Dirigentes do BCE divergiram sobre data final para o QE, revela ata

"Os estímulos não vão parar repentinamente, nunca foi nossa visão que as coisas parassem repentinamente", afirmou Mario Draghi

Estadão Conteúdo

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Dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) divergiram na reunião de política monetária de outubro sobre a possibilidade de anunciar uma data final para o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) da instituição, com alguns deles alertando que um QE por tempo indeterminado poderia levar investidores a especular sobre uma nova extensão, segundo ata do encontro publicada nesta quinta-feira.

Em 26 de outubro, o BCE anunciou que irá prorrogar o QE por nove meses, até setembro de 2018. As compras mensais de ativos, no entanto, serão reduzidas pela metade a partir de janeiro, para 30 bilhões de euros (US$ 35,3 bilhões).

A ata sugere que o presidente do BCE, Mario Draghi, pode ter ido além do que havia sido acertado na reunião, ao declarar na coletiva de imprensa daquele dia que o QE definitivamente continuará além de setembro.

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“(O QE) não vai parar repentinamente, nunca foi nossa visão que as coisas parassem repentinamente”, afirmou Draghi na ocasião.

O comentário de Draghi ajudou a aliviar o impacto imediato da decisão do BCE de desacelerar o ritmo do QE de forma significativa. O euro se enfraqueceu e os preços de bônus de governos da zona do euro subiram, em meio à especulação de que o BCE irá esperar mais do que se imaginava para voltar a elevar suas principais taxas de juros.

O documento publicado hoje mostra que algumas autoridades do BCE pediram uma data concreta para o encerramento do QE, com o argumento de que mantê-lo em aberto “poderia gerar expectativas de novas extensões”

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Tais extensões “não pareciam ser justificáveis diante da falta de novos grandes choques”, afirma a ata.

Em entrevista divulgada esta semana, Benoît Coeuré, integrante do conselho executivo do BCE, afirmou esperar que a prorrogação do QE anunciada no mês passado seja a última.

Também na reunião de outubro, dirigentes do BCE decidiram avaliar o impacto de suas compras de bônus corporativos na precificação e funcionamento dos mercados. Um deles alertou que as compras, que fazem parte do QE, poderiam favorecer empresas grandes, em detrimento das menores.

Ainda na ata, autoridades do BCE concluíram que os últimos dados sobre crescimento na zona do euro, que têm sido favoráveis, dão maior confiança de que a inflação da região irá convergir para a meta oficial de preços. O BCE busca uma taxa de inflação ligeiramente inferior a 2%. Fonte: Dow Jones Newswires.

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