Direto ao ponto: cenário permanece baixista, com EUA e Europa ainda em foco

Para a TBCS, a única esperança para a melhora da bolsa nesta terça-feira está na divulgação de balanços corporativos nos EUA

Nara Faria

Publicidade

SÃO PAULO – Mais uma vez a economia dos Estados Unidos e a situação fiscal na Zona do Euro balizaram os rumos do Ibovespa na última segunda-feira (18). Nos Estados Unidos, a incerteza sobre a definição do teto da dívida teve um novo capítulo com a reiteração da Fitch Ratings de sua ameaça ao rating do país, enquanto a repercussão da reprovação de oito bancos europeus no teste de estresse, anunciado na última sexta-feira, colaborou para o clima nebuloso no mercado.

Diante deste cenário, o Ibovespa fechou com forte recuo de 1,08%, a 58.837 pontos, registrando a sua terceira queda consecutiva. Na opinião do sócio-diretor da TBCS, Marcelo Cincão, o cenário baixista deve perdurar para o curto prazo, se mantendo entre os 50 mil e 55 mil pontos. “A previsão é de volatilidade, de mercado tenso. Tem espaço para repique, mas o cenário ainda é baixista”, avalia.

Indicadores ficarão em segundo plano
A agenda econômica desta terça-feira (19) terá como principais destaques o primeiro dia da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), a divulgação da taxa de desemprego pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a 2ª prévia do  IGP-M (Índice Geral de Pereço – Mercado), que será publicada pela Fundação Getulio Vargas.

Continua depois da publicidade

Esses indicadores, na opinião de Cincão, ficarão em segundo plano entre os fatores que determinarão o desempenho do índice na sessão. “Não acredito em uma grande relevância para os indicadores no mercado doméstico, tendo em vista o cenário externo atual. Até porque o Copom, por exemplo, já está precificado em 0,25 ponto percentual, e não deve ter nenhuma grande surpresa para isso”, analisa.

Já nos Estados Unidos, os destaques entre os indicadores ficam para os dados sobre novas construções residenciais e concessão de alvarás, o que também não será, para a corretora, um fator-chave para definir o índice. “Obviamente que os indicadores sempre têm sua relevância, mas também não coloco muita importância nesses dados para definir os resultados da sessão”, completa.

Balanços corporativos podem dar tom positivo
Com o cenário externo pressionando as quedas e os indicadores econômicos sendo vistos como secundários na definição do índice neste pregão, a divulgação dos balanços corporativos nos Estados Unidos, são “a única esperança para a bolsa melhorar, nem que seja um repique”, explica Marcelo Cincão. “Com o atual cenário externo e a inflação, só sobra o cenário corporativo para nos dar um susto positivo”, completa.