Depois de um 2011 negativo, corretoras apostam em small caps para este ano

Mundial, Haga, Helbor, entre outras, podem se destacar em performance ao longo do período, segundo especialistas

Nara Faria

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SÃO PAULO – Se o ano de 2011 não foi fácil para o mercado financeiro em geral, as small caps – ações de companhias de pequeno e médio porte e mais sensíveis à volatilidade do mercado -, seguiram a mesma linha e demonstraram ter sido afetadas com os problemas decorrentes da desaceleração da economia global.

A bolsa brasileira finalizou o ano de 2011 com queda de 18,11% e, acompanhando este cenário, o índice que reúne as small caps, batizado na BM&F Bovespa com SMLL, encerrou o ano com recuo de 16,64%.

Apesar do cenário negativo em 2011, o fato dos papéis estarem depreciados abre espaço para a retomada no ano de 2012, podendo trazer perspectivas mais positivas para o ano de 2012, considerando que apesar do quadro externo ainda não ter consolidado uma recuperação, os indicadores dos Estados Unidos vêm dando sinais de melhora e, por aqui, a economia continua aquecida.

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Além disso, o processo de entrada no novo mercado, a redução de endividamento e aquisições foram fatores apontados como positivos por analistas para as small caps para o ano de 2012, contribuindo para as recomendações favoráveis à algumas dessas empresas, que podem ser promessas para este ano. 

Confira as sugestões das corretoras, as quais incluem nomes que não são apenas do índice de small caps da bolsa brasileira, mas também empresas com menor valor de mercado.


Bematech
A Bematech (BEMA3) é um aposta do gerente de operações da Geraldo Corrêa, Sandro Augusto Silva Fernandes, para o ano de 2012. O papel, que chegou a valer cerca de R$ 10,00, perdeu valor e é negociado a R$ 4,09 – com base no fechamento do dia 9 de janeiro de 2011. “Acredito que o papel possa voltar aos R$ 8,80 no ano”, estima o analista. 

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Segundo ele, o fato da empresa fazer parte do novo mercado e seu cenário “interessante” podem contribuir para que a empresa surpreenda positivamente no ano. “Com o crescimento do consumo a demanda por caixas registradoras deve ser crescente em pequenos comércios”, sinaliza. 

Brookfield
A aposta no setor imobiliário do agente autônomo Leonardo Bopp é a Brookfield (BISA3), companhia que aparece entre as mais depreciadas do setor em 2011 e que, segundo o agente, opera a múltiplos abaixo dos concorrentes.

Segundo ele, a recente postura do Banco Central de redução das taxas de juros e as expectativas de novas reduções para as próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) podem trazer impacto positivo para as ações da companhia no ano. 

Eternit
Uma das apostas entre as small caps para a equipe de análise da Octo Corretora é a empresa Eternit (ETER3), motivada principalmente pela previsibilidade dos resultados. Além disso, a empresa tem procurado uma diversificação maior de sua linha de produtos, por conta da dúvida os investidores sobre a proibição do uso do amianto em seus itens. “O dividend yield atrativo é outro critério que torna a companhia interessante entre as small caps para o ano de 2012”, afirma a equipe de análise.

LLX Logística
Bastante depreciados no período, os papéis da LLX (LLXL3) encerraram 2011 com forte queda de quase 29%. Além de o recuo possibilitar um início de recuperação, a companhia comunicou no começo de dezembro de 2011 que firmou um contrato para instalação de um centro de apoio e prestação de serviços à indústria de óleo e gás, no Superporto do Açu (RJ), com a americana InterMoor.

Com início de operação previsto para o ano de 2013, a unidade deve gerar receitas de R$ 3,6 milhões por ano à LLX, com tarifas portuárias e aluguel de área. Para Bopp, o acordo deve acelerar os negócios para a companhia no ano.

Log-In
A empresa do setor de logística Log-In (LOGN3) está entre as apostas do analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, para o ano de 2012. O analista aponta a preferência pela companhia com base em seu valor de mercado, que atinge atualmente R$ 573,639 milhões.

No ano de 2011, a empresa também teve os seus papéis bastante depreciados. No entanto, na opinião da corretora, esse movimento atípico do papel deve-se praticamente a todo esse remanejamento de posições dos estrangeiros, não tendo nenhuma interferência nas premissas atuais da Log-In. “O cenário da empresa continua intacto”, disse a equipe da SLW ao comentar sobre a queda de 7% registrada pela empresa no dia 13 de junho de 2011. 

Minerva
A Minerva (BEEF3) abriu capital em 2007 e tem apresentado uma proposta de crescer em greefield (novos projetos). Além disso, os analistas da Rico Corretora enfatizam que ela é outra que tem os seus papéis bastante depreciados, o que sinaliza uma reversão das quedas para este ano. 

Segundo a corretora, o setor também passou por um 2011 difícil, especialmente marcado pela escassez de matéria-prima, e de aumento do preço. “A Minerva tem conseguido ter maior utilização da capacidade. É uma empresa que ainda é negociada  a um valor baixo por conta da liquidez e que possui uma alavancagem um pouco alta”, explicam os analistas.

Mundial
O cenário foi conturbado para a Mundial (MNDL4) no ano de 2011. A empresa foi alvo de investigações no início do ano, com a Polícia Federal e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) buscando provas de manipulação nos papéis. Além disso, a empresa reverteu seus lucros e registrou prejuízo líquido de R$ 7,7 milhões no terceiro trimestre de 2011

Já para o ano de 2012, o gerente de operações Sandro Fernandes, da Geraldo Corrêa, afirma que os papéis estão sendo negociados a um preço bem atrativo e a notícia de que a empresa está entrando para o novo mercado também tende a mostram um cenário atrativo para os seus ativos. “Estou acreditando na retomada desse papel. Acredito que ele possa retomar não exageradamente aos R$ 5,25 que chegou, mas pelo menos a R$ 1,80 estas ações devem chegar no ano”, disse.

Haga Fechadura
A tradicional fabricante de fechaduras Haga (HAGA4) é outra sugestão de Fernandes para o ano de 2012. Segundo ele, a empresa está prestes a se livrar das dívidas acumuladas nos últimos anos, tendo liquidado quase 90% de sua dívida com o Banco do Brasil (BBAS3), seu maior credor.

Além disso, “a companhia adquiriu uma EPP (Empresa de Pequeno Porte) e a produção está de vento em poupa”, explica o gerente de operações da Geraldo Corrêa. Para ele, a empresa é administrada por uma equipe competente e deve despertar para o mercado em breve, sinaliza o analista. 

Helbor
A Helbor (HBOR3), uma incorporadora com foco no empreendimento residencial, com as atividades concentradas principalmente à média e média-alta renda, tem demonstrado resultados positivos em seus acordos com imobiliárias, além de ter a vantagem de um custo físico menor frente ao restante do setor, na opinião da equipe de análise da Octo.

“Mas não só isso. Acredito que as margens da empresa estão acima da média do setor e, principalmente, ela um tem um resultado a apropriar em torno de R$ 30 milhões”, explica. 

Randon
A Randon (RAPT4) foi quase que durante todo o ano de 2011 a preferida entre as small caps pelas casas de research e a atratividade da companhia deve ser mantida por conta das fortes quedas dos papéis da companhia, que acumularam no ano passado recuo de cerca de 30%.

A ação da companhia foi prejudicada no ano passado pela euforia do mercado diante da deterioração no cenário externo. Este quadro trouxe reflexo para os resultados da companhia no último trimestre de 2011.

“Com isso, é possível uma retomada dos papéis neste ano. A estabilização do cenário pode trazer alguns ajustes e isso pode ser bom para a Randon”, explica o agente autônomo Leonardo Bopp.