Declarações pessimistas e indicadores dão o tom, e Ibovespa recua 1,25%

Índice segue comportamento dos principais índices globais, que cederam ao mau humor; blue chips seguem em foco

Beatriz Nantes

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O clima negativo voltou a prevalecer nos principais mercados nesta terça-feira (24), em resposta a uma agenda desanimadora e declarações pessimistas sobre algumas das principais economias do mundo. Acompanhando o movimento externo, o Ibovespa encerrou o dia com baixa de 1,25%, a 65.156 pontos. O volume financeiro somou R$ 4,98 bilhões.

As blue chips seguiram em foco. Em relação à Petrobras, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, desmentiu as notícias de que o governo pensava em contratar uma terceira certificadora para chegar a um consenso sobre o preço do petróleo da cessão onerosa. As ações da estatal voltaram a fechar em queda.

Já a Vale foi notícia por ter sido incluída na lista dos devedores da União pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). Em nota, a Vale reconheceu haver discordâncias sobre a CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Naturais), mas afirmou que “tem recolhido os valores incontroversos de forma regular e exercido seu direito de defesa contra cobranças que considera indevidas”. Os papéis da empresa também caíram.

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A Embraer foi destaque de queda, após um avião de sua fabricação cair na China, matando cerca de 43 pessoas, de acordo com a mídia local.

Na ponta positiva, destaque para as ações da Cemig. O candidato a governador Antônio Anastasia avançou 6 pontos percentuais na última pesquisa do Ibope, para 27% das intenções de voto. A Ativa Corretora classificou a evolução como positiva, pois “a mudança na dinâmica eleitoral (…) pode se refletir na melhora da percepção de risco relativo à continuidade da gestão atual da Cemig invariavelmente associada ao ex-governador Aécio Neves”.

Agenda
O número de vendas de casas usadas nos EUA ficou bem abaixo das expectativas dos analistas durante o mês de julho, com o Existing Home Sales mostrando patamar anualizado de 3,83 milhões de casas, inferior às estimativas do mercado, de 4,72 milhões.

Por aqui, o volume total de crédito do sistema financeiro nacional alcançou R$ 1,547 trilhão em julho deste ano, o que representa um crescimento de 1,2% em relação ao apurado em junho e um avanço de 18,4% frente ao sétimo mês de 2009.

Segundo a Nota de Política Monetária divulgada pelo Banco Central nesta terça-feira, no referido mês a participação do volume de crédito sobre o PIB passou de 42,8% em julho de 2009 para 45,9% no mesmo período de 2010. Em junho deste ano, a parcela foi de 45,7%.

Dólar
Apesar do sentimento de aversão ao risco ter voltado a tomar conta dos mercados, o dólar comercial não conseguiu manter sua sequência de altas nesta terça-feira. Após registrar ganhos de mais de 0,5% no começo do dia, a moeda passou a operar bem próxima da estabilidade durante a tarde, mantendo-se no campo negativo na reta final de negócios. Com queda de 0,11%, o dólar comercial interrompeu uma sequência de três valorizações consecutivas, fechando cotado na venda a R$ 1,765.

No front doméstico, o Banco Central realizou um leilão de compra de dólares no mercado cambial à vista. A operação ocorreu entre as 15h40 e as 15h50 (horário de Brasília) e teve uma taxa de corte aceita em R$ 1,764.

Renda Fixa
O mercado de juros futuros encerrou entre a estabilidade e a queda. Os contratos de prazo mais alongado mostraram oscilações mais fortes, após a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que os juros vão cair no longo prazo, mas de forma responsável. O contrato de juros de maior liquidez, com vencimento em outubro de 2010, registrou taxa de 10,66%, 0,01 ponto percentual abaixo do fechamento de segunda-feira.

O mercado de títulos da dívida externa fechou em queda. O título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou com desvalorização de 0,03%, cotado a 138,50% do valor de face. O Risco País registrou alta de 15 pontos-base em relação ao fechamento anterior, atingindo 215 pontos base.

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