Distorção em units de banco abre oportunidade de compra na bolsa, com potencial de ganhos de até 180%

A recomendação de compra foi aberta nesta segunda-feira pelo analista técnico Danilo Zanini, da XP Investimentos

Paula Barra

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SÃO PAULO – Um processo de reestruturação de units de um banco pode ter aberto uma oportunidade de ganhos de até 180% na bolsa, alerta o analista técnico Danilo Zanini, da XP Investimentos, que recomendou nesta segunda-feira (17) a compra das “novas” units do BTG Pactual – a BBTG12

A oportunidade foi aberta, explica, em meio ao processo de reestruturação de negociações das units do BTG Pactual, que visa separar as ações do banco e as do BTG Pactual Participations, ainda negociadas em conjunto na forma de units BBTG11

Segundo ele, dois fatores estão por trás dessa recomendação: 1) uma possível migração dos acionistas que estão em BBTG11 para BBTG12 (que representa o BTG Pactual Participations) ou BPAC11 (referente ao banco); e 2) o fato de que o papel é negociado com um grande desconto em bolsa. 

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Conforme explica o analista, a unit BBTG11 movimenta atualmente cerca de R$ 6 milhões em bolsa por dia, mas que, devido à reestruturação, parte desse volume deve ser migrado para BBTG12, abrindo um cenário positivo. Vale menção que, embora as novas units tenham sido lançadas em fevereiro na B3, quando o conselho de administração do banco aprovou a proposta, o volume movimento com esses papéis ainda é muito baixo. Até a última sexta-feira, as units BBTG12 movimentavam uma média de R$ 413,3 mil por dia, enquanto BPAC11 girava em média R$ 150 mil.   

 Além disso, ele comenta que o valor contábil das units BBTG12 é de R$ 2,31, contra o preço atual de R$ 0,64 ou R$ 0,52 considerando o preço de fechamento da última sexta-feira. 

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“Devido ao preço das units, diferenciação dos negócios do BTG e a migração das ações, o mercado negocia atualmente BBTG12 com desconto muito elevado, podendo notar em breve essa defasagem. Levando em consideração o risco e retorno, acho válido montar uma operação na compra”, comenta. 

A recomendação dele sugere uma entrada em R$ 0,53, podendo ser feita até os R$ 0,60 (ou seja, para quem não entrou na operação precisaria esperar por uma correção), com redução parcial em R$ 0,85 (alta de 60% frente ao preço de entrada) e alvo final em R$ 1,47 (o que representaria um potencial de valorização de até 177%). 

As units BBTG12 fecharam em alta de 51,92%, a R$ 0,79 – na máxima do dia -, com volume financeiro de R$ 15,46 milhões, contra média diária de R$ 413,3 mil nos últimos 21 pregões. Enquanto isso, as units BBTG11 subiram 1,67%, a R$ 16,42; e as units BPAC11 avançaram 0,13%, a R$ 15,30, com baixíssimo volume financeiro de cerca de R$ 3,1 mil.

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Como funcionará a migração dos ativos?
Conforme explicava o BTG Pactual em fevereiro, os titulares das units BBTG11 poderão escolher migrar parte ou totalidade para BPAC11 e BBTG12, recebendo uma unit de cada, com o cancelamento simultâneo de cada BBTG11.

O BTG Pactual ressaltou que as estruturas societárias não serão alteradas e não haverá diluição das participações de cada acionista. O período de migração – que já em vigor desde o dia 15 de fevereiro – vai até 28 de dezembro de 2017. A instituição depositária é o Bradesco e quem fizer a migração até 11 de agosto pagará o custo de R$ 0,02 por cada unit. A partir desta data, o custo será de R$ 0,10. 

O BTG Pactual ressaltou, no fato relevante, que a nova estrutura de negociação visa permitir maior transparência de ativos, com diferenciação mais clara entre a atividade bancária e de gestão de recursos exercidas pelo banco, e o veículo de private equity exercido pela BTGP. O programa também tem como objetivo possibilitar maior liquidez para os valores mobiliários e melhor endereçar as estruturas de capital.

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Entre as mudanças, o documento traz a possibilidade de deixar de apresentar, no futuro, as demonstrações financeiras combinadas do banco e BTGP, e que as teleconferências possam ser mais focadas nos resultados financeiros e operacionais do banco.