Disparada de 30% em 7 dias: as duas ações que podem ter muito a ganhar com a queda da JBS

Além da alta do dólar - que beneficia diretamente essas ações - uma possibilidade de consolidação do setor, com a venda da Eldorado pela J&F, vem ganhando força no mercado

Paula Barra

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SÃO PAULO – Além da disparada do dólar – que beneficia diretamente as exportadoras -, as ações da Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB5) podem ter muito mais a ganhar com o caos que afeta a JBS (JBSS3). As apostas recaem em cima de rumores sobre uma possível venda da Eldorado pela J&F, holding que controla a JBS. A empresa, contudo, nega. 

Embora a questão esteja pautada ainda por muitas especulações e seja muito cedo para falar dos possíveis ganhos de sinergia, no mercado, não se nega que uma consolidação do setor seria muito positiva. 

A reação se vê nas próprias ações da Fibria e Suzano – principais candidatas a adquirirem o potencial ativo. Do pregão do “circuit breaker” no Ibovespa (quinta-feira passada) até a máxima de hoje, esses papéis saltaram 28% e 21%, respectivamente, e são cotados nas máximas desde março de 2016. Enquanto isso, o principal índice de ações da bolsa acumula queda de 5%. Já o dólar futuro – um “trigger” que não pode ser descartado para a escalada desses papéis – subiu 4% no mesmo período. 

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Vale menção que hoje, contudo, esses papéis têm correção na Bolsa: enquanto Fibria caía 1,89%, a R$ 36,25, segundo cotação das 12h44 (horário de Brasília); as ações da Suzano recuam 1,31%, a R$ 15,06.

O que está em jogo?
Em relatório, o BTG Pactual comenta que o tema consolidação do setor está de volta ao radar dos investidores, embora tudo seja ainda rumores. Pode ser precipitado tentar estimar sinergias agora, comentam os analistas, mas não dá para passar batido por hipótese, dado que seria algo bem relevante para ambas empresas.

Segundo o BTG, no caso da Fibria, a sinergia viria da proximidade física dos ativos além de ganhos nas vendas (despesas gerais e administrativas menores, mesma estratégia comercial e time). Já para a Suzano, apesar dos ativos não estarem tão próximos, eles veem ganhos em redução das despesas. Em contas preliminares, o valuation implícito para a Eldorado seria abaixo de R$ 1 bilhão (sem contar a fase 2 do projeto/opcionalidades/entre outros).

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O ativo em questão – a Eldorado – tem capacidade estimada de cerca de 1,7 Mtpa (milhões de toneladas por ano) e representa 5% do mercado total de BHKP (celulose de fibra curta), enquanto Fibria é 21% e Suzano 10%.

Ontem, o Estado de S. Paulo noticiou que a J&F busca bancos para vender ativos – entre eles a Eldorado – para centrar forças na operação da JBS que deve passar por forte turbulência com os acordos de delação, já fechado, e de leniência, que está em negociação com o Ministério Público Federal. A J&F, contudo, disse que a informação não é verdadeira. 

Apesar de ser apenas rumores, os analistas ressaltam ainda dois pontos: 1) a Fibria é resultado da fusão entre Votorantim Celulose e Papel e Aracruz em um momento de estresse financeiro; 2) tanto Fibria quanto Suzano tem falado em consolidação do setor há algum tempo, o que não surpreenderia caso ocorresse agora. 

Eles mantiveram nesta sexta-feira a recomendação de compra para Suzano e Fibria, com uma visão muito positiva para o setor.