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SÃO PAULO – A valorização recente do dólar em relação ao real tem sido uma das grandes preocupações do governo em 2012. Muitos apostam que a taxa de câmbio ultrapasse a “resistência” atual dos R$ 2,10 no ano que vem, o que pode prejudicar muitas empresas e ao mesmo tempo beneficiar outras. Nesse sentido, saber se posicionar nas ações certas é essencial para não ter grandes surpresas em seu portfólio.
Ajudando o investidor nessa empreitada, o HSBC revisou sua carteira recomendada de modo a se preparar para uma taxa de câmbio de R$ 2,30, que é a projeção atual do banco para o dólar em 2013. As principais mudanças ficaram com Vale e Petrobras: enquanto a primeira ganhou mais participação na carteira do HSBC, a segunda perdeu espaço. Outra novidade foi a inclusão da SLC Agrícola.
Mais Vale, menos Petro
Falando sobre as duas principais blue chips da bolsa brasileira, os analistas Alexandre Gartner e Francisco Machado, que assinam o relatório do HSBC, apontam que a Vale deve se beneficiar imensamente desse movimento, visto que essa alta do dólar impulsiona o preço das exportações em moeda local, enquanto a Petro deverá ter ainda mais problemas.
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“A Petrobras enfrenta um cenário desafiador, já que importa gasolina e vende abaixo do preço de paridade internacional”, apontam os analistas. “A exposição dos investimentos [do setor de petróleo e gás] ao dólar também representa uma preocupação para a Petrobras e a OGX”, complementam.
SLC Agrícola: novidade da carteira
A expectativa de alta do dólar levou ainda à inclusão da SLC Agrícola e elevação da exposição de outras empresas beneficiadas. “Acreditamos que a empresa está em posição para ser favorecida pela desvalorização do real e que o recente enfraquecimento da ação propicia um ponto de entrada interessante”, afirma.
Dentre as mais beneficiadas, também aparecem Brasil Foods, São Martinho, Fibria, Suzano, Gerdau e Embraer – embora nem todas tenham entrado no portfólio recomendado pelo HSBC, que busca balanço, devido ao risco de que a tese principal não se confirme. Por outro lado, Gol, OGX, Dasa, Fleury e Marfrig devem ser prejudicadas.
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Carteira recomendada pelo HSBC para o cenário de dólar a R$ 2,30:
Empresa | Ação | Peso | Comentário do Analista |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 17,5% | “É o setor preferido em função da recuperação da economia, e os beneficíodos dos cortes de custos favorecem as margens”, Victor Galliano |
Odontoprev | ODPV3 | 5% | “Nossa história de crescimento preferida no Brasil”, Luciano Campos |
Vale | VALE3 | 17,5% | “Empresa grande e menosprezada, maior beneficiária do “pouso suave na China e da desvalorização do real. Aumentamos a alocação”, Jonathan Brandt |
Lojas Renner | LREN3 | 4,5% | “Os benefícios trazidos pela recuperação econômica na receita de serviços financeiros são relevantes”, Francisco Chevez |
Brasil Foods | BRFS3 | 6,0% | “Benefícios pela desvalorização do real e aumento nos preços de exportação”, Pedro Herrera |
Bradesco | BBDC4 | 12,0% | “Setor preferido em função da recuperação da economia”, Victor Galliano |
SLC Agrícola | SLCE3 | 3,0% | “Benefícios com a desvalorização do real, já que os preços de terras são baseados em commodities cotadas em dólares”, Pedro Herrera |
Gerdau | GGBR4 | 5,0% | “Desvalorização do real beneficia a empresa, pois cerca de 70% da receita é vinculada ao dólar”, Jonathan Brandt |
Pão de Açúcar | PCAR4 | 3,5% | “50% de exposição ao consumo discricionário, além da melhoria da governança corporativa”, Francisco Chevez |
BM&FBovespa | BVMF3 | 4,0% | “Aumento do beta na carteira. Empresa será beneficiada, caso os volumes de negociação aumentem. A desvalorização do real pode reduzir os riscos de controle de capital”, Victor Galliano |
Petrobras | PETR3 | 16,0% | “Empresa grande e menosprezada, será negativamente afetada pela desvalorização do real, reduzimos a alocação”, Anisa Redman |
Ambev | AMBV4 | 6,0% | “A avaliação parece desafiadora, mas em boa posição para enfrentar a desvalorização do real, mas forte poder de colocação de preços para repassar pressões de custos”, Lauren Torres |