Discussões sobre abismo fiscal prometem estremecer ainda mais Ibovespa

Com situação política fiscal dos EUA ainda indefinida, analista recomenda cautela aos investidores, mas mantenham olhar no patamar dos 60.300 pontos

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa interrompeu uma sequência de três altas e fechou o pregão da última quarta-feira (12) em queda de 0,25%, aos 59.474 pontos, descolado dos mercados internacionais, mas com um forte volume financeiro, que foi inflado pelo vencimento de opções sobre Ibovespa Futuro, além da estreia do fundo imobiliário do Banco do Brasil (BBAS3), que movimentou R$ 366,3 milhões.

A principal referência ficou com o desfecho da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), nos Estados Unidos, que revelou a continuidade de compras de US$ 40 bilhões por mês de papéis lastreados em hipotecas, além de um programa de US$ 45 bilhões mensais destinados à compra de títulos de longo prazo do Tesouro, em uma tentativa de reduzir a taxa de desemprego no país. Enquanto o desemprego permanecer acima de 6,5%, as taxas de juros continuarão baixas, desde que a inflação projetada para um a dois anos não ultrapasse os 2,5%. 

O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, ainda pediu aos representantes do país que entrem em um acordo para reduzir o déficit fiscal, sem afetar a recuperação da economia. Bernanke reiterou que o Fed não poderia “compensar” todos os efeitos econômicos do “abismo fiscal”, uma série de cortes automáticos do gasto somados a um aumento dos impostos que entrarão em vigor dia 1º de janeiro de 2013.

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Com a situação política fiscal norte-americana ainda indefinida, é aconselhado que o investidor mantenha cautela em suas posições compradas e ficar de olho no próximo patamar dos 60.300 pontos, disse o analista da Trader Brasil, Leandro Klem. Se o índice não confirmar o rompimento dessa região nos próximos dias, Klem indica que o investidor realize suas posições. 

Embora o mercado se mostre volátil, a expectativa é que o Ibovespa termine o mês no campo positivo. Nos últimos 15 anos, o índice só apresentou queda no mês de dezembro em 1998 e 2011, e mesmo nesses dois anos, os recuos foram compensados por altas expressivas no mês seguinte.

Já na agenda da próxima sessão, destaque para os indicadores de preços ao produtor, vendas do varejo e pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos. Por aqui, o investidor deve acompanhar os dados de vendas no varejo, referente ao mês de outubro, que deve mostrar um salto de 8,5% para 8,9% no acumulado anual.