Dia de repique: Ibovespa sobe 1,5% após bater na véspera mínima em 4 anos

Apenas a ação da Fibria recuava mais de 1% nos primeiros minutos de pregão; empresas "X" lideravam altas, puxada pela MMX

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – O Ibovespa repica nesta terça-feira (25) após fechar o último pregão em seu menor nível desde abril de 2009 (45.965 pontos). Após pânico no mercado com preocupação sobre os rumos da economia chinesa, os investidores recuperam o apetite por risco e o benchmark da bolsa brasileira subia 1,69%, a 46.740 pontos na cotação das 10h26 (horário de Brasília). Apesar disso, a queda acumulada no ano ainda é forte: 23,30%.

No momento, apenas uma das 71 ações que compõem o Ibovespa recuava mais de 1%: a Fibria (FIBR3, R$ 24,79, -1,31%), que viu suas ações subirem 15% na semana passada.

Na ponta positiva, destaque para as empresas do Grupo EBX, que ganham impulso com o avanço das negociações de que a Glencore Xstrata pode desenvolver uma parceria com o BTG Pactual para fechar um acordo com a MMX, mineradora de Eike Batista. Com isso, as ações da MMX (MMXM3, R$ 1,51, +7,86%) lideram as altas do Ibovespa, após já terem subido 10% na véspera. OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,82, +5,13%) e LLX Logística (LLXL3, R$ 1,04, +5,05%) também avançam, após terminarem em queda no pregão anterior.

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Com ganhos menores, aparecem empresas que caíram forte no último pregão. É o caso da Usiminas (USIM3, R$ 7,92, +3,53%; USIM5, R$ 7,74, +3,75%) e Gol (GOLL4, R$ 7,03, +4,46%), que lideraram as perdas do Ibovespa ao caírem mais de 8%.

Indicadores imobiliários nos EUA
Nos EUA, a agenda econômica ganha destaque com a divulgação de dados de abril sobre o setor imobiliário. O Case-Shiller Home Price, que mostra a trajetória dos preços das casas, registrou alta de 12,1%, ante expectativa de 10,5%. Já o indicador que calcula as hipotecas norte-americanas, o FHFA House Price Index, subiu 0,7% em abril, valor menor do que o registrado no mês anteiror, de 1,5%.

Já o indicador industrial Durable Good Orders, que avalia o volume de pedidos e entregas de bens duráveis, aumentou 3,6% em maio, perante expectativa de alta de 3%. No mês anterior, o indicador registrou variação positiva de 3,6%.

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Por lá, ainda serão apresentados o New Home Sales – que mostra a quantidade de casa novas vendidas – e o indicador de Confiança do Consumidor.

Discursos do Federal Reserve
Seguem em pauta também os discursos de membros do Federal Reserve. O presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, disse na véspera que os mercados estão agindo como se fossem “porcos selvagens”, após os juros de títulos da dívida norte-americana registrarem fortes altas em meio às expectativas de que a autoridade monetária reduza os estímulos monetários e suba os juros antes do esperado pelo mercado. Fisher também indicou esperar ainda mais sinais do Fed para a compra de títulos quando a taxa de desemprego cair abaixo de 6,5%, o que deve durar, na visão dele, mais ou menos 2 anos. 

Já o presidente do Fed de Mineapólis, Narayana Kocherlakota, ressaltou que a autoridade monetária não se tornou mais “beligerante” e destacou que a instituição precisa tornar mais clara as suas intenções quando deixa de comprar títulos.

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China tenta amenizar temores
As autoridades chinesas tentam amenizar o impacto de sua declaração na véspera – quando disse que afrouxou seu aperto monetário pela última vez no país, reiterando que os bancos precisam trabalhar de maneira mais eficiente – comentando que não irão apertar os bancos com muita força em sua tentativa de conter o crédito fácil. Ling Tao, autoridade do BC, disse ainda que o risco de liquidez no sistema bancário está sob controle e que o órgão guiará as taxas de juros do mercado para níveis razoáveis.

A declaração foi feita após o fechamento do mercado asiático e, por isso, não influenciou nos índices, que apresentaram quedas. O índice acionário de Xangai caiu 0,16% nesta sessão, após despencar mais de 5% na véspera. No Japão, o índice Nikkei terminou esta terça com queda de 0,72%, após cair 1,26% ontem.

Inflação de São Paulo e Nota do BC
Por aqui, as atenções ficam com o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) calculado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que mede as variações de preços na cidade de São Paulo e registrou alta de 0,30% na terceira prévia de junho, após subir 0,18% na prévia anterior. Segundo a Fipe, o aumento na tarifa do transporte público na cidade pesou sobre o índice, mas com a revogação do aumento, deve ocorrer uma correção nos próximos resultados.

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Mais tarde, o Banco Central apresenta a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito, com estimativas sobre a base monetária, os empréstimos de bancos privados e o total de empréstimos no mercado financeiro.