Denúncia da Lava Jato envolve Lula e põe fogo na crise

Não bastasse as denúncias que envolvem Eduardo Cunha, agora a crise tem Lula no centro da crise

Francisco Petros

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Cunha e Lula: transações perigosas

Destaque hoje, sobretudo na Folha de S.Paulo e nO Globo, a partir de uma notícia veiculada pelo Jornal Nacional, diz respeito à delação premiada de Fernando Baiano, o lobista do PMDB. Segundo o Jornal Nacional, o encarcerado em Curitiba teria repassado recursos (R$ 2,0 milhões) presumidamente ilegais para a nora do ex-presidente a pedido de um amigo íntimo da Família Lula José Carlos Bumlai.

Já as denúncias que recaem sobre o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha estão se acumulando. Multiplicam-se as evidências de que o esquema de Cunha seria abrangente e várias transações tem vindo à tona.

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Preste Atenção: Pela primeira vez em todo o longo período de denúncias do denominado “Petrolão” o ex-presidente Lula vê-se diante de uma denúncia mais sólida envolvendo seus familiares, de forma direta, e ele, de forma indireta. Trata-se de mudança substantiva no curso de toda crise política. Lula é o principal articulador político da presidente Dilma e a maior influência política em Brasília por estes dias. O papel de Rodrigo Janot em relação à Lula será mais que essencial. Será definitivo para a força política do petista.

Já no caso de Eduardo Cunha a sua morte política já está anunciada. Todavia, Cunha é hoje no país aquele que pode levar para o seu túmulo político o maior número de políticos e governantes. Seu papel no processo de impeachment será fundamental e depende de apenas um ato: aceitar um dos pedidos que tem na gaveta. Ocorre que ao colocar para marchar o processo de impedimento da presidente, Cunha estará puxando o gatilho contra si mesmo. Nada mais o protegerá. Logo, a chantagem que está impondo à presidente (via as conversas com os palacianos Jaques Wagner e Edinho Silva) e à oposição tem de ser cuidadosa, pois sem garantias razoáveis da oposição ou do governo de como estes agirão, caso aceite um dos pedidos de impeachment. Ocorre que nem um lado e nem o outro tem o que entregar para ele. E ele sabe disso.

O impasse político ganhou tração. A crise se alastra.

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Fitch não conta. Levy aponta.

A redução da nota pela agência classificadora de risco Fitch, anunciada ontem e notícia na mídia de hoje, não tem e não terá maiores efeitos. O que importa agora é a postura da Moody´s. Se esta rebaixar a nota, bye byegrau de investimento.

Preste Atenção: Levy não quis se pronunciar sobre a nota mais baixa da Fitch. Apontou o Palácio do Planalto como o porta-voz ideal para falar do assunto. Isso não é sinal gratuito, conforme informamos nas duas notas seguir.

CPMF: sinal para o rebaixamento do grau de investimento

Ninguém com mente sã acredita que o governo vai cortar na carne para ajustar as contas fiscais. Agora, com o afastamento do orçamento das receitas da CPMF, ficará mais distante o superávit primário de 2,5% do PIB (isso mesmo, não é 1,5%, mas 2,5%) necessário para estabilizar a relação dívida/PIB do Brasil.

Preste Atenção: este é sinal suficiente para que o Brasil seja rebaixado pela Moody´s. 

Não esqueçamos os vetos. E Levy.

Temer negociou com Calheiros, o presidente do Senado Federal, que os vetos da presidente Dilma seriam votados em novembro. Até lá, não se sabe se a negociação valerá, afinal a crise política ganhou tração como informamos na nota que abre esta coluna.

Ocorre que sem a votação dos vetos e o início da votação para instalar de novo a CPMF no Brasil (tributo que não será considerado para o orçamento de 2016), não é só o grau de investimento do Brasil que estará em risco. A era Levy poderá estar encerrada. Afinal, não terá muito o que fazer em Brasília, apesar da crise.

Preste Atenção: A ida de Lula à Brasília ontem pode não ter sido em bom momento para o ex-presidente dadas as informações de Fernando Baiano sobre sua nora. Porém, estejam certos que o ex-presidente atiçou os seus aliados a pressionar Dilma Rousseff pela saída de Joaquim Levy da Fazenda. Não foi somente a petistas que Lula pregou a queda do homem da Fazenda. O Planalto inteiro ouviu Lula a respeito. 

Juros sobre capital próprio

Ontem o STJ (1ª Seção) definiu que o JCP pode ser tributado pela PIS-COFINS. A decisão não é terminativa, mas o sinal não é bom para os investidores do mercado de ações. Afinal esta é uma das remunerações mais relevantes das ações.

Preste Atenção: não é somente o JCP que está com o risco de ser tributado. A probabilidade de tributação sobre dividendos é altíssima.

Souza Cruz e a melancolia

O fechamento do capital da Souza Cruz se dá pelos estritos interesses de sua controladora britânica BAT. Porém, dá uma certa melancolia ver a empresa sair da bolsa brasileira depois de 70 anos. Com o mercado de capital fraco e sem perspectivas o Brasil perde mais uma empresa no mercado.

Recessão canta pneu. Emprego vai piorar.

A queda do varejo (medida pelo IBGE) é o pior em quinze anos. Caiu 6,9% em agosto de 2015 comparado com o mesmo mês de 2014 e 0,9% comparado a julho/2015. A indústria vai capengar ainda mais neste último trimestre. Até aí, todos sabem o que pode vir pela frente. O que tem sido pouco comentado é que a partir de novembro as demissões em massa podem ser muito intensas. Começa o alto verão com a notícia quente de que no período mais fraco da economia (novembro-março) mais famílias terão seus membros em casa e não no trabalho.

Preste Atenção: o efeito político do desemprego ainda não foi sentido em grande intensidade. Isso ainda está por ocorrer. 

 

 

A mega-sena, o crédito do Brasil e o dólar

A mais famosa loteria do Brasil acumulará provavelmente R$ 40 milhões no próximo sorteio. Até lá, muitos sonhos serão erigidos. O pesadelo fica por conta do dólar.

Analistas e investidores, brasileiros e internacionais, ouvidos por esta coluna, informaram que as condições de crédito do Brasil estão se deteriorando com rapidez no exterior. Os comitês de crédito simplesmente não compreendem as notícias políticas daui e o encaminhamento econômico do governo para os temas mais comezinhos do país. O resultado é o corte de linhas de crédito. Inclusive para as companhias brasileiras mais tradicionais.

Preste Atenção: Nas próximas semanas poderemos ter uma rodada forte de alta da moeda norte-americana. Junto com a deterioração das condições do mercado como um todo. O ganhador da mega-sena terá a chance de converter seu prêmio em dólares a tempo?

Barriga de aluguel proibida pelo STF

O STF proibiu nesta quinta-feira que o Legislativo inclua em Medidas Provisórias (MP) assuntos não relacionados com o objeto da MP. Trata-se de prática comum de deputados incluir, por exemplo, numa MP sobre saneamento básico, normas sobre remessa de dinheiro para o exterior. Parece incrível, mas é verdade. Doravante, a prática está banida.

Preste Atenção: poucos farão esta observação na mídia, mas tenham certeza que esta proibição dificultará muito a vida do governo que utiliza esta prática nefasta para aprovar matérias importantíssimas. Também os lobbies brasilienses terão de armar outras estratégias para fazer valer certos interesses, muitas vezes ilegítimos. 

Marco Aurélio fala

Alguns ministros da Suprema Corte brasileira falam muito. Gilmar Mendes e Marco Aurélio são os campeões. Esta postura não é tradição das principais Cortes constitucionais do mundo dito civilizado. Por aqui a tradição é inversa. Num ataque sísmico de “cidadania” Marco Aurélio Mello declarou que “Dilma, Temer e Cunha deveriam renunciar para sanar a crise na qual estamos engalfinhados. Interessante o fraseado do Ministro. Esqueceu de incluir na sua lista Renan Calheiros e suas madeixas implantadas. Afinal também o alagoano está implicado com a Justiça no caso de pagamento de pensão de sua amante por parte de uma empreiteira. Seria ele o sucessor de todos os renunciantes. Será que o Ministro do STF não incluiu Calheiros dada a sua amizade com o primo do magistrado, o ex-presidente Collor de Mello? Não deve ser.

Ricos e pobres

Hoje o Valor Econômico informa que os 10% mais ricos do Brasil detêm 53,8% da renda no Brasil.

Resta saber se os outros 90% da população brasileira vão aceitar que os eventuais ajustes e reformas necessárias à estabilização do Brasil recaiam sobre as suas cabeças. Note-se que os economistas mais conservadores contam com esta hipótese.

O sobrinho do “herói por um dia”

Carlos Nardes foi o herói da oposição e de alguns da mídia na votação das “pedaladas fiscais” da presidente Dilma Rousseff em 2014. Trata-se do Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-deputado do PP-RS.

Pedaladas lucrativas mesmo foram os envelopes de dinheiro que seu sobrinho Carlos Juliano Nardes recebia do escritório de advocacia de José Ricardo Silva em Brasília, segundo informa o Jornal Valor Econômico. O sobrinho era sócio do titio até 2005.


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