Diversificação dos negócios faz BR Partners ter melhor trimestre da história

Durante o ano, a empresa criou uma área focada em reestruturação para auxiliar processos de RJ e outra focada na gestão de grandes fortunas

Felipe Mendes

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O banco de investimentos BR Partners divulgou nesta quinta-feira (1°) que fechou o ano de 2023 com sua melhor receita trimestral com clientes da história (R$ 99,5 milhões) e em investiment banking e mercado de capitais (R$ 75,5 milhões). A receita total da empresa no quarto trimestre do ano foi de R$ 124,3 milhões, um avanço de 27,2% frente ao mesmo período do ano anterior e 16,3% sobre o terceiro trimestre de 2023. Sua receita com clientes foi de R$ 99,5 milhões no período, evolução de 27,1% na comparação com o quarto trimestre do ano anterior. Já o lucro líquido no período foi de R$ 43,1 milhões, avanço de 27,6% na mesma base de comparação.

Ao todo, a receita do banco de investimento em 2023 evoluiu 5,4% frente a 2022, para R$ 435,8 milhões, enquanto a receita com clientes apresentou uma leve queda de 0,5%, para R$ 311,7 milhões. Seu lucro líquido no ano completo foi de R$ 155,1 milhões alta de 5,4% sobre o ano anterior.

Como 2023 foi um ano ainda difícil para aberturas de capital na bolsa de valores, a BR Partners resolveu estruturar uma área dedicada a processos de reestruturações de empresas. A aposta deu certo. Dos 25 deals firmados, 12 foram transações de reestruturação. O movimento de maior destaque no quarto trimestre veio em dezembro, quando o banco participou do negócio de R$ 11 bilhões envolvendo a venda da Amil, da UnitedHealth, para o empresário José Seripieri Filho, o Júnior, fundador da Qualicorp. A companhia também participou do acordo de capitalização de R$ 24 bilhões anunciado pelas Lojas Americanas, firmado em novembro.

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Embora a conjuntura macroeconômica tenha melhorado, a empresa avalia que as operações de recuperação judicial e de fusões e aquisições ainda deverão acontecer com alguma intensidade no primeiro semestre de 2024 e que uma janela para novos IPOs é incerta, mas pode ocorrer até o fim do ano, dependendo da melhora de fatores no cenário externo. “De 70% a 80% do volume para se fazer um IPO vem do investidor estrangeiro, que não voltou ainda. Embora o mercado brasileiro tenha se recuperado bem, isso não parece ser um negócio muito óbvio para os investidores estrangeiros neste momento”, analisa Vinicius Carmona, diretor de relações com investidores e institucional da BR Partners.

O plano de diversificação da empresa também passou pela criação de uma área de wealth management dedicada a grandes fortunas. Hoje, a empresa declarou ter finalizado o ano com R$ 2,3 bilhões sob gestão. “Tivemos uma resposta muito boa desta nova família de negócios, que é gestão de fortunas e gestão patrimonial familiar. A gente acha que em dois ou três anos isso vai passar a ser também um negócio muito relevante para nós”, diz José Flavio, CEO do banco BR Partners, ao IM Business. “Hoje, com o fim dos fundos exclusivos, por conta da tributação, o mercado de crédito virou um um filão muito bom para os investidores em wealth.”

A BR Partners também estima não haver necessidade de reforço de caixa no momento dado seu Índice de Basileia avaliado em 18,2% em 2023. O mercado cogitava a possibilidade de a empresa realizar um follow on este ano, mas a alternativa está praticamente descartada. “Não temos necessidade de capital novo agora, tanto é que a gente pagou R$ 150 milhões em dividendos. Obviamente, a gente está no jogo e abertos a oportunidades no mercado”, complementa Flavio.