Dólar cai com fluxos pontuais e atenção ao Banco Central

Durante a sessão, a moeda acompanhou o pessimismo no exterior e cehgou a subir, mas possível ação do BC pesou para queda no final da sessão

Reuters

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SÃO PAULO – O dólar encerrou no menor nível de fechamento em quase dois meses nesta quinta-feira, numa reação à forte vigilância do Banco Central e com o mercado mais vulnerável a fluxos pontuais devido aos volumes reduzidos.

A moeda norte-americana fechou em queda de 0,34 por cento, cotada a 2,0436 reais na venda, a menor taxa registrada no fechamento desde 6 de novembro, quando a divisa encerrou a 2,0317 reais.

“O volume está pequeno, então mais para o final do dia o mercado voltou para níveis que o BC considera confortável”, afirmou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel.

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Segundo dados da BM&F, o volume negociado nesta quinta-feira foi de 1,833 bilhão de dólares. Durante a sessão, o dólar oscilou com pequenas variações entre os terrenos negativo e positivo, chegando a ser cotado a 2,0405 reais na mínima e 2,0565 reais na máxima do dia.

Para operadores, a ligeira alta do dólar no decorrer da sessão se deu por conta de uma piora do humor nas praças financeiras internacionais, mas a vigilância do BC pesou mais no final da sessão, fazendo a divisa devolver esses ganhos.

A autoridade monetária surpreendeu o mercado na quarta-feira ao voltar a fazer leilões de swap cambial tradicional, equivalentes a venda de dólares no mercado futuro, mesmo com a moeda norte-americana já em queda e negociado em torno de 2,07 reais.

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Essas operações, que vêm na esteira de uma série de leilões de venda de dólares com recompra conjugada, reforçaram interpretações no mercado de que o BC está preocupado com os efeitos da desvalorização do real sobre a inflação.

O BC anunciou nesta quinta-feira que fará outro leilão de venda de dólares com compromisso de recompra na manhã de sexta-feira.

“O que vale agora é a regra da prudência”, afirmou o gerente de Tesouraria do Banco Daycoval, Gustavo Godoy. “O mercado está zerando posições ou trabalhando com posições curtas”, emendou.

Apesar da volatilidade vista no mercado nos meses de novembro e dezembro, Godoy destacou que o dólar continua a ser negociado dentro da banda informal de 2 a 2,10 reais, nível em que se encontra na maior parte do tempo desde meados de maio.

No entanto, o dólar em patamares mais próximos do teto da banda pode causar mais pressões inflacionárias em 2013 e por isso o BC estaria se esforçando para trazer a divisa para perto do piso.

Uma importante fonte da equipe econômica disse à Reuters no início de dezembro que o dólar em torno de 2,03 e 2,04 reais agrada a boa parte da equipe da presidente Dilma Rousseff, pois aumenta a competitividade das exportações brasileiras e favorece os investimentos sem pressionar a inflação.

Battistel, da Fair Corretora, acredita ainda que o BC está tentando trazer o dólar para baixo neste final de ano para influenciar as estimativas de inflação para 2013.

Segundo o relatório Focus desta semana, a projeção para inflação em 2013 foi elevada para 5,47 por cento, ante 5,42 por cento projetados na semana anterior, acima do centro da meta de inflação do governo de 4,5 por cento.