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SÃO PAULO – O BIS (Bank for International Settlements) divulgou seu relatório semi-anual com os dados das transações globais com derivativos em mercado de balcão durante o primeiro semestre de 2008.
No geral, o documento mostrou continuidade da expansão do montante nocional de contratos pendentes de derivativos, que chegou a US$ 683,7 trilhões no final de junho, com avanço de 15% na passagem semestral.
O crescimento também pôde ser comprovado levando em consideração os valores brutos de mercado (medem o custo da substituição de todos os contratos existentes), que aumentaram 29% na comparação com o segundo semestre de 2007, terminando junho em US$ 20,4 trilhões.
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Derivativos de crédito
A maior surpresa do período ficou com a contração de 1% no volume de CDS (Credit Default Swaps) pendentes, resultado do término antecipado de contratos. Segundo o banco, “os términos multilaterais têm tido um efeito substancial no tamanho do mercado de CDS em anos passados”, sendo que, no primeiro semestre de 2008, foram encerrados contratos no montante de US$ 17,4 trilhões.
O recuo se deve ao desempenho dos contratos multi-name CDS (cuja entidade de referência inclui mais de um nome, como em carteiras, cestas ou índices de CDS), cujo volume caiu 6,5%, encerrando o semestre em US$ 24 trilhões. Em contrapartida, os volumes nocionais de contratos single-name CDS (cuja entidade de referência inclui apenas um nome) cresceram 3%, para US$ 33,3 trilhões.
Esta é o primeira contração na base de comparação semestral desde que as estatísticas de negociações de derivativos de crédito em mercado de balcão começaram a ser divulgadas pelo banco, em dezembro de 2004. Apesar disso, o BIS ressalta que o valor bruto de mercado dos contratos de CDS cresceu 58% na passagem semestral.
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Derivativos de juros
A instituição também apresentou as estatísticas de outros mercados, como no caso dos derivativos de juros, responsáveis por grande parte do valor total. Nesse caso, o montante nocional de contratos pendentes negociados em mercado de balcão cresceu 17% no primeiro semestre, para US$ 458,3 trilhões, enquanto o valor bruto de mercado subiu 29%, para US$ 9,3 trilhões.
O maior segmento desse mercado, segundo o BIS, é o de swap de juros, cujo montante nocional chegou a US$ 356,8 trilhões, com avanço de 15%. O valor bruto de mercado teve uma performance ainda mais expressiva, expandindo 30%, para R$ 8,1 trilhões. Já os valores nocionais de contratos pendentes a termo e de opções atingiram respectivamente US$ 62,2 trilhões e US$ 39,4 trilhões, com crescimento de 9% e 48%.
Vale destacar que, embora não tenham apresentado as maiores taxas de crescimento, as principais moedas negociadas neste mercado continuaram sendo o euro e o dólar, com um total de US$ 171,9 trilhões e US$ 149,8 trilhões, respectivamente.
Ações, câmbio e commodities
Outros três mercados de derivativos fazem parte do relatório do BIS: ações, câmbio e commodities. O primeiro reverteu o declínio de 2007, apresentando um crescimento de 20% entre janeiro e junho deste ano, com valor nocional de US$ 10,2 trilhões. Dessa quantia, mais da metade é de contratos feitos em bolsas européias.
O segundo, de derivativos de câmbio, registrou um aumento de 12% na passagem semestral, alcançando um montante nocional de US$ 63 trilhões, enquanto seu valor bruto de mercado atingiu US$ 2,3 trilhões, com expansão de 25%. “83% de todos os contratos (medidos em valor nocional) têm um braço denominado em dólares, comparado com 41% para o euro e 22% para o iene”, esclarece a instituição.
E, por fim, as operações em mercado de balcão com derivativos de commodities, que mostraram um crescimento significativo na primeira metade de 2008. A expansão do valor nocional foi de 56%, para US$ 13 trilhões, com um forte avanço nos contratos, excluindo ouro. Já o valor bruto desse mercado alcançou US$ 2,2 trilhões, subindo 16% na passagem semestral.