Disputas judiciais não tiram atratividade das ações da Vale, diz Barclays

SÃO PAULO – Em meio às disputas judiciais, o Barclays reiterou visão positiva para as ações da Vale (VALE3; VALE5), admitindo um preço do minério de ferro próximo a US$ 140 por tonelada, e com perspectivas de alta no médio prazo. A recomendação para os ADRs (American Depositary Receipts) da mineradora é de overweight (desempenho acima da média) e preço-alvo de US$ 25,00.

“A melhora no preço do minério de ferro vai compensar a saída de recursos do caixa da companhia para pagar essas recentes disputadas”, avaliam os analistas Leonardo Correa, Luiz Fornari e Pedro Grimaldi. Segundo eles, uma alta de US$ 1,00 no preço do minério de ferro impactaria em US$ 200 milhões a mais nos ganhos da Vale. 

Na véspera, a companhia anunciou que o pagamento de R$ 485 milhões para encerrar uma disputa fiscal na Suíça. Na sequência, a mineradora revelou que irá fazer diversos desembolsos para encerrar processos envolvendo divergências sobre o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). A mineradora prevê que encerrar esses processos levará a uma perda contábil de R$ 528 milhões no quarto trimestre deste ano. Essa quantia corresponde a menos do que 0,5% do valor de mercado da Vale, e uma redução de 9% em suas projeções para o lucro líquido da empresa no quarto trimestre.

“Em nossa visão, os efeitos sobre a alavancagem da companhia deve ser muito limitada, considerando especialmente os recentes desinvestimentos de ativos não essenciais da Vale”, comentam.

Em função disso, os analistas do Barclays reiteram avaliação positiva para as ações da companhia, considerando ainda um atrativo valuation – negociado com um valor de mercado próximo a 5,5 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), além de melhoriais no lucro da mineradora – diante dos desinvestimentos, redução de custos e racionalização de capex (investimentos em bens de capital).