Diante dos impactos da guerra, SPX investe em metais preciosos e aumenta exposição a ações europeias ligadas à transição energética

Já em relação à Bolsa brasileira, não houve alterações: a casa seguiu com posição vendida em fintechs e no setor de mineração

Bruna Furlani

Rogério Xavier, da SPX, durante evento da XP nesta terça. Crédito: Divulgação/XP

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Em meio a um conflito que pode provocar um realinhamento mais profundo da ordem global, seja geopolítica, de comércio internacional ou de fluxos de capital, a gestora SPX realizou mudanças na carteira na passagem de janeiro para fevereiro.

Na parte de renda variável, a aceleração do processo de transição energética pode ter sido um dos fatores que fizeram com que a gestora aumentasse a alocação em ações europeias com exposição a esse tema, na passagem de janeiro para fevereiro. As informações constam na carta escrita por Beny Parnes, responsável pela área de crédito da SPX.

A casa, que tem o renomado gestor Rogério Xavier entre os fundadores, iniciou uma posição no setor de defesa da Europa também em fevereiro.

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Por outro lado, a SPX informou que manteve posição comprada (que se beneficia da valorização) na bolsa chinesa e que seguiu privilegiando setores mais defensivos em relação a ativos cíclicos nos Estados Unidos.

Já em relação à Bolsa brasileira, não houve alterações: a casa seguiu com posição vendida (que se beneficia da desvalorização de um ativo) em fintechs e no setor de mineração. A SPX disse ainda que continuou com uma posição comprada no setor de transportes contra o índice, além de alocações relativas em consumo e também em transportes.

Destaque ainda para a carteira de commodities, que também passou por mudanças. Na passagem de janeiro para fevereiro, a gestora informou que iniciou uma posição comprada em metais preciosos, mantendo a alocação comprada em metais industriais, grãos e crédito de carbono.

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Com relação aos juros, Parnes reforçou que, após os eventos recentes, o trabalho das autoridades monetárias será ainda mais duro. Em sua visão, é essencial combater a onda adicional de inflação para que se evite uma deterioração das expectativas e a contaminação para os salários.

“Isso tornaria esses choques inflacionários ainda mais persistentes. Sem dúvida, o trade-off inflação-produto piorou significativamente”, afirmou o gestor.

Nesse sentido, a gestora voltou a dizer que as condições monetárias de hoje não estão calibradas para a realidade de rápida recuperação econômica e elevadas taxas de inflação nos países desenvolvidos. “Esperamos que esse desequilíbrio seja corrigido e resulte em taxas de juros globais mais elevadas”, destacou a SPX.

Em relação ao Brasil, que saiu na frente dos demais bancos centrais em termos de aperto monetário, a gestora disse que manteve a posição aplicada (que se beneficia da queda) em juros reais na parte intermediária da curva.

Ao comentar sobre a alocação em moedas, a SPX disse apenas que permaneceu com a alocação em que espera que o dólar americano se aprecie, mas sem dar mais detalhes.

Diante das maiores pressões inflacionárias e de taxas de juros elevadas, a casa disse que seguiu focada em posições de valor relativo em crédito na América Latina, mantendo alguns nomes que podem se beneficiar desse novo ambiente.

Já no mercado de crédito americano, a gestora defendeu que não é possível cravar se o ambiente geopolítico atual pode ou não afetar os valuations (preços), o que confirma a necessidade de adotar uma postura mais conservadora.

Embora o cenário seja desafiador, a gestora não descartou que oportunidades possam surgir, especialmente porque o crédito pode voltar a entrar no mercado de capitais americano.

Performance

Em fevereiro, o fundo Nimitz avançou 3,05%, contra 0,75% do CDI no período. O resultado foi impulsionado pelas alocações em juros e em commodities.

O rendimento do fundo em fevereiro também seguiu acima dos 1,21% entregues pela média dos multimercados de gestão ativa no Brasil, medida pelo Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA).

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