Decisão do Copom deve ser vista no detalhe e se irá gerar ruídos ou não, diz analista

Expectativa é de que Copom não seja tão explícito sobre próximos passos da política monetária

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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O mercado já precificou a queda da taxa Selic nesta quarta (8) em 0,25pp, mas ainda não sabe como será o desdobramento da decisão pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Mas o comunicado posterior à resolução do comitê pode dar pistas do rumo da política monetária daqui para frente.

Natalia Moura, analista de renda fixa no research da XP, que participou esta manhã do Morning Call da XP, avalia que os investidores irão olhar dois pontos sobre o que sair da reunião.

“A parte de unanimidade da decisão. Os agentes de mercado vão olhar se vai haver ou não ruídos na decisão entre os membros do Copom”, afirmou.

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Segundo ela, isso é importante “pois pode contribuir para algum risco da condução da política monetária do país”.  Ela vê os investidores elevando o prêmio na curva de juros caso ocorra alguma sinalização ainda não prevista pelo mercado.

Decisão Copom: comitê não deve ser explícito

“O segundo ponto que o pessoal vai olhar também é a parte do guidance, se no comunicado do Banco Central vai se divulgar alguma expectativa para as reuniões de junho e julho ou não”, avaliou.

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“Nós entendemos que é pouco provável do Banco Central deixar algo explícito. O mercado vai acompanhar no detalhe para fazer algumas movimentações de posição”, complementou.

Julho já não deve ter queda da Selic

O cenário da XP é que aconteça corte de 0,25pp da Selic na decisão do Copom a ser anunciada hoje. “Caso esse cenário se consolide, não entendemos que vai haver grandes movimentações na curva (de juros), uma vez que isso já está precificado. Contudo, caso aconteça outro cenário, de queda de 0,50pp, por exemplo, pode ocorrer um aumento (da curva de juros) já que os vértices intermediários e longos podem atribuir algum prêmio de risco”, afirmou.

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Caso o cenário base se realize, a taxa Selic vai atingir 10,50% – atualmente, está em 10,75%. A analista explicou que nas próximas reuniões do Copom, o mercado está precificando em torno de 70% que aconteça outro corte de 0,25% em junho, e em julho a taxa mantenha-se em 10,25%.

Gestores menos otimistas

Clara Sodré, analista de fundos da XP, que também participou do programa Morning Call, comentou sobre uma pesquisa feita entre 30 abril e 3 de maio com 25 gestoras.

Ela disse que é consenso dos gestores de corte 0,25pp dos juros. “Houve um aumento das projeções da Selic e atualmente estes gestores acreditam que a Selic vai chegar ao final do ano a 9,75% contra o valor de 9% apontado na pesquisa anterior”, disse.

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Para o comportamento do IPCA em 2024, a pesquisa da XP indica a mesma expectativa do levantamento anterior: 3,7%. Já em relação ao PIB, a projeção se elevou e foi a 2,10% em 2024.

“No mercado local, o otimismo foi reduzido, e 53% se mostram construtivos contra o valor de 80% observado em março”, comentou ainda sobre a pesquisa com gestoras.

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“Mesmo com toda essa volatilidade, estamos acompanhando um aumento nas posições compradas no exterior por parte desses gestores”, complementou.