Decisão do Fed, ata do Copom, relatório de inflação e prévia do PIB: o que acompanhar nesta semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Lara Rizério

Sede do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA

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A última semana foi de alta para o Ibovespa, marcada com preocupações um pouco menores para a variante Ômicron da Covid-19, com decisão de política monetária no Brasil e inflação abaixo do esperado, ainda que alta. Nos próximos dias, além de acompanhar novidades sobre a Ômicron, mais sinalizações de bancos centrais pelo Brasil e pelo mundo serão observadas de perto pelos investidores.

Por aqui, na terça-feira (14) às 8h (horário de Brasília), será publicada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e na quinta-feira (16) o Banco Central apresenta o Relatório Trimestral de Inflação, podendo trazer explicações mais detalhadas sobre os fatores que levaram o BC a adotar um tom mais hawkish (duro, sinalizando um maior aperto monetário) ao elevar a Selic para 9,25%. Em comunicado, o Copom reforçou preocupação com a inflação, enfatizando que manterá sua estratégia até que se consolide não apenas a desinflação como também a ancoragem das expectativas.

Cabe ressaltar que a inflação oficial de novembro medida pelo IPCA ficou abaixo do previsto e derrubou os juros futuros na última sexta-feira, com visões de um ciclo menor de aperto, mas sem descartar a nova alta já sinalizada de 1,5 ponto percentual na próxima reunião, de fevereiro.

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Além disso, após o dado de vendas do varejo conhecido nesta semana, as atenções se voltam para os indicadores do setor de serviços de outubro na terça-feira. “Esperamos que o indicador fique estável em relação a setembro, configurando
alta de 9,4% em 12 meses”, projeta a equipe de análise econômica do Itaú.

Já na quarta (15), serão divulgados os dados do IBC-Br de outubro, considerado a prévia do PIB do Banco Central, com os economistas do banco projetando queda de 0,3% na comparação mensal, levando o acumulado em 12 meses para baixa de 0,8%. Do lado da inflação, na quarta é publicado ainda o IGP-10 de dezembro, com projeção do Itaú de um recuo mensal de 0,06%.

No radar político, os trechos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios não acordados entre a Câmara e o Senado serão apensados a outra emenda, que será pautada no plenário da Câmara em 14 de dezembro. Os trechos consensuais tiveram a sua promulgação realizada na última quarta-feira, abrindo espaço para o financiamento do Auxílio Brasil de R$ 400.

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Já no radar corporativo, a Cogna ([ativo=COGNA3]) realiza reunião com investidores e analistas na segunda-feira, mesmo dia em que Alagoas leiloa concessões de serviços de abastecimento de água e saneamento em 61 cidades. Na terça, a CPFL Energia (CPFE3) promove Investor Day para divulgar sua estratégia ESG.

A quarta-feira é movimentada no radar corporativo, com o Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) podendo chegar a uma decisão sobre a proposta de incorporação da Unidas (LCAM3) pela Localiza (RENT3). Já a privatização da Eletrobras (ELET3;ELET6) volta a entrar na pauta do Tribunal de Contas da União (TCU) na quarta.

Na quinta-feira, a B3 divulga segunda prévia do Ibovespa; na sexta, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) promove a Segunda Rodada de Licitações sob o regime de partilha para ofertar as áreas de Sépia e Atapu, na Bacia de Santos.

Fomc em destaque na agenda internacional

No âmbito internacional, os destaques são as reuniões do Federal Open Market Committee (Fomc) e do Banco Central Europeu (quinta-feira), para definição das taxas de juros de política monetária dos Estados Unidos e da Zona do Euro, respectivamente.

O Fomc deve manter a taxa entre 0% e 0,25%, mas o comunicado que segue a decisão e a fala de Jerome Powell, chairman do Fed, devem mover influenciar as expectativas sobre taxas de juros.

A expectativa do mercado recai sobre uma eventual aceleração na retirada de estímulos pelo banco central americano. Além do discurso do presidente da instituição, são aguardadas as projeções dos dirigentes para a trajetória dos juros de referência no país. A decisão do banco central britânico na quinta também está no radar.

Na frente de indicadores, na terça, será revelado o resultado da indústria na Zona do Euro em outubro. Sobre novembro, saem o índice de preços no atacado dos Estados Unidos, e, à noite, os dados de produção industrial e vendas varejistas na China.

Na quarta, na frente de indicadores, estão as vendas de varejo nos Estados Unidos em novembro, mês de Black Friday. Outro ponto de atenção é a inflação do Reino Unido no mesmo mês. Já na quinta, nos Estados Unidos, saem os dados de produção industrial em novembro.

A semana se encerra com a leitura final de inflação na Zona do Euro em novembro na sexta. A prévia mostrou alta anual de 4,9%, bem acima da meta de 2% na região. Já o instituto alemão Ifo publica o seu o índice de confiança empresarial referente ao mês de dezembro.

(com Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.