Os mercados norte-americanos fecharam o pregão de ontem em queda, afetados negativamente pela divulgação de índices econômicos que confirmam o desaquecimento da economia norte-americana. Pressionado pela divulgação do índice de confiança do consumidor, que atingiu o menor nível em quatro anos e meio, e do indicador de ordens de compra de bens duráveis, que ficou abaixo das expectativas do mercado, o índice Nasdaq Composite não resistiu e fechou em baixa de 4,36%, cotado a 2.207,82 pontos. Este patamar é o mais baixo desde o final de 1998. O mercado ficará atento hoje ao segundo round do depoimento de Alan Greenspan, presidente do Fed, ao Congresso norte-americano, a respeito do cenário econômico do país; e principalmente focado em algum sinal de que as taxas de juros poderão sofrer novo corte o quanto antes.
O índice de confiança do consumidor, divulgado ontem, caiu pelo quinto mês consecutivo, ao atingir 106,8, ficando abaixo dos 115,7 de janeiro. O índice de confiança não registrava um nível tão baixo desde junho de 1996. Esta queda significa que os consumidores estão menos confiantes tanto na situação macroeconômica atual quanto nas expectativas para o curto prazo. Além disso, os pedidos de compras para bens duráveis, que englobam entre outros equipamentos, máquinas, aeronaves e automóveis, ficaram abaixo das expectativas do mercado. Os pedidos de compras para bens duráveis ajustados sazonalmente caíram 6% em janeiro, frente às projeções dos analistas, que apontavam para uma redução de 3%. Esta queda representa uma redução dos gastos e conseqüentemente da demanda, podendo ser a brecha necessária para que o Fed corte as taxas de juros no curto prazo.
Hoje teremos a segunda parte do discurso semestral de Greenspan sobre a atividade econômica nos EUA, e desta vez o mercado acredita que o presidente do Fed adote uma oratória mais pessimista. Por outro lado, as chances de que um corte dos juros aconteça antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária norte-americano, marcado para 20 de março, também são maiores. A certeza é de que o discurso de Greenspan deverá direcionar os mercados acionários do país, e ao mesmo tempo influenciar o comportamento dos índices mundialmente.