Dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4) poderiam financiar subsídios para combustíveis por seis meses, diz Morgan Stanley

Em relatório, o banco americano destacou os custos potenciais para implementar um novo programa de subvenção de preços de combustível,

Equipe InfoMoney

Edifício da Petrobras (Shutterstock)
Edifício da Petrobras (Shutterstock)

Publicidade

Os analistas do Morgan Stanley destacam as diferentes alternativas para lidar com a pressão do pico do preço do petróleo que continuam a ser estudadas pelo governo e o impacto na Petrobras (PETR3;PETR4).

Em relatório, o banco americano destacou os custos potenciais para implementar um novo programa de subvenção de preços de combustível, semelhante a 2018.

Um novo programa de subvenção do preço do combustível é uma alternativa para suavizar o maior impacto do preço do petróleo para o consumidor final. Nos últimos dias, surgiram várias reportagens com possíveis estudos do governo brasileiro para implementar um novo programa de subvenção de combustíveis por alguns meses, seguindo o mesmo modelo desenhado em 2018 após a greve dos caminhoneiros.

LISTA GRATUITA

Ações Fora do Radar

Garanta seu acesso gratuito a lista mensal de ações que entregou retornos 5x superior ao Ibovespa

“Entendemos que a situação mostra volatilidade, mas fizemos algumas análises de sensibilidades para avaliar os custos que o programa em potencial poderia acarretar”, apontam.

Em 2018, os subsídios foram aplicados apenas ao diesel, e exigiram R$ 6,8 bilhões do Tesouro Nacional entre junho e dezembro daquele ano. Não houve menção se um novo programa potencial em análise envolveria tanto diesel quanto gasolina e sua duração exata.

Já na situação atual, na avaliação do Morgan, os dividendos da estatal poderiam financiar um programa de subvenção por cerca de meio ano.

Continua depois da publicidade

Leia também: 

Os analistas veem potencial da empresa para distribuir dividendos de R$ 148 bilhões até o terceiro trimestre fiscal de 2022 se seguir a paridade internacional nos preços dos combustíveis (diretamente ou por meio de subsídios governamentais).

A parcela dos dividendos que vai para o governo (incluindo a participação do BNDES) seria de R$ 54 bilhões, e financiaria 48% dos custos necessários para a Petrobras. Seriam necessárias fontes adicionais de receita para estender a duração do programa ou caso os preços do petróleo subissem ainda mais em um futuro próximo.

Continua depois da publicidade

Os analistas do Morgan permanecem com recomendação equalweight (exposição em linha com a média do mercado) para os ADRs da Petrobras PBR, com preço-alvo de US$ 14, ainda um potencial de alta de 4,8% em relação ao fechamento da véspera.

“A política de precificação de combustíveis da Petrobras está em destaque no Brasil, e não vemos uma maneira fácil de a empresa seguir com os preços dos combustíveis para níveis de paridade enquanto o petróleo permanece em níveis de pico, considerando os altos índices de inflação e a proximidade do ciclo eleitoral no país nos próximos meses”, avaliam, destacam preferência por PetroReconcâvo (RECV3) e 3R Petroleum (RRRP3).

Cabe ressaltar que, na véspera, a Petrobras perdeu mais de R$ 34 bilhões de valor de mercado em meio às notícias sobre mudanças na  política de preços em meio à disparada do petróleo. No final do pregão, o Estadão informou que o governo teria passado a discutir o congelamento temporário do preço de combustíveis pela Petrobras, o que seria oneroso para a companhia.

Continua depois da publicidade

Procurando uma boa oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje.