Descrença no Bitcoin é o que cria a oportunidade de investimento, diz diretor da Hashdex

Para o CTO Samir Kerbage, a criptomoeda será "tão chata quanto o ouro em 10 anos"

Paulo Barros

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As críticas ao Bitcoin (BTC) em meio ao “inverno das criptomoedas”, depois que a moeda digital perdeu mais de 60% do seu valor, só reforçam a ideia de que o investidor se depara atualmente com um bom momento para se expor à essa nova classe de ativos. A opinião é de Samir Kerbage, diretor de tecnologia da gestora Hashdex.

“A oportunidade do Bitcoin é a descrença, e a tese de que, daqui a 10 anos, ele será tão chato quanto o ouro, que fará parte do dia a dia das pessoas”, afirmou o executivo na tarde desta quinta-feira (4) em painel sobre os ciclos dos criptoativos na Expert XP. “Quando [o Bitcoin] virar consenso, já estará absorvido pelo preço”.

Para Kerbage, a queda atual não assusta quem está há mais tempo no mercado e já viu grandes variações, sejam disparadas em meio à empolgação do momento frente a um novo caso de uso, ou recuos bruscos apontados como comuns quando se trata de uma nova tecnologia.

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“A Internet nos anos 1990 também evoluía em ciclos. Na bolha ‘.com’, tudo tinha um site ‘.com’, mas, na verdade, a Internet ainda não estava pronta para isso, não estava pronta para tantos casos de uso”, explicou.

O mesmo teria acontecido nos ciclos de 2013 a 2014 das criptomoedas, quando o Bitcoin começou a ser usado para pagamentos; e entre 2016 e 2018, quando surgiram as ofertas iniciais de moedas (ICOs). Em 2020 e 2021, foram novidades como NFTs e DeFi que impulsionaram o preço novamente, disse Kerbage.

“O que a gente vê em criptoativos desde o começo é isso. Vem a empolgação, as pessoas têm pressa, querem mudar o mundo hoje, criam uma onda especulativa. Depois vem a frustração. E aí surgem novas aplicações, e o ciclo volta mais alto da próxima vez”, conta. “Agora, os fundamentos nunca estiveram tão sólidos”.

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O diretor da Hashdex reconhece que pouca gente entende fato os criptoativos, e que parte culpa está na linguagem impenetrável da classe de ativos. Ele, no entanto, considera que se trata de algo natural.

“[Cripto] ainda está longe do nosso dia a dia. Hoje você não usa, só se for um early adopter. Não é nada diferente do que era a Internet nos anos 1990″, apontou. No entanto, diz que a oportunidade não deve ser deixada de lado dado o tamanho da assimetria das criptos como investimento.

Everton Guelles, assessor de investimentos na SVN que também compôs o painel, ressaltou que “todos os ativos de risco estão em um momento volátil, da Nasdaq ao S&P 500”. Ele relembrou ainda que é importante prestar atenção no sentimento de mercado para tentar visualizar oportunidades.

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“O Índice de Medo [e Ganância do Bitcoin] em setembro do ano passado estava em 80 pontos [de 100] e hoje está por volta de 15 pontos. Nesses momentos surgem as oportunidades. Não só em cripto, mas em todo tipo de ativo”, apontou.

“A forma inteligente de alocar nesse mercado é alocar de forma estratégica. Uma pequena aplicação no horizonte de investimento longo, de forma diversificada”, explicou Kerbage.

“Se você estiver errado, perde 1%. Mas, se estiver certo, o potencial de apreciação é de dezenas, senão centenas de vezes. É muito caro ter zero. Nao estou dizendo que já chegou no fundo do poço, mas se voce começar uma alocação agora, é um bom momento”, avaliou.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos