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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira (25), sessão que foi aberta em queda, chegou a ter estabilidade durante poucos minutos pela manhã e acabou se consolidando como um dia de fechamento no negativo. O principal driver deste pregão foi o desempenho das bolsas internacionais, que recuaram em meio à expectativa pela reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) na quarta-feira (27) e diante de dados fracos da Alemanha.
O benchmark da bolsa brasileira caiu 1,98%, a 51.862 pontos. O volume financeiro negociado na Bovespa foi de R$ 5,743 bilhões. Já o dólar comercial fechou com perdas de 0,61% a R$ 3,5471 na compra e a R$ 3,5485 na venda, enquanto o dólar futuro para maio recua 0,77% a R$ 3,554. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 caiu 3 pontos-base a 13,48%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 teve queda de 15 pontos-base a 12,74%.
Para analistas, tanto o dólar como o DI foram mais impactados pelo noticiário político do que pelo cenário externo. Por aqui, hoje foi dia de instalação da Comissão do Impeachment no Senado. Os investidores também não deixaram de acompanhar as notícias sobre a equipe econômica de um eventual governo de Michel Temer. No último sábado, o peemedebista se encontrou com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Mas também há rumores de que ele vá colocar o senador José Serra (PSDB-SP) no cargo de ministro da Fazenda.
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De acordo com Daniel Ximenes Almeida, trader da Daycoval Investimentos, o cenário para Bolsa ainda é de realização dos ganhos do rali do impeachment. Além disso, o mercado brasileiro também sofre com a queda de commodities e com o mau humor internacional. “É mais cenário externo e realização, somados a dados fracos recentes como a produção da Vale no primeiro trimestre de 2016”, explica.
Temer e Meirelles
Embora Meirelles negue que tenha recebido um convite para assumir o Ministério da Fazenda no caso de impeachment, o noticiário mostra que ele está cada vez mais perto de fechar com o vice-presidente da República, Michel Temer. “O mais importante é tomar medidas para sinalizar que a trajetória da dívida pública vai ser revertida no devido prazo”, disse o ex-presidente do BC. Para ele, este é o caminho para retomar a confiança e reconquistar a atratividade para os investimentos no País. Meirelles também disse que Temer está com com o “diagnóstico correto sobre a economia”.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, Meirelles estaria disposto a aceitar a Fazenda desde que pudesse dar a palavra final sobre os nomes de toda a área econômica, inclusive o Ministério do Planejamento, o BC, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
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Temer e Serra
O tucano José Serra tem o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga para se tornar o ministro da Fazenda em um eventual governo de Michel Temer, afirma a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. De acordo com a publicação, o senador já disse a Temer que aceita ocupar o cargo, desde que a pasta do Planejamento, o BNDES e o Banco Central sejam dirigidos por pessoas indicadas por ele ou que pelo menos tenham grande afinidade com as políticas que pretende adotar.
Já de acordo com a colunista do Estado de S. Paulo, Sonia Racy, Serra negou ontem à noite ter sido convidado por Temer para assumir o Ministério da Fazenda. “Não é verdade”, assegurou. Aliados dizem que o senador deve fazer parte de um eventual governo Temer como ministro da Educação ou da Infraestrutura.
Relatório Focus
Também tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2016 caiu de uma contração de 3,80% para uma de 3,88%, mas foi elevada para 2017 de um avanço de 0,20% para 0,30%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 6,98% este ano, contra 7,08% projetados anteriormente.
Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 12,36, -4,19%; PETR4, R$ 9,33, -4,31%), fecharam em queda, em um dia volátil para os preços de petróleo. O barril do WTI (West Texas Intermediate) caiu 1,81% a US$ 42,94, ao mesmo tempo em que o barril do brent teve perdas de 1,11% a US$ 44,57.
No radar da estatal, ela informou em comunicado que Comissões internas apontaram “não conformidades” em obras de modernização das refinarias de Paulínea (Replan) e Gabriel Passos (Regap) e de implementação do Comperj, mencionadas em laudo da Polícia Federal. Os relatórios finais dessas comissões “foram enviados às autoridades competentes para o aprofundamento das investigações.
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano |
---|---|---|---|---|
USIM5 | USIMINAS PNA ES | 2,33 | -10,38 | +50,32 |
CSNA3 | SID NACIONALON | 12,17 | -9,18 | +204,25 |
VALE5 | VALE PNA | 14,16 | -7,51 | +38,15 |
BBSE3 | BBSEGURIDADEON | 31,25 | -7,41 | +32,87 |
GOAU4 | GERDAU MET PN | 2,73 | -6,83 | +64,46 |
Dentro do setor mais pesado no Ibovespa, o financeiro, bancos grandes caíram. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 31,40, -0,88%), Bradesco (BBDC3, R$ 27,51, -1,64%; BBDC4, R$ 24,96, -2,31%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 20,80, -2,21%) recuaram. Juntas, as quatro ações respondem por pouco mais de 20% da participação na carteira teórica do nosso benchmark.
Já a Vale (VALE3, R$ 18,06, -6,57%; VALE5, R$ 14,16, -7,51%) foi na contramão e caiu prejudicada pela baixa do minério de ferro. A commodity spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao teve queda de 1,3% a US$ 53,57.
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano |
---|---|---|---|---|
OIBR4 | OI PN | 1,11 | +20,65 | -43,08 |
JBSS3 | JBS ON | 9,25 | +3,58 | -25,10 |
LAME4 | LOJAS AMERICPN | 14,93 | +2,54 | -7,37 |
ESTC3 | ESTACIO PARTON | 11,87 | +2,33 | -14,91 |
CYRE3 | CYRELA REALTON | 10,44 | +1,36 | +39,20 |
As ações da Oi (OIBR4, R$ 1,11, +20,65%) fecharam em alta reagindo à conformação pela companhia de acordo de confidencialidade para que a Moelis & Company assessore um grupo de detentores de bônus emitidos pela companhia e algumas de suas afiliadas com vistas à reestruturação da dívida da companhia brasileira. Conforme a Oi, o acordo de confidencialidade celebrado com a Moelis “configura passo inicial para discussões produtivas e ágeis” sobre uma potencial reestruturação financeira da operadora.
Fontes familiarizadas com a situação disseram à Reuters que a Oi iniciará conversas para reestruturar 14 bilhões de dólares em bônus a partir desta segunda-feira.
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 |
---|---|---|---|---|
VALE5 | VALE PNA | 14,16 | -7,51 | 556,58M |
PETR4 | PETROBRAS PN | 9,33 | -4,31 | 532,75M |
VALE3 | VALE ON | 18,06 | -6,57 | 254,14M |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN | 31,40 | -0,88 | 229,62M |
BBDC4 | BRADESCO PN EB | 24,96 | -2,31 | 214,98M |
BBSE3 | BBSEGURIDADEON | 31,25 | -7,41 | 185,23M |
CIEL3 | CIELO ON | 31,80 | -3,20 | 128,94M |
BBAS3 | BRASIL ON | 20,80 | -2,21 | 128,59M |
CSNA3 | SID NACIONALON | 12,17 | -9,18 | 115,57M |
PETR3 | PETROBRAS ON | 12,36 | -4,19 | 109,06M |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
Cenário externo
As bolsas chinesas caíram nesta segunda-feira, uma vez que as crescentes preocupações com os riscos nos mercados de dívida e de commodities do país restringiram o apetite dos investidores. O movimento de cautela também ocorreu nas bolsas europeias, com o DAX em baixa de 0,76%, o FTSE em queda de 0,78% e o CAC 40 em baixa de 0,52%. Contribuindo para o movimento de cautela, está a expectativa pelas reuniões do Federal Reserve e do Banco Central do Japão nesta semana.
Sentimento das empresas da Alemanha
Entre os dados da economia europeia, destaque para o índice de sentimento das empresas da Alemanha, que registrou leve queda em abril, a 106,6, de 106,7 em março, segundo dados publicados hoje pelo instituto alemão Ifo. O resultado contrariou a expectativa de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que previam avanço do indicador, a 107,0.
O subíndice de condições atuais recuou a 113,2 neste mês, de 113,8 em março. Por outro lado, o subíndice sobre as expectativas das empresas para os próximos seis meses subiu a 100,4 em abril, de 100,0 no mês passado. Na avaliação do Ifo, a “moderada melhora na economia alemã continua”. Após os dados do instituto alemão, a Bolsa de Frankfurt ampliou perdas e passou a operar em baixa de mais de 1%. O Ifo entrevista cerca de 7.000 empresas dos setores de manufatura, construção, atacado e varejo para sua pesquisa mensal.
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