Dólar: apetite por risco pressiona Treasuries e apoia nova queda da divisa americana

Queda do petróleo e expectativas de que a China deve ampliar gastos fiscais para cumprir sua meta de crescimento de 5% este ano apoiam ainda o ambiente

Estadão Conteúdo

(Crédito: Pixabay)
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O dólar sustenta queda ante o real e frente algumas divisas pares ligadas a commodities na manhã desta quarta-feira, 11. A moeda americana é pressionada por recuo persistente dos rendimentos dos Treasuries longos, após sinais menos “hawkish” de política monetária nos EUA por vários dirigentes do BC americano nos últimos dias.

Queda do petróleo e expectativas de que a China deve ampliar gastos fiscais para cumprir sua meta de crescimento de 5% este ano apoiam ainda o ambiente mais tranquilo de negócios. Aqui, o IPCA de setembro abaixo da mediana esperada por analistas contribui ainda para o alívio na curva de juros.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em setembro subiu 0,26%, abaixo da mediana das previsões de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que apontava +0,32%. As estimativas iam de aumento de 0,24% a avanço de 0,38%. Em 12 meses, o indicador subiu 5,19%, inferior à mediana estimada, de 5,25%.

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Nos Estados Unidos, a inflação ao produtor (PPI) atingiu 0,5% no mês passado, ante previsão de 0,3%. Em tese, reforça a ideia de que o Federal Reserve (Fed) manterá os juros no nível atual por mais tempo do que o imaginado. No entanto, o mercado ficará à espera do CPI, que será divulgado amanhã, e tem mais influência nas decisões do Fed.

Mais cedo, hoje, o dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Klaas Knot disse que uma nova alta de juros pelo BCE não pode ser descartada, uma vez que ainda há um longo caminho a percorrer no sentido de reduzir a inflação da zona do euro. “De modo geral, fizemos progressos importantes no sentido de levar a inflação de volta à meta, mas ainda temos um longo e tortuoso caminho pela frente”, afirmou Knot, durante painel em Marrakesh, Marrocos.

Knot, que também é presidente do BC holandês, disse ainda acreditar que a política do BCE está “em um bom lugar”, mas ressaltou que é preciso “continuar vigilante e preparado para ajustar as taxas de juros ainda mais se o processo de desinflação se estagnar”.

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Na terça, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, afirmou que ainda há mais trabalho a fazer em relação à política monetária americana, visto que a inflação ainda está alta, mas reconheceu que está desacelerando e que o aumento nos juros está funcionando.

O petróleo segue em baixa moderada desde ontem, sem apagar totalmente ainda os ganhos de 4% de segunda-feira, na medida em que, por enquanto, a guerra entre Israel e o Hamas não atingiu grandes produtores da commodity no Oriente Médio, mais notadamente, o Irã.

O líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, negou envolvimento do seu país nos ataques do Hamas contra Israel. Apesar de desmentir os rumores, Khamenei disse que vai continuar apoiando os palestinos.

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Às 9h42 desta quarta, o dólar à vista caía 0,23%, a R$ 5,0440. O dólar para novembro cedia 0,32%, a R$ 5,0605.