Dilma vive um cenário propício para impeachment, diz Rodrigo Constantino

Apesar do cenário pessimista para Brasil, o economista e colunista da Veja foi enfático ao dizer: "o Brasil resistirá ao PT"

Paula Barra

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SÃO PAULO – O economista e colunista da Veja, Rodrigo Constantino, não negou pessimismo com a economia para os próximos anos em palestra realizada pela XP Investimentos, em São Paulo, na noite da última terça-feira (11), mas foi enfático ao dizer: o Brasil resistirá ao PT. “Eles encontrarão obstáculos parrudos pela frente”, afirmou.

Para ele, Dilma vive um cenário propício para impeachment. “Essa questão deve assombrar Dilma nos próximos anos”. “A presidente não dialoga, a oposição está cada vez mais insatisfeita, há uma crise contratada, o PMDB está rachado, enquanto o petrolão estampa os jornais”, disse. 

O colunista afirmou ainda que não acredita que Dilma Rousseff deixará de lado seu lado ideológico e que a presidente não deve ter “coragem” de promover as mudanças necessárias que o Brasil precisa para voltar aos trilhos. “Não deve vir um Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda, como o próprio Lula vem tentando, enquanto Arno Augustin (secretário do Tesouro Nacional) deve ser colocado ao lado de Dilma. Ele não sairá do governo e isso é um problema”, contou.

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Para ele, o “copo está meio vazio”: a receita usada nos últimos anos foi infundada e só deu certo durante alguns anos porque o cenário externo (China crescendo a taxas firmes e juros baixos nas principais economias do mundo) ajudou. “Vivemos uma prosperidade ilusória, mas os ventos mudaram de direção”. “Essa história de pessimildo nada é coisa de marqueteiro, é o realildo mesmo”, criticou. Durante a companha de Dilma, seu marqueteiro João Santana criou o “pessimildo”, personagem ranzinza que ironizava os críticos do governo. 

Constantino acredita que há um “crise contratada” para os próximos dois anos, mas isso não é de todo mal. “Isso gera oportunidades para alocação eficiente de capital”. “O cenário macroeconômico é ruim, então é hora do investidor começar a olhar de baixo para cima e encontrar oportunidades micro”, completou. 

Olhando para Bolsa, ele voltou a criticar a Petrobras. “Na Petrobras, por exemplo, a única coisa que cresce é o endividamento. É a empresa mais endividada do mundo, sendo que isso não refletiu em aumento de produção significativa e lucro por ação. Tem muita incompetência, politicagem”, comentou.

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Após pessoas da platéia pedirem para que ele repita a palestra em outras ocasiões, ele afirmou: “se depois de tudo que viveremos nos próximos quatro anos o PT vencer mais uma vez em 2018, eu vou repetir essa palestra… Lá de Miami”, finalizou.