Direcional? Smart Fit? Quais ações podem entrar na nova carteira do Ibovespa

Há três prévias previstas para 1º, 16 e 30 de abril, que serão monitoradas de perto pelo mercado

Murilo Melo

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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No próximo 5 de maio, passa a valer a nova composição dos índices da B3 (B3SA3), responsável também pelo Ibovespa. Há três prévias previstas para 1º, 16 e 30 de abril, que serão monitoradas de perto pelo mercado. A nova composição será válida de maio a agosto.

Entre as alterações projetadas para o Ibovespa, XP Investimentos, Bank of America (BofA) e BTG Pactual apontam para a entrada de Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3), enquanto São Martinho (SMTO3) PetroRecôncavo (RECV3), Automob (AMOB3) e Locaweb (LWSA3) devem ser excluídas. “Caso seja incluída, estimamos que a Direcional possa ter um peso de 0,2% e, de forma conservadora, estimamos que os fluxos de entrada possam representar o volume de um dia de negociação”, diz o BofA.

No índice de small caps (SMLL), a previsão é de onze inclusões e dez saídas, com Caixa Seguridade (CXSE3), Porto (PSSA3) e CPFL Energia (CPFE3) migrando do Mid-Large Caps (MLCX) para o SMLL, segundo os analistas. Entre as baixas, figuram Usiminas (USIM3), Taurus Armas (TASA4) e Santos Brasil (STBP3).

O BTG Pactual aponta para a tendência de redistribuição de peso dentro do Ibovespa. Entre 2019 e 2021, os 10 maiores componentes do índice reduziram sua participação de 61% para 47%. Em 2023, esse percentual voltou a crescer para 53%, mantendo-se estável nos cinco rebalanceamentos seguintes, antes de recuar para 51%.

Paralelamente, o número total de componentes do índice vem diminuindo nos últimos anos, reflexo de fusões e incorporações, como brMalls (antiga BRML3) e SulAmérica ( antiga SULA11), adquiridas por Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3), respectivamente.

A Genial Investimentos também espera que, para o Ibovespa, haja a inclusão das ações da Direcional (DIRR3) e da Smart Fit (SMFT3) no índice, enquanto LWSA (LWSA3) e Automob (AMOB3) devem ser excluídas. Essas alterações refletem critérios como volume de negociação e presença em pregões ao longo do período de avaliação.

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“Também monitoramos a possibilidade de São Martinho (SMTO3) deixar o índice, embora esse anúncio possa ocorrer apenas nas próximas prévias. Entre as duas possíveis inclusões, a maior probabilidade, segundo nossas projeções, está com Direcional (DIRR3), que apresentou desempenho e liquidez mais consistentes nos últimos meses”, aponta a equipe de análise.

As previsões também incluem mudanças no Índice Brasil 50 (IBrX-50) e Índice Brasil 100 (IBrX-100), indicadores de desempenho médio das cotações dos 50 e 100 ativos, respectivamente, de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brassileiro.

No primeiro, as principais adições esperadas são Marfrig (MRFG3), Grupo CCR (CCRO3) e Carrefour (CRFB3), enquanto Azzas 2154 (AZZA3), Usiminas (USIM5) e MRV (MRVE3) devem sair. Para o IBrX-100, Ecorodovias (ECOR3) pode ser incluída, com a saída de Alpargatas (ALPA4).

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No segmento de small caps, XP e BTG projetam três novas entradas: Aeris (AERI3), Natura (NTCO3) e Lojas Renner (LREN3). Em contrapartida, oito ativos devem ser removidos da carteira, entre eles Blau (BLAU3), Taurus (TASA4), Mitre Realty (MTRE3), Zamp (ZAMP3) e Usiminas (USIM3).

A presença de Natura e Lojas Renner chama atenção porque, lembram os analistas, essas empresas antes não atendiam aos critérios para integrarem o índice. Com a queda de 24% das ações da Natura no ano, o cenário se alterou, permitindo sua elegibilidade para a próxima revisão, caso os requisitos se mantenham.

O critério de permanência no índice small caps também será determinante para algumas empresas, como Automob, Recrusul (RCSL4) e Azevedo e Travassos (AZEV4). Apesar de seus preços atuais estarem acima de R$1, a classificação como penny stock, ou seja, empresas que têm ações negociadas a valores muito baixos, na casa dos centavos, é baseada na média ponderada pelo volume negociado (VWAP) ao longo do período anterior. Assim, mesmo que suas cotações tenham subido, os analistas avaliam que a média histórica pode influenciar sua exclusão do índice.

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As revisões de composição dos índices da B3 costumam impactar o fluxo de negociações, especialmente entre os fundos passivos, que ajustam suas carteiras conforme os novos pesos dos ativos, segundo o BTG. os estrategistas do banco dizem que o efeito sobre os volumes negociados depende da liquidez das ações e da magnitude das alterações nas carteiras teóricas.

Participações no índice

A Genial Investimentos aponta que, se as suas previsões se confirmarem, o Ibovespa passará a contar com 87 empresas em sua composição a partir da próxima carteira. A projeção considera as atualizações esperadas com base na metodologia do índice e no desempenho recente das ações mais negociadas na B3.

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Entre os destaques positivos estariam WEG (WEGE3), SmartFit (SMFT3), Direcional (DIRR3), Klabin (KLBN11) e Vale (VALE3), que devem apresentar os maiores aumentos de participação no índice.

Por outro lado, empresas como Itaú (ITUB4), B3 (B3SA3), Hypera (HYPE3), Petrobras ON e Eletrobras (ELET3) devem ter redução em suas participações na nova configuração do Ibovespa. Essa diminuição pode estar relacionada à performance recente, volume negociado ou mudanças na liquidez desses ativos.