Dois ingredientes secretos para a comunicação eficiente

Quanto mais a sua comunicação tiver elementos pelos quais as pessoas possam se ver representadas, mais simpáticas ao seu conteúdo elas serão.

Equipe InfoMoney

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Renato Acciarto é jornalista e especialista em Comunicação Empresarial

Comunicar é a arte de transmitir conceitos, mensagens. Para ser eficiente e memorizada, a comunicação deve ser repetida algumas vezes para que o receptor a absorva e a entenda plenamente, de forma até a poder retransmiti-la.

Ocorre que nem sempre você tem a chance de contar com a atenção das pessoas mais de uma vez. Então a forma de impactar tem que ser eficiente, em um único “tiro”.

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O interesse superficial pelos mais variados temas faz com que os leitores, telespectadores, internautas reservem pouco tempo para ler cada notícia/comunicado.

São poucos segundos destinados a cada título. Isso, tanto na comunicação de imprensa, como na comunicação com os empregados em uma empresa.

Na briga pela atenção de quem passa o olho pela sua comunicação, dois ingredientes hoje despontam como indispensáveis para que ela seja ainda mais atraente, mais fácil de ser digerida, mais absorvível: a informalidade e a humanização.

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A informalidade é a linguagem; a humanização a contextualização da mensagem. Os dois quando bem feitos geram um link com o receptor. De mim para você, conto uma história como se estivesse falando com alguém bem próximo. Vamos a cada uma delas.    

 1. Informalidade

 A informalidade na medida certa dá uma ar de conversa, de proximidade, prepara o ambiente para uma melhor aceitação daquele conteúdo. O cuidado tem que ser a forma. Há um limite para ser amigável e essa fronteira está na forma que você é percebido pelos seus receptores.

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Do dia para a noite não dá para você sair do “Prezados Senhores” para “Fala aí, mano!”. Esse é um erro grave e que compromete drasticamente o resultado. Em vez de ser visto como mais próxima a sua comunicação pode ser avaliada como mentirosa, por ser muito “forçada”.

Como não há fórmula matemática, a sugestão é que seja iniciada uma transformação na linguagem, mas que fique claro que há um caminho a ser trilhado e a pressa nesse caso não gerará bons e mais imediatos resultados. 

A informalidade não é representada apenas pela linguagem e pode ser reforçada pelas ferramentas. Usar celular para gravar mensagens, comunicar por meio de WhatsApp pode também ajudar na geração de percepção de proximidade. A informalidade é vista hoje como algo mais moderno, que reduz barreiras.

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 2.                      Humanização

 Fiquei surpreso ao ver o recente comercial da Barbie, da Mattel, “Pais que brincam de Barbie”, no qual os pais demonstram a mudança em suas vidas com a chegada de uma filha. Um deles cita o fim do futebol no domingo, que deu espaço a criação de estórias entre pai e filha, com a personagem.

 https://www.youtube.com/watch? v=bnvBTjfnQMk

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 A estratégia de humanização é clara, contada em um formato de depoimentos, mostrando um produto de plástico que cria conexões entre pais e suas filhas. Amor, cuidado e felicidade são conceitos que flutuam no ar durante a peça publicitária.

Essa mágica é mais fácil do que se pensa e existe desde que o jornalismo nasceu. É a técnica de usar personagens e de se criar uma percepção de um produto, empresa, serviço por meio dessa vivência de alguém.

Algo que mudou minha vida, um produto que resolveu um grande problema, um serviço que faz o meu dia-a-dia melhor. A personagem é a ponte para que algo inanimado como uma boneca de plástico passe a fazer parte da vida de alguém, conecte pai e filha, traga felicidade implícita.

A mesma regra de evitar os excessos deve ser tomada. Exemplos nesse caso devem ser reais. Criações são desmascaradas com o tempo e matam a credibilidade da informação.

Um exemplo não tão novo é o do Nonno Vittorio do sorvete Dileto, personagem fictício que foi desmascarado e foi até parar no Conar. Restou que a imagem daquele nonno sumiu da logotipia e no lugar a cabeça de um urso polar surgiu.

 

http://g1.globo.com/economia/ midia-e-marketing/noticia/ 2014/11/historias-contadas- pelas-marcas-diletto-e-do-bem- vao-parar-no-conar.html

  Resumo da ópera: menos hierarquia, menos imposição e mais respeito nas relações, tratando pessoas simplesmente como pessoas, ajudam para que as pessoas se entendam melhor. Quanto mais a sua comunicação tiver elementos pelos quais as pessoas possam se ver representadas, mais simpáticas ao seu conteúdo elas serão.