Depois do Barclays, Deutsche Bank também é investigado em caso da Libor

Após a acusação, o banco alemão suspendeu dois colaboradores, por suspeitas de estarem envolvidos no esquema

Nara Faria

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SÃO PAULO – O Deutsche Bank está sendo acusado de estar envolvido no escândalo sobre a manipulação de taxas de juros na Libor, taxa na qual os bancos emprestam dinheiro uns aos outros.

O banco alemão foi incluído nas ações judiciais norte-americanas apresentadas contra agentes reguladores e depois da acusação suspendeu dois colaboradores, por suspeita de estarem envolvidos no esquema, revelou a revista ‘Der Spiegel’.

Em comunicado, o banco alemão não confirmou nem negou as notícias, mas admitiu ter sido convocado para dar informações para as autoridades da Europa e dos Estados Unidos sobre a existência de um esquema de manipulação das taxas Libor, usadas para determinar os juros de contratos no valor de bilhões de euros em todo o mundo.

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O banco pode ser examinado durante mesespor auditores externos para verificar se os seus operadores estavam envolvidos em manipulação. 

No dia 26 de junho, o Barclays anunciou que irá pagar um total de US$ 450 milhões para instituições norte-americanos e britânicas, de modo a resolver as alegações de manipulação da Libor, a taxa de juros interbancária do Reino Unido. Em março desse ano, instituições dos Estados Unidos, da Europa e do Japão haviam reclamado sobre possíveis fraudes no benchmark.

Denúncias de manipulação
Quase uma dúzia de agentes reguladores são investigados por manipulação na Libor e duas taxas similares utilizados nos mercados em Londres, Tóquio e Bruxelas. A formulação da taxa se baseava no envio à Thomson Reuters de estimativas de custos de financiamento sem seguros, em 15 janelas de tempo pelas instituições financeiras. A BBA (Associação de Banqueiros Britânicos, na sigla em inglês) compila essas taxas e formula a Libor em 10 moedas diferentes.

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As investigações se focam em duas vertentes. A primeira é se os bancos mentiram deliberadamente sobre a taxa na qual eles poderiam pedir e se os comerciantes das instituições financeiras e de hedge funds procuraram se deslocar em torno das taxas para fins lucrativos.

A amplitude do esquema montado pelos bancos para alterarem o valor das taxas levou o comissário europeu do Mercado Interno, Michel Barnier, a anunciar planos para ampliar as regras europeias de abuso de mercado, de modo a ilegalizar a manipulação da taxa interbancária britânica.

“Vou propor o aumento do campo de aplicação da legislação atual, de modo a cobrir efetivamente a manipulação dos índices, o que inclui a Libor”, disse o comissário, segundo a imprensa internacional. “Quem quer que pense em manipular os mercados precisa saber que vai enfrentar sanções, incluindo acusações criminais”, conclui.