Dívida e Retorno: como a alavancagem influenciou as ações do Ibovespa no 1º semestre

Entre as 10 companhias menos alavancadas, apenas a WEG (WEGE3) apresentou desempenho negativo no período

Felipe Moreira

(Jarvix)
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Com o objetivo de avaliar a relação entre alavancagem financeira e retorno das empresas do Ibovespa, o Bradesco BBI realizou um levantamento baseado em dados da Economática referente ao primeiro semestre de 2025.

Entre as 10 companhias menos alavancadas, apenas a WEG (WEGE3) apresentou desempenho negativo no período, enquanto o retorno médio do grupo situou-se próximo de 30%.

NomeCódigoDívida Líquida/EBITDAPeso no IbovespaRetorno (%)
WegWEGE3-0,32,64%-27,24%
Rede D’OrRDOR3-0,32,01%56,20%
AmbevABEV3-0,52,45%7,36%
TotvsTOTS3-0,31,06%62,24%
Lojas RennerLREN3-0,40,76%37,86%
AllosALOS3-1,40,52%40,34%
Porto SeguroPSSA3-2,70,44%45,28%
Caixa SeguridadeCXSE3-0,20,40%6,14%
CSN MineraçãoCMIN3-0,90,40%5,49%
BradesparBRAP4-0,30,19%5,67%

Em contrapartida, entre as 10 empresas mais endividadas, cinco registraram perdas expressivas, incluindo Braskem (BRKM5), Cosan (CSAN3), Raízen (RAIZ4), CSN (CSNA3) e Vamos (VAMO3), com queda média de 19%.

NomeCódigoDívida Líquida/EBITDAPeso no IbovespaRetorno (%)
RaízenRAIZ45,20,07%-40,74
BraskemBRKM510,10,11%-18,83
CSNCSNA33,80,26%-12,08
VamosVAMO33,50,10%-11,16
CosanCSAN37,70,34%-10,54
AurenAURE36,90,15%23,77
HyperaHYPE36,00,33%32,49
EnergisaENGI113,50,74%46,67
MinervaBEEF33,60,12%48,30
MotivaMOTV34,20,67%50,51

Enquanto algumas empresas apresentam posição líquida de caixa, com recursos suficientes para honrar compromissos de curto, médio e longo prazo, outras operam com dívida líquida/EBITDA próxima de 5 vezes, o que indica a necessidade de cinco anos de resultados estáveis apenas para pagar credores.

O BBI ressalta que, apesar das diferenças, a situação não é crítica no mercado brasileiro. O índice médio de alavancagem das companhias listadas situa-se em cerca de 2 vezes dívida líquida/EBITDA, reflexo de um ciclo prolongado de desalavancagem, aliado a baixo crescimento e juros elevados.

Por fim, o BBI destaca que endividamento excessivo aumenta o risco financeiro e pode reduzir o valor das empresas, especialmente em períodos de crise, queda nas vendas ou aumento das taxas de juros.