Destaques da Bolsa: JBS dispara 11% após derrocada; Cemig salta 20% em 2 dias

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou novo ânimo próximo ao fechamento, após o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, anunciar R$ 83 bilhões em estímulo ao crédito, durante reunião do “Conselhão”, que ocorre nesta quinta-feira (28). Os papéis da Petrobras, no entanto, que chegaram a subir 12% nesta sessão, encerraram entre leves perdas e ganhos, com o petróleo minimizando alta lá fora, após o Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) negar reunião em fevereiro para discutir corte de produção da commodity. As ações da Vale, que também atingiram alta de 5% nesta tarde, encerraram o dia em queda. 

Por outro lado, a JBS foi a grande surpresa, com disparada de 11%, depois de dois dias de fortes quedas após denúncia do Ministério Público de São Paulo, que levou os papéis para o menor patamar desde agosto de 2014. Nesta tarde, a companhia disse que não vê hipótese de prejuízo às operações. 

Na sequência, papéis das elétricas, que figuraram entre as maiores altas do Ibovespa na véspera, seguiram em alta. O destaque foi a Cemig, que acumula nesses dois dias ganhos de 20%. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações desta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 6,52, -0,31%; PETR4, R$ 4,60, +0,66%)
A euforia que puxou as ações da Petrobras para alta de 12% nesta tarde já tomou outro rumo durante à tarde, depois que a Opep negou reunião em fevereiro para discutir corte de produção. Mais cedo, um relatório da Interfax disse que a Opep iria se reunir mês que vem para discutir um corte na produção da commodity. O ministro russo, Alexander Novak, teria dito que a Arábia Saudita entregou uma proposta para que ambas as nações cortem sua produção em 5%. Da parte da Rússia, isso representaria um corte de 500 mil barris por dia. O petróleo Brent encerrou em alta de 3,38%, a US$ 34,22 o barril. 

A ação da estatal refletiu também a coletiva de imprensa da estatal, realizada nesta manhã, para comentar cortes gerenciais e redução de custo em R$ 1,8 bilhão por ano. (Clique aqui para conferir os destaques). Durante a coletiva, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, afirmou que o programa foi bem estruturado e que será aprofundado ao longo do tempo. Nesta manhã, a petroleira anunciou revisão em seu modelo de gestão e governança, o que acarretará na demissão, segundo a própria empresa, de pelo menos 30% dos cargos gerenciais em áreas não operacionais.

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Bendine comentou ainda, durante a coletiva, que a queda do preço do petróleo esse ano, que chegou a levar a commodity para menos de US$ 30,00 o barril, não afeta o pré-sal. “Vamos preparar a companhia para um Brent de US$ 20 e US$ 30, não importa. Já trabalhamos com o Brent mais baixos ou valorizados”, disse. “Não é o fim do mundo que o petróleo chegue a US$ 30”. Ele, no entanto, defendeu a utilização da cotação de US$ 45 para o Brent médio de 2016, que serve como base para o plano de investimentos da companhia este ano. 

Em comunicado divulgado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta manhã, a companhia informou que seu Conselho de Administração aprovou o novo modelo de gestão e governança. “A revisão do modelo ocorre em função da necessidade de alinhamento da organização à nova realidade do setor de óleo e gás e da priorização da rentabilidade e disciplina de capital”, disse a empresa. 

Além disso, vale ressaltar que o fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, colocou seu investimento na Petrobras sob observação após o envolvimento da estatal no maior escândalo de corrupção do Brasil. O fundo de mais de US$ 800 bilhões, encarregado da gestão dos recursos provenientes do petróleo na Noruega, disse nesta quinta-feira que a decisão ocorreu com base no seu conselho de ética.  No fim de 2014, o fundo detinha fatia de US$ 163 milhões na Petrobras International Finance, subsidiária incorporada em Luxemburgo, e participação de US$ 38 milhões na Petrobras Global Finance, incorporada na Holanda, segundo o relatório anual do banco. 

E, segundo o jornal Valor Econômico, a Petrobras registrou poço seco em área central de Libra. O jornal destacou que a estatal comunicou à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) a sua nona descoberta de petróleo no Campo de Libra, o maior projeto no pré-sal brasileiro, leiloado pelo governo por R$ 15 bilhões em 2013. Contudo, o banco de dados de exploração e produção da ANP, que reúne todo o histórico de perfurações da indústria petrolífera, mostra que Libra não tem dado apenas notícias boas e que a estatal perfurou um poço seco no campo, no ano passado. 

O resultado ruim no quarto poço perfurado está longe de atestar o fracasso de Libra, que ainda está ainda em fase inicial de exploração e considerado pela indústria um dos maiores campos do mundo. “Mas o sinal de alerta foi ligado. Isso porque o poço seco, abandonado definitivamente, foi perfurado na área central do campo, o que coloca em dúvida a ideia de que o reservatório gigante de Libra é homogêneo e tem óleo distribuído por toda sua estrutura”, informa o jornal.

Por fim, os bancos credores da Sete Brasil, criada para construir e administrar as sondas da Petrobras no pré-sal, fecharam acordo para prorrogar por quatro meses a dívida da empresa, que já chega a R$ 14 bilhões. Uma das exigências para o novo prazo foi receber R$ 4,2 bilhões da garantia dos financiamentos, segundo O Estado de S. Paulo. O pagamento será feito com recursos do Fundo de Garantias para a Construção Naval (FGCN), administrado pela Caixa.

JBS (JBSS3, R$ 9,35, +11,18%)
As ações da JBS tiveram primeira sessão de alta após derrocada de 21% nos últimos dois pregões, em meio à denúncia do Ministério Público Federal em São Paulo contra o CEO do grupo, Joesley Batista e mais sete executivos, incluindo os do Banco Rural, por crime contra o Sistema Financeiro Nacional. 

Os papéis ressurgiram hoje após a empresa afirmar que não há hipótese de prejuízo às suas operações e que atos societários foram praticados de acordo com a legislação.

Segundo denúncia do MPF em São Paulo, os executivos participaram de uma sequência fraudulenta de operações financeiras e empréstimos bancários. 

Vale (VALE3, R$ 9,33, -0,85%; VALE5, R$ 7,09, -1,25%)
O mercado sofreu reviravolta nesta tarde, com o Ibovespa atingindo o pico de euforia às 12h20 (horário de Brasília), com as ações das blue chips, em especial Vale e Petrobras. Depois disso, os papéis perderam força até voltarem para o negativo, sentido em que as ações fecharam essa sessão.  

Acompanharam o movimento, as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 3,14, -3,38%), holding que detém participação na mineradora, que viraram para queda nesta tarde. Apesar do movimento, o preço do minério de ferro subiu 0,5% nesta sessão no mercado à vista chinês, indo a US$ 41,50 a tonelada seca, de acordo com dados do The Steel Index.  

Bradesco (BBDC3, R$ 19,20, +1,69%; BBDC4, R$ 17,40, +0,17%)
O Bradesco anunciou um aumento de 14% em seu lucro líquido no acumulado anual, passando de R$ 15,08 bilhões em 2014 para R$ 17,19 bilhões no ano passado. No quarto trimestre, os ganhos cresceram em relação ao três meses anteriores. De R$ 4,12 bilhões, o lucro passou para R$ 4,35 bilhões, alta de 5,6%.

A carteira de crédito expandida no último trimestre somou R$ 474,0 bilhões, mostrando estabilidade em relação ao trimestre anterior. As micro, pequenas e médias empresas e as grandes empresas registraram queda de 1,2% e de 0,8%, respectivamente. Já a pessoa física cresceu 1,7% no período.

O índice de inadimplência das operações com atrasos superiores a 90 dias, aumentou, principalmente, em função do menor ritmo de crescimento da carteira de crédito e pelo processo de desaceleração da atividade econômica. De setembro para dezembro, a taxa subiu de 3,81% para 4,06%.

Educacionais
As ações da Estácio (ESTC3, R$ 10,64, -1,21%) amenizam as perdas registradas mais cedo, quando marcaram queda de 7,5%, a R$ 1,48, mas ainda fecharam na sua 11ª queda em 12 sessões, período em que acumula expressiva desvalorização de 22%. Com a derrocada, os papéis renovam mínima de agosto de 2012.

Na terça-feira, os papéis do setor, em especial a Ser Educacional (SEER3, R$ 7,14, +7,37%), foram beneficiados por novidades sobre o Fies. Naquele pregão, a ação da empresa subiu 12%. Hoje, somente as ações da Ser teve alta hoje, enquanto as demais Kroton (KROT3, R$ 7,83, -0,25%) e Anima (ANIM3, R$ 9,31, -2,00%) encerraram no negativo.  

Fibria (FIBR3, R$ 42,30, -2,98%)
As ações da Fibria viraram para queda durante a parte da tarde, apesar da leitura positiva do mercado sobre o balanço do 4° trimestre da empresa. Na máxima do dia, os papéis chegaram a subir 1,93%, a R$ 44,44.

O Credit Suisse destacou que a companhia teve números fortes para o quarto trimestre, com uma performance operacional em linha com as estimativas e uma forte margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) de 54,4%, explicada por uma robusta receita líquida e custo de caixa sob controle. Já o Bradesco BBI comentou que os resultados foram impulsionados principalmente pelos preços da celulose mais efetivos em reais por tonelada, com a depreciação de 9% do real mais do que compensando os preços menores em dólares. Mesma observação feita por analistas do Haitong, que mantiveram recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 62,00 por ação. 

Para o Itaú BBA, os resultados de 2016 provavelmente devem continuar melhorando, com expectativa de que o setor de celulose continue registrando resultados melhores ao longo de 2016, devido a: um real mais fraco, que irá mais do que compensar os preços em declínio da celulose em dólar (a receita por tonelada chegou a R$ 2.264 no 4° trimestre, a um câmbio médio de R$ 3,85, em comparação com a estimativa atual de R$ 4,27 para o dólar este ano); e menores custos-caixa de produção. Considerados esses fatores, o banco espera que a Fibria informe números recordes para o Ebitda, geração de fluxo de caixa e ROE (Retorno por ação) este ano.

 A companhia reportou receita recorde no ano de R$ 10,08 bilhões, uma alta de 42% ante os R$ 7,08 de 2014. Considerando apenas os três últimos meses, a receita bateu R$ 2,98 bilhões, um aumento de 49% contra o mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, a companhia reverter o prejuízo de R$ 128 mil do quarto trimestre de 2014 em um lucro de R$ 910 mil no fim do ano passado. No ano, o lucro atingiu R$ 357 mil, uma alta de 119%. Segundo a empresa, este valor “será majoritariamente destinado para pagamento de dividendos”.

Rumo Logística (RUMO3, R$ 1,77, +5,99%)
As ações da Rumo seguiram a disparada da véspera nesta sessão, após encerrar ontem como a maior alta do Ibovespa, com salto de 11%. Os papéis, no entanto, ainda figurem como a pior ação do índice no ano, acumulando queda de 72%. 

Ontem, o comitê de investimento do FI-FGTS aprovou ontem um aporte de R$ 1 bilhão na companhia por meio de emissão de debêntures conversíveis. Essa estrutura já estava em negociação nos últimos meses como parte do funding para viabilizar o plano de capex (investimentos em bens de capital).

Segundo o BTG Pactual, trata-se de mais um passo para a execução desse aporte, mas a estrutura final da operação ainda deve ser decidida e anunciada em breve. Além disso, os analistas esperam ouvir em breve mais detalhes relacionados com o novo plano de aumento de capital, além da revisão do plano de capex.

As ações estão muito voláteis, mas uma vez que essas questões descritas acima forem endereçadas, há bastante potencial de alta para o papel, comentaram os analistas. 

Usiminas (USIM5, R$ 0,86, -4,44%)
Segundo o BTG Pactual, o tema aumento de capital da Usiminas tem voltado à tona no mercado, surgindo notícias de que essa seria a única saída para a companhia. Os analistas do banco lembraram que, em outubro do ano passado, já alertaram para a fragilidade do balanço e da necessidade de algumas iniciativas. “A situação atual é crítica, com a alavancagem caminhando para 15 vezes rapidamente, queima de caixa de 30% a 35%, R$ 1,5 bilhão em dívidas vencendo no curto prazo, com custo de refinanciamento alto (CDI +4%) e com boa parte do caixa ligado à Musa (joint venture com a Sumitomo).

Elaborando melhor a ideia do aumento de capital, o BTG Pactual estima necessidade de R$4 bilhões, o que levaria a alavancagem para 3,5 vezes a 4 vezes, mas, em contrapartida, altamente diluitivo (4 vezes do valor de mercado). O banco segue com visão de cautela para o case.

Tupy (TUPY3, R$ 16,70, -2,40%)
A Tupy anunciou a renúncia do CFO, Leonardo Gadelha, que será efetiva em 1 de fevereiro, e nomeação de Thiago Struminski, que era diretor de planejamento estratégico e fusões e aquisições. Gadelha foi chave na implementação/execução de várias iniciativas de autoajuda na Tupy nos últimos dois anos. 

 A Citi Corretora vê a mudança como neutra pra a ação, dado que Struminski esteve ativo nas mudanças estratégicas que ocorreram na Tupy nos anos recentes – a mais notável foi a oferta de R$ 524 milhões no final de 2013. A corretora manteve recomendação de compra para a ação, dada a sua exposição à sólida demanda de um mercado desenvolvido (cerca de 70% das vendas) e das ativas iniciativas de autoajuda para compensar a fraca demanda no Brasil.

B2W e Lojas Americanas
A recomendação para as ações da B2W Digital (BTOW3, R$ 13,89, -0,79%) e da Lojas Americanas (LAME4, R$ 18,11, +1,68%) foi rebaixada de neutra para underweight (exposição abaixo da média) pelo JPMorgan. O preço-alvo para as Lojas Americanas é de R$ 13,50, enquanto o preço-alvo para a B2W é de R$ 12,50 para 18 meses. 

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