto, o BC anunciou que fará os leilões conjugados, ofertando até 1,5 bilhão de dólares na próxima segunda-feira. A recompra do primeiro leilão será feita no dia 18 de janeiro e do segundo, no dia 19 de fevereiro de 2013.

Embora o mercado de câmbio à vista estivesse fechado quando o BC anunciou que fará a operação, as cotações dos contratos futuros de dólar recuaram na BM&FBovespa. O contrato para janeiro de 2013, o mais negociado na bolsa paulista, estava em 2,092 reais por dólar minutos antes do anúncio do leilão, e fechou a 2,088 reais.

O anúncio da autoridade monetária sugere que o governo quer fornecer liquidez neste fim de ano –época de maior pressão no câmbio — e que pode atuar também para evitar uma alta expressiva do dólar nos próximos dias, se julgar necessário.

Continua depois da publicidade

Na terça-feira, o BC anunciou operações semelhantes e realizou dois leilões de venda de dólares conjugados com compra no dia seguinte. No dia 3 dezembro, a autoridade monetária também fez dois leilões conjugados.

O mercado já vinha operando atento à vigilância do BC, que tem indicado não querer que o câmbio se aproxime de 2,10 reais e intensificou suas atuações desde o início de dezembro.

“O mercado hoje não teve grandes novidades durante a sessão e alguns fluxos trouxeram oscilações durante o dia”, disse o operador da Hencorp Commcor Waldir Kiel Júnior.

No fim do ano, sazonalmente, costuma ocorrer uma maior saída de dólares do país, com envio de remessas e dividendos de filiais brasileiras para as suas matrizes no exterior. Dados do Banco Central já mostraram que o fluxo cambial –entrada e saída de moeda estrangeira no país– iniciou o mês de dezembro negativo, com déficit de 1,350 bilhão de dólares até o dia 7.

No entanto, a expectativa é que a partir da semana que vem esse fluxo de saída comece a cair, assim como o volume de negócios do mercado em geral, com a proximidade do Natal e do Ano Novo.

Com menos pressão da saída de dólares, Kiel Júnior acredita que a moeda não tem tanto espaço para subir, lembrando ainda que as recentes atuações e declarações de autoridades do Banco Central sinalizaram que um dólar acima de 2,10 reais não é desejável, já que poderia pressionar a inflação.

Desde o início do mês, depois de a moeda norte-americana ter quase atingido 2,14 reais no intradia, o governo ampliou sua atuação, incluindo intervenções do BC por meio de leilões de swap cambial tradicional –operação que equivale a venda de dólares no mercado futuro– e leilões de venda conjugados com compra de dólares, além de medidas que favorecem entrada de dólares no país.

Além de continuar atentos ao próximos passos da autoridade monetária, investidores devem ficar de olho no cenário externo, com destaque para os EUA e as discussões sobre o abismo fiscal, que podem trazer nervosismo ao mercado.

Políticos norte-americanos precisam chegar a um acordo até o fim do ano para que os aumentos de impostos e cortes de automáticos de gastos, o chamado “abismo fiscal”, não entrem em vigor no início do ano que vem, o que poderia levar economia do país a uma recessão.

“Com o final do ano o mercado dará uma esvaziada, mas pode continuar com volatilidade por conta do cenário externo”, afirmou Kiel Júnior.

Tópicos relacionados