Demanda da Gol sobe 10%; fim da briga entre ALL e Rumo e mais 6 resultados agitam a noite

S&P eleva rating da Cesp para 'BBB-'; lucro da Cyrela cai 8,7% e Brookfield adia divulgação de balanço do primeiro trimestre

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em mais uma noite agitada, esta quarta-feira (14) ficou dividida entre notícias corporativas e a temporada de resultados, que vai chegando ao seu final. Entre os comunicados, destaque para a Cosan (CSAN3), que anunciou a suspensão de processos judiciais entre sua controlada Rumo Logística e a operadora ferroviária ALL (ALLL3).

A incorporação da ALL pela Rumo foi aprovada em assembleia de acionistas da operadora ferroviária em 8 de maio.

“Desta forma, não há mais litígio em curso envolvendo Rumo e ALL. As empresas, agora, preparam todos os requerimentos e informações necessários para a obtenção da aprovação, junto ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), da incorporação das ações da ALL pela Rumo”, afirmou a Cosan em comunicado ao mercado.

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Gol
A demanda de passageiros por voos do sistema total da Gol (GOLL4) subiu 10,3% em abril sobre um ano antes, informou a segunda maior companhia aérea do Brasil. A oferta da empresa, porém, foi reduzida em 3,3% no período. A companhia, que há anos vinha divulgando junto com os dados de tráfego informações sobre yield, indicador que mede preços de passagens aéreas, cumpriu promessa feita no final de abril de não publicar mais o dado e também informações sobre a receita por passageiro.

Com a oferta de assentos encolhendo em relação ao movimento da demanda, a taxa de ocupação das aeronaves da Gol ficou em 76,1% em abril, crescimento de 9,4 pontos percentuais sobre o mesmo mês de 2013. Sobre março, a taxa ficou estável.

A queda na oferta da empresa ocorreu no mercado doméstico, onde houve recuo anual de 5 por cento em abril, enquanto a demanda avançou 7,9%. Com isso, a taxa de ocupação no segmento subiu a 76,8% “o maior nível de ocupação apresentado para o mês de abril desde 2006”, informou a empresa.

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“No feriado de Páscoa, a Gol transportou 140.990 clientes em um único dia, um recorde histórico”, acrescentou o grupo de aviação. No segmento internacional, a oferta cresceu 11% e a demanda saltou 35,2%. A taxa de ocupação passou de 57,8% em abril de 2013 para 70,4% no mês passado.

Cesp
A agência de rating Standard & Poor’s elevou o rating da companhia elétrica Cesp (CESP6) de ‘BB+’ para ‘BBB-‘ na escala global e de ‘brAA+’ para ‘brAAA’ na escala nacional Brasil. Segundo o relatório, a equipe da S&P acredita que o desempenho financeiro da companhia permanecerá forte nos próximos dois anos, permitindo-lhe reduzir a alavancagem.

“A perspectiva estável reflete nossa expectativa de que a empresa apresentará uma geração de fluxo de caixa resiliente até 2015 e que utilizará seu fluxo de caixa operacional livre para amortizar sua dívida à medida que ela vença, levando a métricas de crédito muito conservadoras”, disseram no documento.

Ultrapar
A Ultrapar Participações (UGPA3) teve lucro líquido 1 por cento mais alto no primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, em um resultado marcado por melhoras operacionais, mas o ofuscado por maiores despesas financeiras.

O lucro líquido foi de 249,3 milhões de reais no período de janeiro a março, frente a 246,5 milhões de reais no primeiro trimestre de 2013.

De acordo com a companhia, o resultado foi impulsionado pelo crescimento do Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Porém, o balanço foi impactado por aumento da taxa básica de juros do país, a Selic, e seus efeitos no aumento da dívida do grupo.

O endividamento líquido da companhia que atua em vários setores, incluindo postos de combustíveis e produtos químicos, cresceu de 3,7 bilhões para 4,3 bilhões de reais e a despesa financeira líquida saltou 89 por cento, para 115 milhões de reais.

A geração de caixa medida pelo Ebitda da Ultrapar somou 702 milhões de reais, alta de 14 por cento ano a ano. Já a receita líquida somou 15,95 bilhões de reais, avanço de 17 por cento na comparação anual.

A Ipiranga comercializou 6 milhões de metros cúbicos de diesel, gasolina, etanol e GNV no primeiro trimestre, alta anual de 9 por cento, graças ao avanço da frota de veículos leves do Brasil e pelos investimentos feitos nos últimos anos para expansão da rede de distribuição, disse a empresa.

A Ultragaz teve redução de 1 por cento no volume vendido em relação ao primeiro trimestre de 2013, principalmente devido às altas temperaturas do período que impactaram a demanda por aquecimento nas regiões Sul e Sudeste.

Cyrela
A Cyrela (CYRE3) teve lucro líquido de 163 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 8,7%, sob o efeito de fatores que incluíram distrato de terrenos e menor resultado da joint venture Cury, voltada para o programa Minha Casa Minha Vida.

A incorporadora informou nesta quarta-feira que teve lucro líquido de 163 milhões de reais entre janeiro e março ante 179 milhões de reais um ano antes. A média das estimativas de analistas previa resultado positivo de 171 milhões de reais.

O resultado teve impacto negativo de 25 milhões de reais referentes a terrenos distratados na região Nordeste (10 milhões), provisões jurídicas por atraso de obras (8 milhões), além de um baixa contabil (7 milhões) no período.

A empresa também teve queda no valor de equivalência patrimonial, para 6,9 milhões de reais, com menor resultado da Cury. O desempenho da joint venture foi impactado por custos com início de construção de empreendimentos voltados à faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida, voltada para renda familiar de até 1.600 reais.

Um ano antes, o resultado de equivalência patrimonial da Cyrela foi de 13,1 milhões de reais, enquanto no quarto trimestre foi de 40,9 milhões.

Os lançamentos da Cyrela dobraram no primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, para 1,914 bilhão de reais, enquanto as vendas contratadas aumentaram 13,9 por cento, a 1,548 bilhão de reais.

“As vendas começaram o ano com o mês de janeiro um pouco mais lento, mas com boa recuperação nos meses seguintes”, disse a Cyrela no balanço.

Ao final do trimestre, o estoque (todas as unidades disponíveis para venda, inclusive as lançadas no período) a valor de mercado somava 7,18 bilhões de reais, alta sobre os 6,7 bilhões de um ano antes.

Segundo a Cyrela, a elevação se deu pelo forte volume de lançamentos no período, com 60 por cento concentrados no final na segunda quinzena de março.

Entre janeiro e março, a Cyrela comprou quatro terrenos no Rio de Janeiro e em São Paulo, enquanto distratou quatro terrenos no Nordeste, que representavam um valor geral de vendas de 2,3 bilhões de reais.

A companhia teve receita líquida de 1,3 bilhão de reais entre janeiro e março, aumento anual de 8,2 por cento. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou 244 milhões, recuo de 5,7 por cento, na mesma base de comparação.

O caixa da Cyrela ficou 26 por cento menor na comparação anual e encerrou o trimestre em 159 milhões de reais.

Sonae Sierra
No primeiro trimestre de 2014, a Sonae Sierra registrou lucro líquido de R$ 27,4 milhões, o que representou um recuo de 11% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O Ebitda ajustado atingiu R$ 50,5 milhões, alta de 1,4%. A margem Ebitda ajustada ficou 68% ante 76,9% de janeiro a março do último ano. Na comparação anual, a receita líquida ficou 14,8% superior, com R$ 74,3 milhões.

Log-In
A Log-In (LOGN3) viu seu lucro recuar 31% no primeiro trimestre deste ano na comparação anual, passando de R$ 29,2 milhões para R$ 20,1 milhões. Enquanto isso, o Ebitda ajustado da companhia recuou 13%, fechando o período em R$ 39,6 milhões, com margem Ebitda de 17,9%.

Apesar das quedas nos números, a Log-In teve recorde de navegação costeira, atingindo no período volumes transportados de 55,6 mil TEUS. Já no segmento de cabotagem, a empresa fechou o trimestre com 28,1 mil TEUS – alta de 20,9% ante o ano anterior.

Prumo
A Prumo Logística (PRML3), antiga LLX, registrou prejuízo líquido de R$ 13,14 milhões no primeiro trimestre, ante resultado negativo de R$ 11,48 milhões no final de 2013. Enquanto isso, a receita líquida de aluguel da companhia passou de R$ 14,17 milhões para R$ 17,28 milhões entre o último trimestre do ano passado e os três primeiros meses de 2014.

Já o resultado financeiro subiu de R$ 3,21 milhões para atuais R$ 12,82 milhões, enquanto as despesas financeiras atingiram R$ 22,87 milhões, ante despesa de R$ 10,15 milhões no final do último ano.

BRF
A companhia brasileira de alimentos BRF (BRFS3) anunciou a precificação de títulos com vencimento em 2017 e 2020 em uma operação de recompra. Os preços foram definidos em 1.132,75 dólares para os bônus de 2017 e 1.191,23 dólares para os títulos de 2020, em relação a cada 1.000 dólares em papéis aceitos para recompra.

O programa envolveu 220,718 milhões de dólares em bônus com vencimento em 2017 e 629,282 milhões de bônus com prazo de 2020. A BRF havia definido um spread fixo de 150 pontos base e 195 pontos base, respectivamente, sobre notas do Tesouro dos Estados Unidos para a recompra.

BTG Pactual
O banco BTG Pactual (BBTG11) está em negociações exclusivas para comprar a gestora de recursos BSI, da seguradora italiana Generali, de acordo com comunicado divulgado nesta quarta-feira pela Generali.

O banco busca a aquisição para adicionar mais atividades relacionadas à cobrança de comissões para a instituição financeira, de acordo com uma fonte próxima aos planos do BTG Pactual.

Brookfield
Anteriormente marcado para esta quarta-feira (14), a BR Insurance (BRIN3) adiou para esta quinta-feira (15) – último dia da temporada de balanços – a divulgação de seu resultado referente ao primeiro trimestre de 2014. A apresentação está marcada para após o fechamento do mercado, com a teleconferência ocorrendo no dia 16 de maio, às 15h00 (horário de Brasília).

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.