“Descaso do Brasil com desmatamento da Amazônia prejudica a imagem das empresas de celulose”, diz CFO da Suzano

Marcelo Bacci participou de live do InfoMoney e comentou sobre o baixo nível dos preços da celulose, dividendos, aquisições e a alavancagem alta da empresa

Anderson Figo

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SÃO PAULO — O descaso do governo brasileiro em relação ao desmatamento na Amazônia prejudica a imagem das empresas do setor de papel e celulose. A avaliação é de Marcelo Bacci, CFO da Suzano (SUZB3).

“A Suzano e o nosso setor florestal como um todo é um setor ambientalmente e socialmente muito responsável. A Suzano só trabalha com florestas plantadas, ela não colhe árvores nativas para fazer papel e celulose. (…) Temos uma série de certificações, que são inclusive exigência dos nossos clientes. Esse negócio de desmatamento não tem nada a ver com o setor de papel e celulose, porém afeta a nossa reputação”, disse.

“O que a gente tem dito sempre nas conversas que a gente tem fora do Brasil com clientes e com os investidores é que o problema do Brasil nessa área é um problema de aplicar a lei. Tem o desmatamento que é originado pela questão climática, mas o desmatamento ilegal é questão de polícia. Tem que aplicar a lei. Quem não aplica é criminoso”, completou.

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Ele participou nesta quarta-feira (11) de uma live no InfoMoney da série Por Dentro dos Resultados, onde executivos de importantes empresas da Bolsa apresentam os principais destaques financeiros do terceiro trimestre, comentam os números e falam sobre perspectivas.

O executivo explicou como a empresa reduziu seu prejuízo líquido de R$ 3,46 bilhões no terceiro trimestre de 2019 para R$ 1,16 bilhão no mesmo período de 2020. Ele falou sobre como o dólar pesa sobre os resultados da companhia e qual o hedge que ela faz para se proteger da variação cambial.

Sobre as vendas de papel, o executivo disse que elas estão no mesmo nível visto há um ano. “A pandemia agilizou o processo de digitalização no mundo todo, o que contribui para a queda no segmento de papel para impressão, mas o setor de celulose cresce como um todo, com demanda em alta nos demais segmentos”, afirmou.

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Bacci comentou que a alavancagem (relação percentual entre dívida e o Ebitda, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa continua em um nível elevado e que ela trabalha para reduzir isso. “Somos líderes mundiais no setor e temos o menor custo de produção do mundo, isso nos ajuda. Ainda assim, queremos que a relação dívida/Ebitda caia para menos de 3 vezes [em dólar]”, disse.

Outros pontos abordados foram o baixo nível de preços da celulose no mercado internacional, a dinâmica dos estoques globais da commodity e as diferenças de preços entre a celulose de fibra longa e a de fibra curta, que é produzida pela Suzano, além do pagamento de dividendos. Assista à live acima.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.